sexta-feira, agosto 31, 2007

Na Moral é mais Legal !

A Faculdade de Direito do Largo de São Francisco é o templo do ensino do direito positivo, por esse mundo afora. Assim se edificou toda a sua História.

Paradoxalmente, a gloriosa História das Arcadas, suas incontáveis estórias e suas mais sagradas tradições são feitas, respeitadas e transmitidas por um direito consuetudinário. Nada há de escrito, exceção feita por franciscanos crônicos feito este que escreve aqui, que teimam em documentar os tempos. Tudo é oral. E tudo tem o seu precedente. Absolutamente respeitados e cultuados, até por aqueles aparentemente indiferentes a essa vigorosa realidade.

Por isso é que as coisas ficam até fáceis, andando por essas Arcadas. Sabe-se a que horas será tal evento, tal festa, tal cervejada, sabe-se quantas vezes o sino dobra no Pátio, sabe-se a sua metragem ou o número de pedras que compõem o cada arco das Arcadas. Dúvida ? XI, claro.
O que é raríssimo ver é algum grupo discursando calorosamente sobre temas jurídicos em suas diversas escolas hermenêuticas. Em acurado levantamento realizado nos últimos CLXXX anos de vida, parece-me que... talvez nenhum.

Como se disse, tudo é arraigadamente fundamentado em um precedente que fez História. Seria um viver do Passado, se não vivêssemos nas Arcadas. Parece mesmo que a cada dia aqui faz-se a História. Por isso, recomenda-se nunca faltar. Às aulas ? Não, não: ao Pátio.

Fomos invadidos por uma Gestão do XI que não queríamos. Como nada um dia depois do outro, mostraram a que vieram, esses. Traíram a confiança de todos os alunos, ignoraram os seus anseios, mostraram a que vieram: entregar essas Arcadas nas mãos dos seus financiadores presentes e futuros, aproveitadores politiqueiros profissionais. Quando questionados de que lado estavam, mostraram que não era ao lado dos que os elegeram, para representá-los. Absurdamente, puseram-se contra.
Costuma-se dizer que o ego do franciscano é aproximadamente XI vezes o tamanho do Território Livre. E cutucaram a fera com vara curta ! A letargia causada pela presença funesta da gestão com seus falsos e canhestros valores então, quase que num passe de mágica feriu aquele ego e acordou o então apático aluno que perambulava acabrunhado pelo Pátio.
O que se assistiu naquela manhã de 22 de agosto, misto de surpresa, indignação, pasmo e revolta, parece que lembrou a todos a sua unidade na dignidade franciscana: na calada da noite, qual num beijo de Judas, famigerados da Gestão, donos de toda a Verdade, haviam entregue as Arcadas nas mãos de seus apaniguados, sem qualquer aviso aos alunos.
O que se viu então era algo emocionante e aterrador. Emocionante a reação de coesão de todos em torno de uma única causa, a de defesa dessas Arcadas e do Território Livre. Aterradora, além de patética, a reação daqueles componentes da Diretoria do “XI de Agosto”: ao invés de conduzirem–se na humildade de quem cometeu um crime, o da não-representatividade, e retratarem-se perante o quadro total de alunos, dispuseram-se a enfrentá-los. Aferraram-se mais e mais na postura de donos da Verdade, em seus dogmas anacrônicos. Somos nós todos os errados. Acompanhados, claro, de todos os adjetivos de seu kit “socialmente-responsável”.
Como se disse antes, não se pode faltar ao Pátio ! Parece que franciscano acordou e disse: opa, tá na hora de fazer História ! E, em não havendo precedentes, criam-se-lhes.Eis a norma. E toda uma movimentação se fez, numa efervescência digna de todas as estórias que se contam nas Arcadas. E então, em certos momentos, numa verdadeira briga de gato-e-rato, esconde-se covardemente aquele Presidente. Buscam-no os alunos, cobram-lhe uma postura digna, uma resposta, um parecer. Algo como que pedindo-lhe que se desculpasse. Mas a resposta vinha com evasivas e fugas. São perigosos, os donos da Verdade ! Do alto de sua sapiência, um sorriso de escárnio encobrindo o medo. E uma Verdade diferente a cada hora.
Afeitos a sempre lidar com precedentes e não com aquele Direito escrito estudado, franciscanos buscavam avidamente na legalidade de um Estatuto, para fazer o que mais lhe é caro e habitual: o direito costumeiro. Para então consolidar a Destituição daquele Presidente, fato sem precedentes na História das Arcadas, abrem-se as portas do Salão Nobre, pois que nobre é o seu intento maior. E ali se encontraram os “Direitos” que conhecemos: o que estudamos, o positivo, e o que vivemos, nossas Tradições. Em uma assembléia onde se finalmente respirava o espírito franciscano, tão poderoso e tão mitigado, seria votada efusivamente a Destituição do cargo de Presidente, em revoltosa e covarde revelia, estritamente baseado na sua efetiva não-representatividade.
Seria mesmo o local do encontro daqueles Direitos: consuetudinariamente, a imensa maioria optou pela Destituição. Consolidando o Direito, positivado no Código Penal, 171 optaram que não. Essa simbologia retrata muito bem a verdadeira realidade de tudo.
Aplacou-se a ira franciscana e fez-se valer a sua sagrada dignidade e desrespeitada vontade. Podemos então, agora, retornar aos nossos precedentes, fundamentos das nossas mais belas Tradições. Fizemos outra vez a História. Sabemo-nos agora não-representados. Se querem continuar a ocupar o trono, que o façam. Sabendo-o embora vazio de poder. A Moral venceu. Devida e numericamente demonstrada pelo Legal.
Efetivamente, a Moral é mais Legal !

Luiz Gonzaga Arcadas, XXXI de agosto, CLXXX

terça-feira, agosto 28, 2007

Território Livre - a invasão na História e o presente

Para se entender o Presente, faz-se necessário conhecer o Passado. Como presentemente muito se fala sobre o sua função e qual a extensão Território Livre do Largo de São Francisco não custa fazer aqui uma Mágica e Misteriosa Viagem, para conhecê-lo e desvendá-lo, para que seja usado adequadamente e evocado com pertinência.

Nesses tempos em que as palavras são usadas e distorcidas ao bel-prazer de quem as ouve fica importante saber que esse Território Livre, por ser livre para manifestação de idéias, não significa ser res nullius.

A riquíssima História das Arcadas da Academia de Direito do Largo de São Francisco é pontuada de fatos que, por vezes nem fazem sentido e por outras afirmam a sua grandiosidade. A começar pela sua própria criação, em uma cidade absolutamente inexpressiva à época. “Não se poderia vislumbrar nada de bom que saísse de São Paulo”, era o pensamento corrente, contrário a sua criação por essas “terras frias e gente que fala de maneira esquisita”.

Tendo sido a sua criação feita por Decreto Imperial, a área física da Faculdade era território Imperial. Não havia competência do “Governador da Província” para quaisquer assuntos, para atuar sobre ela, ligada que era, diretamente ao Imperador.

Nem mesmo as investidas da Igreja Católica, inconformada com a expropriação do espaço podiam atingir a Academia. Ranço esse permanente, até os dias de hoje e evidenciado quando da morte de Julius Frank. Principiava ali o germe do que seria o Território Livre: se todo o imenso Brasil se curvava ao poderio da “Santa Sé”, o corpo e as idéias do grande Mestre ficaria mesmo nas Arcadas.

As idéias republicanas disseminadas entre os alunos e a ferrenha oposição de Líbero Badaró fizeram com que o Imperador mandasse calar aquela voz. Calou a voz, mas não as idéias: a partir de então, passou a Academia a receber alunos, cujas manifestações passariam a delinear o contorno ideológico deste território geográfico, constitucionalmente livre, incrustado na ainda incipiente São Paulo. Os nomes, todos aqueles que a gente proclama nos Pinduras, desnecessário aqui enumerá-los, muito embora o orgulho deles no incite a fazê-lo.

A história pessoal, as idéias e a atuação que cada aluno iria escrever ao longo de suas vidas, pontuaria o tracejado que forma o delineamento desse Território Livre, no seio das Arcadas. Porém, nunca se foi necessário recorrer ao “argumento de autoridade” de que os atos e idéias partiam dele, para que se fizessem ouvir, posto que ele continuava a ser inquestionavelmente livre.

Com o advento da República, a Academia de Direito continua a ser um território Federal. Portanto livre, dentro da esfera de ação poder Estadual. Há que se lembrar aqui, por ser um relato histórico que, até à gestão do presidente Washington Luís, a Presidência da República mantinha um telégrafo e um telefone ligados diretamente ao Centro Acadêmico “XI de Agosto”.

Foi apenas em 1932, quando da Revolução Constitucionalista que os alunos declararam oficialmente as Arcadas e o Largo como um Território Livre. Agora geográfico e ideológico. E foi aqui mesmo que, além de abrigar a iniciativa das idéias e liderança, esse nosso Pátio recebia a adesão de paulistanos, na guerra contra as manobras do então presidente, Getúlio Vargas. Era o Território Livre cumprindo a sua real função, não sendo de apenas alunos, mas compartilhando com eles os seus ideários. A Liderança sempre caracterizou as Arcadas e os seus alunos. Há no Pátio o Monumento em homenagem aos mortos na causa da defesa, tanto das Arcadas quanto de São Paulo. Porém, para atuar no Largo e nas Arcadas, apenas a força Militar Federal teria competência. Os interventores governantes em São Paulo não tinham competência para entrar , tornando amarradas as mãos da Presidência para combater os opositores.

A forte oposição àquele Presidente, tornado ditador, era congregada nas Arcadas. Ele então arquitetou o plano mais diabólico que se tem notícia na História do Brasil: manipulando os anseios naturais do povo de São Paulo, tentando também arrefecer os ânimos e a oposição ao seu governo, criou e presenteou o Estado com uma Universidade. Agraciando às Arcadas com o posto de primeiro Reitor daquela Universidade, a ser ocupado por um aluno, tornou a São Francisco uma unidade dela. Era o absurdo do “criador tornado criatura”.

Permanece e permanecerá para sempre o Território Livre ideológico, pois que não foi o território geográfico que tornou grande as Arcadas. Ela continua a abrigar a inigualável efervescência cultural dos alunos, permanecendo autônoma ideologicamente, recusando-se, como num retrocesso, a estagnar como simples “criatura”.

Essa, a História. Aos aficcionados em datas e nomes, reportem-se à historiografia. Aqui, apenas uma crônica.

XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI*XI

Posto isso, chegamos ao Presente.

Após um breve interregno de apatia e desencanto, as Arcadas despertam. A quase totalidade de alunos se insurge contra a idéia de que somos uma terra de ninguém. Quando um pequeno grupo de alunos, confundindo representatividade com propriedade, entrega a bandeira do Centro Acadêmico “XI de Agôsto” à revelia dos que os elegeram, permitindo a Invasão das Arcadas. Uma evidente traição, pois que devem nos representar e não agir como se fossem “donos” dela

Irresponsavelmente, ao invés de admitirem o grave crime cometido, ainda tentam sustentar uma tese anacrônica e falsa, com um mesmo discurso também anacrônico e falso. Para esse pequeno e traiçoeiro grupo, quaisquer que divirjam das idéias postas em seus corações e mentes, por meio de lavagem cerebral, somos todos tachados de reacionários, fascistas, racistas, autoritários, opressores, intolerantes, discriminadores e toda uma gama de adjetivos que decoraram e nem ao menos têm noção de sua exata valoração. Apelativamente, recorrem a frases feitas, distorcendo-as ao seu intento. Incrível como na São Francisco temos cinqüenta donos da Verdade absoluta, que são eles, e 2250 verdadeiros imbecis !

Com uma postura infantil, ingênua e burra, querem deter para si o monopólio de serem os únicos preocupados com todas as mazelas do Brasil. Para defender o que chamam Direito, cometem crimes, esquecendo-se que Liberdade e Democracia pressupõem deveres e não só direitos. E querem manter o antagonismo mentiroso e hipócrita que existe na sociedade em geral: a luta entre o Bem e o Mal, sendo eles, obviamente o Bem. Isso não cabe nas Arcadas. Nunca fomos e nunca seremos manipulados por interesses escusos, que se utilizam dos chamados “movimentos populares” para lograrem seus reais e sorrateiros interesses. Agitadores profissionais aportaram aqui, travestidos de “coitadinhos”. Um intento mentiroso jamais terá a adesão de alunos, como não teve. Por não sermos passíveis de subserviência, utilizaram-se e manipularam os membros da gestão do “XI”.

Disseram que não somos donos das Arcadas. Pelo menos nisso têm razão. Somos passageiros, posseiros pacíficos, a justo título, conquistado com o ingresso pelo vestibular e o Território Livre é o local designado para as nossas legítimas manifestações. Ou outras, às quais nos irmanarmos.
Quando optaram pelo omissão da verdade aos alunos, a pedido dos manipuladores dos movimentos sociais, mostraram muito bem de que lado estão: votaram por eles. Pois que fiquem com eles, então. Permitiram que as Arcadas fossem invadidas por líderes aproveitadores. Numa trágica mudança histórica, desta vez a força Estatal entrou aqui, não como antes, que nunca entrou efetivamente. Mas atendendo a louvável pedido do Diretor da Faculdade, no interesse dos alunos e em proteção a esse sacrossanto solo das Arcadas.

Esse antagonismo que quere criar não cabe aqui. É elementar que, em havendo antagonismo entre representante e representado, fica simples a questão: retira-se a representatividade por ela não ter sido por eles efetivada. Antes, traída.

Por essa razão, deve a Gestão do “XI de Agosto” fazer uma retratação pública, sendo esses membros tornados inelegíveis.

Quanto aos demais alunos, que fique o apelo para que, nas próximas eleições, não se deixem mais uma vez enganar por falas mansas e traiçoeiras, nem por aproveitadores de última hora, votos de amizade, propostas faraônicas e mentirosas e etc.

Tudo o que queremos é a São Francisco para os franciscanos. Só isso, nada mais. Mostre a sua cara e defenda essas Arcadas.

Luiz Gonzaga Arcadas, XXVIII de agosto, CLXXX

sábado, agosto 25, 2007

XI do Baile

(O "anônimo" é inconstitucional. Portanto, comentários assim serão desconsiderados)

Quando INVADIMOS ontem o Baile do XI ficamos CHOCADOS e confirmamos algumas coisas:

I - Se a Gestão tivesse o mínimo de bom-senso, retratar-se-ia diante dos alunos. Porém, é falta de bom-senso esperar bom-senso desse pessoal. Ai, ao invés de eles caírem na real, preferem manter aquele treinado sorriso de escárnio e fazer cara feia aos seus opositores. Que coisa feia !

I I - Na Invasão das Arcadas tinha pão-com-mortandela e um copo de Tang. No Baile tinha um pedaço de crepe e um naco de sorvete. Com a diferença que a invasão foi de graça para os invasores e nós pagamos 55. Isso é que é ter mentalidade capitalista !

I I I - Acho que o crepe estava no inconsciente coletivo da Gestão. Afinal, eles são pequeno-burgueses e, na Revolução Francesa, mandaram comer brioches os descontentes. O Marx mandou dar pão-com-mortandela. Daí deu pane nos poucos neurônios funcionantes da cumpanherada. Na dúvida, prevaleceu o que realmente são: pequenos burgueses, travestidos de benfeitores da humanidade.

I V - Eu sou um otimista. Estou aqui acreditando que o Fórum fez essa imensa cagada apenas pra aparecer na mídia. Com esse marketing extra, venderam todos os convites para o Baile do XI. Isso é que é ter mentalidade capitalista ! É isso: por mais que usem o kit-discurso marxista, lá no fundo aparece a verdadeira intenção da cumpanherada. São mesmo, capitalistas-da-gema !

V – Parece que a pequenina e feia comunista que fez o test-drive inaugural do Trepódromo da Salinha do Saju durante a Invasão não conseguiu estar presente no Baile do XI. Como eles têm um imenso e demonstrado espírito franciscano, ela certamente deveria estar em casa, cantando aquela nossa graciosa paródia: Pomada ! Pomada ! Pomada ! Vou, passar pomada eu vou...

V I – Eles cometem erros grosseiros em seus escritos, Canhestros, O Pátio, etc, e tal. Não colocam o nome da São Francisco n’O Pátio. Assim, erraram até o nome da Rua, no convite do Baile. Mas eu acredito que o erro foi ideológico. Para estar mentalmente afinados com os seus consentidos-invasores, escreveram: Rua Quat, que fica em Ferraz de Vasconcelos. Afinal, eles tinham que mostrar o convite pra cumpanherada. Vila Olímpia, nem pensar ! Bairro da classe pequeno-burguesa, exploradores, etc, etc, etc. (Vide kit-comunista completo: não dá pra reproduzir que é muito longo). Tão perto aliás de suas próprias casas, no Morumbi e cercanias.

V I I – O público do Baile era mais do que o dobro do que havia em 2006. Bom. Bom. Muito bom. Mas esse fato positivo não vai entrar nem como atenuante para a pena do grande crime de não-representatividade cometido contra os franciscanos. Faremos sim, uma Assembléia Geral sim. É, sim, o vocabulário deles é chato, sim, porque eles são comunas sim e falam sempre assim, sim.

V I I I – Como naquele interminável Lost, para eles nos somos “os outros”. Inimigos deles. Só que eles estão lá pra nos representar. Nós temos o direito de considerá-los como realmente são, “os outros”. Eles não. No Baile, todos confraternizavam indiscriminadamente, apesar de outras naturais divergências, pois que festa na Sanfran é pra isso mesmo. Enquanto isso, “os outros” permaneciam grudados, feito arroz mal-feito, confraternizando entre si, quase à porta de saída. Bom, eles estão mesmo à porta de saída. Da gestão.

I X – Fidel podia discursar durante horas a fio, pois os pobre cubanos eram e são obrigados a engolir. Não têm nada mais prá engolir. Mas com a gente, a coisa é diferente. Nosso nobre (não, não é pobre. É nobre mesmo), aristocrático e travestido de defensor-dos-frascos-e-compridos Presidente quis teimar em discursar. Já disse que é difícil cobrar bom-senso desse pessoal. E dá-lhe vaia. Que língua a nossa ! Sempre me perguntei se filologicamente, o verbete “vaia” não seria uma redução da expressão toda, qual “vaiàputaquetepariu”, “vaiàmerda” e outras variações. Em resumo, a vaia, com toda a pertinência. Ô burrice, viu !

X – Mais uma vez, digo que sou um incorrigível otimista. Até o dia 20 de agosto, a Sanfran mais parecia uma OniOnze da vida. Tudo morno, tudo apagado, tudo muito comunista pro meu gosto. Tanto que dava-me mais prazer estar no Túmulo do que no Pátio. Ai a (indi)gestão pensou: vamos fazer isso aqui voltar a ser a efervescência que é, a verdadeira Sanfran ! E arquitetaram essa imensa palhaçada. Agora sim, depois do choque, acordamos todos e estamos vivendo um clima de acordo com nossos tão criticados umbigos, desreprimiu-se de todo o imenso ego franciscano, coisa e tal. Essa, uma teoria. Que tal ? Você não acha que foi apenas e tão-somente uma cagada mesmo ? Tá bom. Concordo, sem otimismo.

X I – Por culpa da Gestão, franciscano agora recebe mensagens aos montes em sua caixa de mensagens. SPAMs em XI itens, toda hora: leia o blog ! leia o blog ! Os funcionários d’A LATRINA estão fazendo hora extra, não-remunerada. Uma total exploração ! Isso porque tanta merda não caberia em apenas uma edição. Mas espera-se que essa crise passe rapidamente. É só tirar essa Gestão do XI e pronto. Por isso, assine a Lista pedindo a Assembléia.

Luiz Gonzaga, com olhos de ressaca ---------- Arcadas, XXV de março, CLXXX

sexta-feira, agosto 24, 2007

Informe Extraordinário

O Forum da Esquerda, muito embora não costume divulgar aos alunos os assuntos de seus interesses, EXCEPCIONALMENTE informa:

I - Não é mais necessário PAGAR pelo convite para o Baile do XI.
Basta chegar lá e INVADIR. Eles apóiam.

I I - No Baile do XI, será servido também o "pão-com-mortandela" que sobrou. Reciclagem, para um mundo franciscano sustentável.

I I I - A (indi)gestão do Forum declara: não consideramos a Sanfran como a nossa Casa, porque nossa casa, uma cobertura triplex no Morumbi e muito melhor. Dá inclusive prá refletir melhor sobre a pobre vida dos pobres e oprimidos. Com a vantagem de que não vai ser invadida: temos segurança particular.

I V - O Forum da Esquerda revela, finalmente, A VERDADEIRA FUNÇÃO da Salinha do SAJU:
transformou-se no TREPÓDROMO oficial daquela Liga de Justiça, a favor dos frascos e comprimidos.
Na invasão, enquanto a Gaviões da Fiel liderava os Movimentos Sociais , os movimentos sexuais corriam solto naquela salinha. A liberdade de ir e vir também.
Como é mesmo o nome daquela comunistazinha clone da Maga Patalógica ? Pois então... ahuahauahauahauahau. Ela finalmente conseguiu ! Viva ! E saiu de lá totalmente transparente, como os atos da Gestão !

Se eles informassem sempre aos alunos, diriam a verdade, para que queriam a salinha. Teriam adesão total dos franciscanos !

Isso sim é que é ISONOMIA ! Igualdade para todos. Tínhamos o Porão, a salinha do RD, da Academia de Letraz, os banheiros do Prédio Anexo, as cortinas da Sala dos Estudantes. Agora, o trepódromo do Saju.

Nem tudo é feio nessa vida comunista. Que bonito isso !

Por isso é que o franciscano diz: estamos fudidos com essa gestão !

V - O Forum da Esquerda resolveu definitivamente a questão de vagas para a Sanfran: como eles acham uma GRANDE MERDA a gente ter direito adquirido, porque conquistamos uma vaga nas Arcadas por mérito legítimo no vestibular, eles DELIBERARAM então:

vão DOAR as suas vagas, por meio de sorteio.

Isso será ótimo, porque resolveremos DOIS problemas: o das cotas e nos livrarmos deles também. eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeebaaaaaaaaaaaa!!!!

V I - Depois da Invasão, os calouros acordaram e estão em estado de CHOQUE. A debandada é geral ! E olha que esse negócio de ser EX-comunista era coisa que só acontecia a partir do segundo ano. Agora, vemos uma multidão de calouros pulando fora dessa barca furada.

Isso sim é bonito !

Acorda, calouro !!!!!

Valha-me meu São Francisco. Atendeu às minhas preces !

V I I I - Fórum declara: Nós fazemos istória ! Foi às custas de gestões como as nossas que formou-se o ANIMUS JOCANDI. Palhaçada por palhaçada, é melhor escrever A LATRINA do que propor algo que seja sério. Com isso, não é pra menos que o Zé Simão seja franciscano. Rárárárárá. E tem o Lalau e sua TROPA que também aprovava INVADIR o erário.

I X – Na Pauta dos 18 pontos, o Fórum propõe mais um: que as franciscanas deixem de se depilar. É tudo pêlo social.

X – – Nosso dupla de líderes se queixa: isso de os franciscanos se rebelarem, foi um golpe baixo: acertaram a minha testa e quase quebraram o meus enfeites. Já isso pegou outros companheiros por trás. Mas ai eles gostaram.

X I - Quando a gente tiver mais coisas pra informar aos alunos, se os nossos patrões da une, mst, gaviões, etc, permitirem, a gente informa. Deus é fiel. A Gaviões é Fiel. A gente também somos FIDEL.

é isso ai, cumpanherada !

Luiz Gonzaga
Agora, membro do movimento VIXI !– Vamu invadi u XI
Que, como testemunha ocular, vê até o que nem precisava.
E que, se é prá baixar o nível, não faz a mínima cerimônia !
E se diverte.

quarta-feira, agosto 22, 2007

(que seja o último) Fora da Esquerda !

A invasão está muito bonita e foi um sucesso total. Né, companherada ?”
(palavras do Sapeca, digníssimo Presidente do CA)

O Diretor Rodas estava cumprindo o seu dever, quando pensava em preservar tanto as Arcadas em si, quanto o patrimônio. A Polícia Militar estava cumprindo o seu dever quando, atendendo ordens, desocupou a Faculdades dos invasores. Apenas o Fórum da Esquerda não sabe o que é cumprir o seu dever: avisar antecipadamente os alunos de tal invasão.

Para aqueles que ainda teimam em não reconhecer: esse pessoal que se auto-denomina de esquerda (muito embora desfilem de Audi e passem férias em Cancun) não têm o espírito franciscano. Quando deviam dar satisfação aos alunos, deram-na para os apaniguados da Gaviões da Fiel, liderança entre os invasores, nessa grande “luta pela educação”, a qual têm toda a pertinência: afinal é uma Escola... de samba. Ao não avisar os alunos, “para não atrapalhar a invasão” mostraram bem de que lado estão jogando. Conforme queríamos demonstrar, seus corações e mentes estão voltados para tudo o que não seja Sanfran. Pensar nas Arcadas é ser umbiguista, dizem eles.

Os alunos que os elegeram, elegeram-nos para serem seus representantes. Não para ser representante de nada mais. Eles sim é que estão enganados. Quem foi que disse, alguma vez na História, que o Centro Acadêmico “XI de Agosto” tem que ser o arauto de alguma coisa ? Se for prá defender alguma “causa” que seja de interesse nacional, com a concordância dos alunos, então deve sim o XI se manifestar. Mas só assim. Fora isso, o “XI” deve cuidar das Arcadas e dos alunos. Ter o espírito franciscano” não é algo sobrenatural É, apenas e tão-somente, priorizar essas Arcadas e seus alunos. Dar-lhes satisfação e solicitar autorização para quaisquer atos externos é o mínimo que uma gestão decente deve fazer aos que os elegeram.

Após essas palavras, vamos aos fatos realmente ocorridos e presenciados, até 1:15h:

- Por volta das 18h, os invasores estrategicamente ocuparam inicialmente a Passarela, impedindo o livre trânsito de quaisquer que não eles próprios: professores, alunos, ou funcionários, etc. Isso é crime contra o direito de ir e vir.
- Ocuparam a entrada principal do Largo e também a da Rua Riachuelo, com o mesmo proceder. Isso também é o mesmo crime.
- Por meio de “coação moral irresistível” obrigaram alunos a saírem das salas de aulas. Isso é crime.
- Eles se auto-imputaram o direito de exigir identificação de alunos para entrar na faculdade. Isso é crime de falsidade ideológica, pois não têm essa competência.
- É mentira que um funcionário pediu identificação de um aluno, pelo fato de o mesmo ser negro. Por um simples fato: eles “permitiam” que apenas os seus ficassem nas citadas entradas. Não havia funcionários nas entradas, como nunca houve. Pelos menos nos últimos 180 anos. Aliás, mencionemos o nome: Vinícius Mota de Jesus. O mesmo que, ano passado, chutava a cabeça de franciscano caído no chão. Ano passado era apenas mais um comunista covarde. Hoje, além de covarde é deslavadamente mentiroso.
- Eles tentaram (e não conseguiram) expulsar alunos da Sala dos Estudantes. Isso é uma estupidez !
- Alunos que apóiam manifestantes, manifestantes o são. E eles eram um pequeno grupo, constituído da própria Gestão e de alguns seguidores. Eles, junto com os agitadores profissionais sobejamente nossos conhecidos, de todas as manifestações, líderes dos “movimentos em nome dos populares” estavam comemorando no Porão, no Chopp do XI, para a alegria do Alemão, que lhes fornecia incontáveis garrafas de cerveja. No ar, não tinha só alegria. Mas também um cheiro bastante característico empesteando o ar. Arriscaria até a dizer que era maconha, sei lá ! É muito importante frisar que foi esse o cenário que a Polícia encontrou no “cândido e ingênuo” Centro Acadêmico. Não poderiam mesmo entrar distribuindo rosas...
- Quando da chegada da Polícia, alunos foram abordados e inquiridos. Ao se identificarem como alunos e não fazendo parte dos invasores, foram orientados, sem qualquer violência, a se retirar. A Faculdade seria esvaziada, como deveria estar, desde às 23:45h como normalmente acontece. Voltando ao afirmado acima, a Polícia, no cumprimento hierárquico do dever deveria retirar os manifestantes. E, também como referido, aluno-manifestante manifestante é. Impedir a ação policial é crime.

Alunos que chegaram pela manhã, informados, ou não do ocorrido, mostraram-se indignados pela ocupação, pela desocupação e, muito mais: indignados por terem sido enganados pela Gestão. Parece que é mesmo um mal dessa nefasta esquerda que assola o Brasil. Afinal, eles sabiam ou não sabiam da tal invasão ? Ora diziam que sim, ora diziam que não. Diante da estupefação dos alunos e da sua insatisfação, o Fórum da Esquerda propôs uma Assembléia na Sala dos Estudantes. E o que aconteceu ali foi patético.

O que era pra ser uma assembléia de alunos mais parecia uma reunião do Fórum da Esquerda. Que antes se realizava no Hall dos Elevadores e hoje, infelizmente, ocorre na Sala dos Estudantes. Foi um desfilar de “companheiros” se revezando indefinidamente, no mais das vezes aplaudidos de pé, pela imparcial audiência. Com os “n” companheiros, a fala de sempre. Bingo ! Sim, sim, você acertou. Tudo aquilo, de sempre. Recuso-me a repetir. Cansei.
Por culpa da Gestão tivemos realmente que suportar uma intervenção policial em local que nem mesmo o Exército jamais entrou. Mas, aqui, mais uma vez, entram eles, pra distorcer os fatos de como eles realmente o são. A ação policial de desocupação não foi contra os estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Não há que se apelar para os velhos chavões de repressão à liberdade de pensamento e de expressão do tempo do governo militar. Aqueles eventos eram realizados por alunos. A intervenção policial era então, contra os alunos. As quais, obviamente, somos todos contra. Mas agora a situação é outra. Mais uma vez, o Fórum da Esquerda quer distorcer os fatos e, utilizando-se daquelas frases de efeito, isentarem-se da responsabilidade de terem mentido aos 2300 (menos eles) alunos das Arcadas. A ação policial ocorreu para tirar da Faculdade quem não deveria estar lá. Infelizmente, essa a realidade.

Repetindo o que foi dito na pseudo-assembléia: o que vimos foi uma gente muito feia, feia e ameaçadora, tentando nos coagir a sair das aulas, sair da Sala dos Estudantes, sair das Arcadas. Por óbvio, não conseguiram. Se a visão era feia, o que ouvimos também era feio: “a-há, u-hu, a São Francisco é nossa !” . Não, a São Francisco não é deles,. É nossa, dos seus alunos. Ou pelo menos deveria ser, não fosse a funesta omissão do Fórum da Esquerda. E aqui não têm nada de racismo ou discriminação, como quiseram fazer parecer, distorcendo as coisas, mais uma vez. Tenho eu o sagrado direito de achar pessoas e atos feios ou bonitos. Achei-os feios !
Foi isso que aconteceu. Ipsis litteris.

A São Francisco para os franciscanos é o que sempre defendi. Se alguns ainda achavam que a paráfrase da Doutrina Monroe era apenas animus jocandi, está provado agora que não. Devidamente comprovado pelos lamentáveis fatos. Sente-se agora, nos olhos do franciscano a sua indignação e anseio: queremos a Sanfran de novo pra nós !
Para tanto, colheremos tantas assinaturas quanto necessário para que seja feita uma Assembléia Geral de alunos, cuja pauta é a destituição do Fórum da Esquerda da Gestão do “XI de Agosto” e sua conseqüente inegibilidade, fundamentado na sua não-representatividade da vontade geral dos alunos. Assine.

Luiz Gonzaga, testemunha ocular dos fatos Arcadas, XXI de agosto, CLXXX

sexta-feira, agosto 03, 2007

O PINDURA - prá quem quer dar e não sabe como

Resolveram fazer uma Palestra intitulada “Tradições Franciscanas”, na Sala dos Estudantes. Muito bom, isso ! É preciso ensinar os calouros. O Prof. Otávio, como bom Peruólogo, discorreu sobre a Peruada (oba !). O Professor Modesto filosofou sobre a Antropologia e outros quetais, sobre as nossas mais queridas e saudáveis tradições.
E então, como não poderia deixar de ser, uma excelente aula de falsidade ideológica: alguém que não é franciscano, e muito menos professor, como sugeriu ser, dissertando alegremente sobre o Pindura. Pode ter sido engraçado, mas verdade não é. Restaria também pensar se tal show, embora fundamentado em irrealidades e falsidades, não teria o fim de conseguir o resgate de alguns votos para as eleições de outubro. Em assim sendo, não teriam o meu, dada a má-fé da proposta.
Por isso resolvemos colaborar.
Como dito, é preciso orientar os calouros, não mentir pra eles. Pode não ser tão engraçado, mas é tudo verdade
Esse roteiro tem o fim de orientar, se for necessário, os calouros, nessa nossa árdua tarefa de manter viva a tradição do Pindura. Comemoração exclusiva de alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Afinal, aniversário das Arcadas! Temos que atender aos diversos convites recebidos dos Restaurantes, para essa comemoração.


Pindura
o ascendere para que o calouro seja elevado à condição de franciscano.

I. O infeliz do calouro, pra dizer que é da Sanfran tem que ter dado ao menos um Pindura.
II. Pegue vários ofícios, se na salinha abandonada tiver alguém. Corrija a trova que diz “...cobrar o XI”. Não é cobrar “o”, mas “do”. É que a periferia jurídica também se arrisca em alguns penduras por ai. Como não podem dizer “do XI”, porque não são alunos, cantam “no XI”. Coisas da vida! Eu mesmo, em minhas andanças por diversas delegacias, já orientei a incautos delegados que mandassem prender pucanos, orelhas, fmuhhhs da vida que, fraudulentamente, queria se locupletar, comemorando um aniversário que não é deles. Sugiro façam o mesmo !

III. Escolha um bom restaurante. Nada de miséria. Esfiha, sanduíche, não é Pindura, é pobreza de espírito. Junte grupos com meninas e meninos, na máximo meia dúzia. Para um restaurante grande, pode juntar um, dois ou mais grupos. Adicione um veterano, para não sair merda. Ele conhece o script.

IV. Entre no maior estilo. Se perguntarem se é Pindura, jure por todos os deuses que não é. Uma boa pergunta nessas horas é: que é esse negócio de Pindura?

V. Sente-se tranquilamente. Nada de ficar cochichando, olhando pros lados, ficar assustado. Aja naturalmetente.

VI. Peça pratos sem olhar os preços (já que você não vai pagar), mas não seja morto de fome. Peça apenas aquilo que deseja realmente comer. Sem exageros. Peça sempre um ótimo prato. Se for bebida, nada de cerveja. É coisa de miserável. Desculpe: de pessoas hipo-suficientes economicamente, pra ser politicamente correto.

VII. Aja como se você comesse em restaurantes de bom nível todos os dias. A gente sabe que você dá perdidos até no Bandejão, mas esqueça. Uma vez na vida, aja como se você tivesse classe.

VIII. Nem por um segundo pense Direito, não fale de Direito, de vestibulares, de pucanos. Nada. Nada. Fale de futebol, do Iraque, do cacete a quatro, mas nada de Direito.

IX. Se bebeu bebidas alcoólicas, como vinhos de ótima qualidade, saiba que você vai pagar isso. E também os dez por cento dos garçons. Esses dois itens são sagrados. Peça a conta. Separe o dinheiro da bebida e dos 10%. Mas não seja maloqueiro. Nada de se debruçarem todos sobre a conta, ficar fazendo contas e etc. Isso é coisa de pobre. Você está comemorando ser a elite, não se esqueça disso ! Calculadora, nem pensar. Coloque o dinheiro na caderneta da conta, incluindo o Ofício. Chame o garçon.

X. Cantem todos: "garçon tira a conta da mesa e ponha um sorriso no rosto . Seria muita avareza cobrar do 'XI de Agosto'". Em tempo: a trova deve ter os versos repetidos, não esqueça. O orador deve se levantar e dirigindo-se ao público, agradecer o honroso convite feito pelo Restaurante, para que pudéssemos comemorar em alto estilo o aniversário das Arcadas. Afinal, não é todo dia que se comemora ter 180 anos ! Ressalte também a hospitalidade e as grandes qualidades e fama daquele restaurante. Agradecer pela oportunidade de comemorar o aniversário das Arcadas naquele ótimo restaurante. Todos aplaudem. Em seguida, se não aceitaram a Festa, exija que todos devem ir para a Delegacia. Continue cantando outras trovas. Não repetir as trovas. Não dê, outra vez, uma de maloqueiro: nada de “Ô, leleô, leleô...”, nada disso. O Aniversário é das Arcadas. Cantemos as trovas !

XI. Não pode arreglar de jeito nenhum. Eles vão querer ameaçar, dizer que é crime, que não vai poder prestar concursos e outras besteiras. Tudo baboseira. Na delegacia diga que tem o dinheiro para pagar, mas que é uma comemoração e que isso não tem preço. Por isso não vai pagar. Não faça acertos. Você não está pedindo desconto, está comemorando. Vai pagar a bebida e os 10% e só. Nada de acordos, de pagar parte, etc. Isso não é Pindura, é esmola. Agora, algo muito importante: comporte-se na Delegacia como se estivesse em uma delegacia. Lá não é lugar prá brincadeirinhas e palhaçada. Porque você, agindo assim, terá que permanecer outras boas horas lá. Seja sério com o Pindura: faça certo !

Pronto. Depois de algumas horas de delegacia, você estará pronto pra voltar para o Porão e contar o fato e todas as vantagens que quiser acrescentar. E reunir um outro grupo, para um novo Pindura. Mude apenas o bairro, para não cair na mesma delegacia e ouvir aquela frase conhecida : você, de novo ?
Ah, importante: guarde o Boletim de Ocorrências, para anexar ao seu Histórico Escolar Franciscano.

Algum folclore sobre o Pindura:


I - Não é Pendura. É Pindura.

I I - Começou em cerca de 1850, quando donos de Pensões, Pousadas e restaurantes ofereciam um almoço especial aos franciscanos, no dia XI de agosto. A finalidade era descolar um bom partido prá suas filhas que serviriam, no caso, de prato principal.

I I I - Depois, como não tinha tanta donzela disponível para a sobremesa, ficaram apenas com o prato principal e passaram a Pindurar a conta. E esquecê-la.

I V - Depois, com o advento de mais 800 pseudo-faculdades, a coisa agora virou putaria e o Pindura é dado como se fosse no Dia do Advogado, 11 de agosto.Não é ! Oriente os delegados para que prendam aqueles orelhas. Isso é falsidade ideológica: querem comemorar o nosso aniversário, XI de agosto.

V - Boletim de Ocorrência não impede de prestar concurso. Você pode ter um BO por "n" motivos: assédio sexual no escritório, por estupro, numa batida de carro, por vomitar pela janela do XIº andar, chegando da Peruada e etc. Ou seja, não é o Pindura que poderia atrasar a sua vida, mas outras merdas que você vai certamente fazer pela vida afora.

V I - Não use a desculpa acima para arreglar na Delegacia. Se você é um cagão, assuma: não faça Pindura. Junte-se a outros franciscanos que gozam o tesão alheio, afirmando ter estado em Pinduras que não fizeram. Se você quer contar prá todo o mundo que quer ser juiz, não precisa usar essa desculpa, conta logo !

V I I - Tire uma cópia de BO e junte-o ao seu Histórico Escolar. Vai aumentar a sua média-com-pão-com-manteiga-ponderada.

V I I I - O maior Pindura foi dado em julho de 1906, quando os franciscanos apresentaram o Santos Dumont em Taubaté e foi feito um grande banquete para toda a cidade. Santos Dumont estava em Paris e mandou carta ao XI, comunicando que tinha feito o vôo no 14, 14. Alguns franciscanos aproveitaram que não tinha televisão, google, internet e fizeram-se passar pela comitiva do nosso Ícaro tupiniquim. Depois, o prefeito ficou um pouco "chateado" com a Sanfran. Mas, dado que o Presidente da República era um franciscano, resolveu deixar prá lá.

I X - O segundo maior Pindura foi o casamento feito no Maksoud, na década de 1980. Absolutamente genial !

X - O maior Pindura do século XXI foi em 2004. XXI franciscanos, no Bolinha, que alegou que também era adevogado, mas que não vinha ao caso onde tinha se formado. Esse Pindura foi divulgado em rede nacional pela Record. Um luxo, digno de franciscanos !

X I - Coloque aqui o novo recorde, no ano de 2007:

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Agora, chega de tanta falação. Vá fazer o Pindura !

(excerto do Livro As Arcadas: segredos, magia e estórias)