sexta-feira, novembro 07, 2008

Uma irrestaurável História

Um dos grandes feitos alardeados recentemente pelo Centro Acadêmico “XI de Agôsto”: a restauração da herma de Álvares de Azevedo/Fagundes Varella, garbosamente instalada no Território Livre, o nosso Largo de São Francisco.

Isso seria muito bom, se não fosse muito ruim.

A Herma está lá por obra e arte de XI etilicamente franciscanos que, na memorável Peruada Noturna de 2006, eufemisticamente surrupiaram-na da Praça da República, onde se encontrava abandonada à própria sorte e Natureza, morada de pombos e abelhas, desde 1907. Seu traslado, epopéia recheada de lances fantásticos, com direito a prisões, ofícios autorizativos fictamente verdadeiros, farta distribuição de mel poeticamente produzido, ao longo de um século - enquanto os homens faziam guerras e chegavam à lua. E a sua honorável implantação no Largo, com cimento e areia. Experimente você, em qualquer outra cidade do mundo que não seja São Paulo, comprar cimento e areia, às quatro horas da manhã. Isso é São Paulo. Franciscanos vivemos um mundo à parte mesmo.

Essa é a São Francisco. Que faz São Paulo e o Brasil.

Nas Arcadas, a tarefa, árdua e adorável, é apenas continuar fazendo História. A cada dia que passa. Estamos ali para fazê-la. Quando menos, senti-la de perto.

Um pouco da água que se misturou ao cimento para colar a herma no Largo proveio de suor e lágrimas de sonhadores franciscanos. Que orgulhosamente apuseram lá suas iniciais e impressões digitais. É certo que ela não está em ângulo reto, mas a Torre de Piza também não. As Pirâmides também estão sujas. Se ela se encontra toscamente esverdeada, foi também por obra e arte de outros etilicamente franciscanos que, retornando de orgulhoso Pindura, resolveram pintar a herma com milagroso verniz, que a retornaria ao puro bronze. Ledo engano. Ela amanheceu verde-em-folha, literalmente. Uma homenagem ecologicamente correta aos nosso virgem colega, poeta que, como nós, sonhou e amou na vida.

Isso é a São Francisco. Isso é História.

Por certo que aqueles teriam suficiência para comprar uma belíssima estátua, tinindo de nova para apôr no Largo. Mas isso qualquer um faz. Isso não é fazer História, é comprar estátua. A História não tem resgate. A gente tem que fazê-la, diuturnamente. Quem pensa comprá-la tristemente se engana. Correndo o risco de se tornar piada para todos os séculos. Como tal foi feito, em 1907, uma estátua do Álvares de Azevedo, com a herma do Fagundes Varella.

Isso é a São Francisco, pura História.

Em restaurando a herma, possivelmente ela ficará mais limpa, mais perpendicular ao solo, sem abelhas em seu interior, com direito até a uma placa de quem pagou a reforma. Mas será apenas isso. Um manequim na vitrine. Essa será a sua pobre história retocada, de segunda mão. Para ser então realmente fiel à estética, à beleza visual e à verdade, coloque a verdadeira herma de Álvares de Azevedo, não Fagundes Varella. Terá então sido despida de seu real e histórico sentido.

Em memória, ao menos aponham nela, a trova que então foi feita:

Te quero prá sempre no Largo,
morada da tua Poesia.
Teu busto defronte às Arcadas,
teu verso na Academia.

Bonita ela é como está, envolta numa aura de autenticidade: testemunha, objeto e prova do feito. O espírito franciscano como autor, por meio do seu animus jocandi, aparentemente brincando. Essa é a verdadeira, incrível e irrestaurável História. Da herma e das Arcadas.

Luiz Gonzaga __________ Arcadas CLXXXI, XI de XI.

domingo, outubro 26, 2008

O Forum da Esquerda na Série B !



Sorria, meu bem, sorria !

Pelo menos nisso eles tinham razão: nosso sonho não faz mesmo silêncio!

http://br.youtube.com/watch?v=HbB36IdPvt0

Enfim, a Semana Santa verdadeiramente franciscana: a Peruada, a Martaxa no lixo e o Forum da Esquerda na Série B!

Isso não é mesmo uma maravilha maravilhosa?

Mas também, jogaram tão mal que foram expulsos logo no primeiro tempo! Ao invés do cartão vermelho, um banho de Coca-Cola!

Os comunistas estão tão desolados, que um já reservou passagens para ir chorar na Alemanha. Outros, esquiando em Aspen, esperam amargar esse reconhecimento de seu imenso valor por um quorum inédito de franciscanos votando. Outros ainda ficarão em reclusão por muito tempo, enclausurados em suas coberturas no Morumbi. Quando se encontrarem para umas comprinhas básicas na Daslu, nada de falar em política. Pelo menos até chegarem os novos calouros...

Ai, minha São Francisco!

Se o quorum daquela magnífica Assembléia do Expurgo de 2007 foi pouco, como alegaram, se não tinha a forma legal prescrita (prescrita onde?), esse quorum foi legal. Muito legal ! Legal demais! Ah, como foi legal!

Mas, perai! Isso pode ser uma Teoria da Conspiração! Será que eles tão querendo perder tudo, só prá ficarem achando que ninguém gosta deles, posando de coitadinhos? Ah, se for isso, meu São Francisco, vou até cantar de novo: sorria, meu bem, sorria! Eles estão prenhes de razão!

Também pudera, né? Nas Arcadas não tem bolsa-família prá comprar votos do povo, empregos prá distribuir no Executivo, o Tesouro Nacional prá comprar o Legislativo, além de sempre dispor de Habeas Corpus, quando necessário do STF. Então, perderam de graça mesmo!

A felicidade é tanta que, imbuído da magnanimidade que caracteriza os franciscanos, ao invés de tripudiar, vou até colaborar. Vou sugerir que, ao mudar de nome (e eles vão mudar de nome, como sempre...), mudem de "chapa" para o sintomático "Chupa" Forum da Esquerda-modelito Série B"! A camiseta pode ser, conforme seus ideais espúrios, preta-e-branca. Mas não meio-a-meio, não. "Tem que ser 4x1, do jeito da minha Hilux!". Sob o patrocínio da Gaviões. Prá copiar-e-colar a carta-programa , prá invasões, semanas grey e outras pautas. Claro, o capovis continua, firme e forte.

Não fica bom assim?

Prá mim tá ótimo! E prá outros 981 franciscanos também!

O Roy Babbosa finalmente conseguiu passar na dp de Romano. Eu, no meu quinto ano. Eles se despedem, nós nos despedimos. Mas, ao contrário deles, saímos pela porta da frente.

Valeu Sanfran, pôr tudo nos comunistas!

Luiz Gonzaga _______________________________Arcadas, XXV de outubro, CLXXXI

domingo, outubro 19, 2008

São Francisco, nunca mais!


A Constituição negativada da nossa Academia de Letraz, tem apenas uma única jocosa e verdadeira norma: aqui, nada de Democracia! Manda quem pode e obedece quem tem juízo.

Nas Arcadas, a verdadeira Anarquia. Não no sentido distorcido que quiseram dar, de desgoverno, mas o Aristotélico: sem governo.

Franciscanos, somos como que a água de um rio, que corre eternamente; e nunca, num mesmo momento, a mesma. Somos um Território Livre, povoado, qual no Olimpo, por semi-deuses: uns acham que são deus, outros já têm certeza.O passo que nos distancia da qualidade de verdadeiros deuses é a decantada fraqueza, ainda humana, denominada humildade. Temos um idioma próprio, não derivado do indo-europeu, misto de festa com animus jocandi. Quando não, fazemos a Peruada, oba! Nos demais dias do ano, a seriedade de apenas festas normais. Como nos textos bíblicos, vivemos apenas as coisas de cada dia. Como por exemplo, uma festa. Assim como qualquer povo distinto, temos uma religião: “acima de tudo, creio em mim”. Uma vez por ano, eleições para o XI.

Porém, as Arcadas nunca sequer cogitou tornar-se um Estado. Franciscano jamais abriu mão de parcela de sua absoluta liberdade de expressão, em prol da segurança de todos. Não temos sequer candidatos a inimigos. Cada qual é soberano por si. Rei aqui, apenas o Peru. Por essas razões, vivemos em Estado Natural. Quem quiser postar-se em meio ao Pátio, camisa do Boca Juniors e cantar o tosco hino de los hermanos, que o faça. É direito seu. Que se prepare porém, para a manifestação da liberdade de expressão alheia, numa saraivada de pedras , palavras, palavrões, trovas, História, Tradições, Verdades ou invenções que virão, certamente.

Postos esses prolegômenos divagativos, cumpre afirmar que, sempre e sempre, calouro é burro mesmo. Na realidade, franciscano nunca é burro, mesmo sendo calouro. Eles, na verdade, são ignorantes. Ignoram a realidade da vida nas Arcadas. Povos mortais comuns têm Mitologia. Nós vivemos de realidades. Você, que me lê agora, é a Mitologia do Amanhã. Diferentemente de Hércules, temos todos XI tarefas. É Real essa Realidade. Franciscanos, temos esse fardo a carregar: expurgar comunistas hipócritas das Arcadas. E esse pedágio a pagar: termos todos, um dia sido calouros.

Como a tudo desconhecem, desconhecem também que há, no Lá-fora, uma erva daninha que teima em lançar suas teimosas raízes, na forma de franciscanos-comunistas. Porém, tudo bem: têm eles também a sua sagrada liberdade de expressão. Nós, aqui, confiamos que, mesmo vicejando, são logo estirpados de nosso Jardim de Pedras.

Diria eu que são maquiavélicos os gajos. Porém, em memória à genialidade de Maquiavel, corrijo: são diabólicos os gajos. Descobriram que o calcanhar-de-aquiles das Arcadas poderia ser os seus calouros. E fizeram deles o seu alvo de atuação.

Como mentem os comunistas aos pobres calouros! É uma judiação! Como dito, as Arcadas não são um Estado, portanto não temos e nem precisamos de um Governo. Logo, dentro da sua estreita e medíocre visão, não temos e nem precisamos de Esquerda, Direita ou Centro, que é o que sobra. Cada franciscano é um todo em si mesmo. Não temos lutas de classes. Exceção feita ao Interpanelas, claro. Nossa única opressão, maldita opressão é a existência deles, os comunistas. Somos, por óbvio, conservadores, sempre. Queremos conservar a grandeza das Arcadas. Que não os inclui, certamente.

Franciscano não precisa se unir em grupo para tomar o XI, condição para garantir um emprego de assessor de político salafrário quando formado. Ou uma boquinha qualquer, pra mamar nas tetas do Erário Público. Habituados à meritocracia, os fascistas da Direita também conseguem seus bons empregos, tranqüilamente. Somos franciscanos, afinal. Não é preciso vender a alma pra conseguir um emprego.

Então, caros franciscanos abordados pelos comunistas, toda essa verborragia é para apenas lembrar isso. Todos nos sensibilizamos quando temos que passar por sobre moradores-de-rua para poder entrar nas Arcadas. Porém, para externar isso não é preciso hipocritamente verter lágrimas e nem fazer faixas e cartazes e desfilar pela Paulista. Não corrigiremos as mazelas do neocapitalismo pelas “falas da cumpanherada”, após uma Assembléia, repleta de muita hipocrisia, além de faixas do MST, do DCE e até da Gaviões da Fiel. Com os votantes sendo alguns realmente pobres coitados, manobrados ao preço de um pão-com-mortaNdela-e-amanhã-um-suco. Lanche esse transportado em um modesto Audi, claro.

Franciscanos-fascistas-da-Direita habituados com a meritocracia e a real liberdade de expressão reinante nessas Arcadas, vivemos de Realidade, como dito. Temos dificuldade em conviver em um país, cujo presidente outorga uma Nova Ortografia, mesmo desconhecendo a atual. Que, embora sendo alcoólatra decreta a Lei Seca. São-nos fundamentos muito disparatados esses, como todos os demais. Essa, a grande razão da rejeição do que sejam comunistas nas Arcadas.

Uma imagem diz mais do que mil palavras. Falso esse dito, já que expresso apenas em palavras. Mas fazemos isso: veja o link para o youtube, ao final do texto.

São algumas imagens colhidas durante a Invasão das Arcadas, em 21 de agosto de 2007, por falsos movimentos sociais, manipulando aqueles citados e realmente pobres coitados. A então gestão do XI, o Fórum da Esquerda comandando a Invasão, omitida a todos alunos, para não “estragar o movimento”. A isso chamamos Traição, não-representatividade, estelionato. Em chulas palavras, coisa mesmo de filhos-da-puta, se não!

Ela não ocorreu com a permissão, nem a adesão dos alunos, conforme mentirosamente alardeado pelos comunistas aos calouros. Quis a História que não tivéssemos imagens da Assembléia de 925 (?) franciscanos superlotando o Salão Nobre, exigindo, em uníssono, a deposição do então Presidente do XI, na mais legítima expressão de vontade geral. Essa a verdade, a nossa Realidade.

Franciscano cumpriu o seu dever, para ser aluno das Arcadas. Como diz o Direito, quem cumpre o dever, tem uma faculdade. E não abrimos mão Dela. A Faculdade é nossa mesmo.

Tentaram apelar para um historicismo hipócrita, a Tradição de que a Polícia não entra nas Arcadas. E não entra mesmo, se for contra os alunos. Mas, em havendo um incêndio, Bombeiros, que são Polícia, têm que entrar. E em havendo invasão, de retomá-la, aos seus verdadeiros donos. É mais outra hipocrisia apelativa, a alegação de ser as Arcadas espaço público. Ela é dos alunos. Esses sim, porque fazem nela a História do Brasil. Com Direito, sob todos os aspectos.

Fosse eu um jornalista, escreveria tudo isso com algumas poucas palavras. Mas minha crônica intenção é outra. Por isso o passeio histórico e alegórico. Tenho a ousada pretensão de escrever a História das Arcadas. E isso não se faz com lacônicas e jornalísticas frases. Dai longos textos, para relatos fidedignos. Se eu fosse um marqueteiro, poderia apenas argumentar assim, em tempos de eleições para o XI: quem são verdadeiramente os comunistas? São casados ? Têm filhos?

Cuidado portanto, eleitores: a versão comunista de toda a História é porca, suja, vil, abjeta, falsa, ardilosa, traiçoeira, peçonhenta, mentirosa e hipócrita. Querem contornar toda essa realidade, colocando um calouro como Presidente. Mas isso não engana mesmo ninguém. Como também dito, calouro pode ser ignorante de fatos. Mas, por ser franciscano, burro jamais. Por isso, não colocaremos o XI nas ditas traiçoeiras mãos.

Caros comunistas: São Francisco, nunca mais!


Luiz Gonzaga Arcadas, XX de outubro, CLXXXI

http://www.youtube.com/watch?v=ARoyg7LPGj4

sábado, outubro 18, 2008

É Peruada, oba!

É assim a Peruada.

Uma manifestação política dos Estudantes do Largo. Invadidos por estudantes do Brasil inteiro. Mas sem siglas. Invasão essa que é bem vinda, permitida, aceita e querida.

Uma festa ecologicamente correta, preenchida com muito verde. Quando queimada, o efeito estufa é mínimo. Desodorantes a granel. Por onde você passa, alguém lança perfume. E fica tudo inebriante, feito um tango argentino.
Respeitamos estritamente a Lei. Todas as latinhas encontradas pelo caminho estavam, conforme preconiza a Lei Seca, absolutamente vazias.
Como o prefeito proibiu outdoors, as propagandas iam nas fantasias mesmo. No melhor estilo: "bebeu? Pega esse táxi". ou ainda, escrito nas costas: "invista nesse Fundo". Quantos e quantos bafômetros espalhados, para as meninas fazerem o teste. "Eleção? Coloque o seu voto na minha ulna". Um exemplo de cidadania.


Imagine:
O repórte disse que tinham cerca de 150 estudantes na Peruada...


Alguma coisa acontece no meu coração
Quando a Peruadas cruza a Ipiranga e a São João...

Em frente ao prédio do Goffredo, na Avenida São Luís.
Esqueceram de homenageá-lo.
Tudo bem. O Resgate é assim mesmo.

A presença da Academia de Letraz, em imagem.


Em frente à Camara municipal. Lá dentro, políticos.
Ouvi muitas reclamações de roubo de carteiras, celulares e até eventuais virgindades. Haveria ligações ?
Não a dos celulares, já que foram roubados. Mas outras?
A gente ficou esperando ali o Discurso político que justifica a Peruada como Tradição.
Como Tradição, o tal discurso não saiu.
Bom, dai fomos embora, né?



Franciscanos...




O Vitão, subindo a Brigadeiro.

Já em solo sagrado do Território Livre, a Peruada, com seus cerca de 150 manifestantes, conforme disse o tosco e grotesco repórter.


Como era de se esperar, no Eterno Beijo eles continuam se beijando. Eternamente.

Eter na mente?
Eterna mente?
É terna mente?
Mas é assim mesmo: na Peruada pinta a maior química. Irresistível.



O mastro, servindo de pau-de-sebo.
Lá, aparentemente, um Homem das Cavernas.
Se você perguntar o nome dele, rapidamente vai lhe responder: meu nome é Enéas!


Será que foi no Viaduto do Chá que o repórter contou os 150 estudantes?



Na Conselheiro Crispiniano.
Não na sala de aulas. Na Rua.
A trêmula emoção transparece até na foto.


Bom, daqui prá frente as imagens são reservadas, prá não queimar o filme de ninguém.
Ficam fixadas apenas na retina e na memória. Ou melhor, só na retina.
Não se têm "lembranças", mas "esquecimentos" da Peruada.

Ainda bem!


Arcadas, terceira sexta-feira de outubro, CLXXXI


sábado, outubro 11, 2008

Vagas lembranças da primeira Peruada. Oba!


Capítulo V - A primeira Peruada. Oba !

Para um leitor ocasional, alerta-se que esses psicografados escritos são originários de Roy Babbosa, calouro de 1828, o espírito franciscano, por isso onisciente e onipresente. Além do que está em dp de Romano, pois não consegue entender a complexidade do conceito da propriedade horizontal. Conta-nos a gloriosa história da Faculdade da História, como testemunha ocular. Não na forma de notícia de jornal, mas de modo apaixonado, em crônica. Cabe-me apenas e tão-somente transcrevê-lo. Ai vai.

O que agora interessa é a Peruada. Oba ! Que diáfana e sinistra origem teria essa festa, passeando-se pelas cercanias do Direito, metendo a boca em político safado e a boca no gargalo, prá variar ?

Assim foi a primeira Peruada. O mote desse relato: Vamos meter o Peru prá dentro das Arcadas !

Roy fez-se calouro por obra e graça de sua patroa, Domitila. Era feitor nas fazendas da moça, pau-prá-toda-obra. Feitor das escravas e da patroa. Substituía Dom Pedro , que só vinha pontuar a dondoca três vezes por ano, já que a ponte aérea ainda estava por existir. A carne é fraca. Por isso, assume Roy essa tarefa. Logo, Domitila conscientiza-se que Pedro é pouco. Por isso, faz o Imperador criar a Faculdade de Direito: XXXIII vagas ! Um calouro por dia. Três XI ordenados Entre eles, Roy, para coordenar os meninos.

Diariamente, após as aulas (é! A parte maçante da Academia), reuniam-se no centro do Pátio e cada qual recebia um número. O que saísse com o XI deveria comparecer e conhecer” (linguagem bíblica: franciscano também é cultura) a DoMETIla naquele dia. Seria excluído do sorteio. Ficaria até o mês seguinte na saudade. Nada de barangas. Não as havia. Àquele tempo, balada era tiroteio. Mulheres, só dos bandeirantes e outros temíveis desafetos. Melhor não. Mais vale um peru nervoso por um mês que perecer eunuco !

Portanto, o sorteado do dia era o felizardo! Lá se ia ele, rua da Freira abaixo. Nosso relator, Roy, retira-se e vai cuidar das escravas. Era duro com elas. Elas, muito abertas com ele. De suas andanças é que ficou conhecida a expressão atrás-da-moita. Muito ali se fez. Quem dava assistência técnica para toda essa maçaroca de tribulações era o médico Libero Badaró. Fazia o papel de porteiro de boate: trabalhava onde os outros se divertiam. Mas dava também lá as suas marteladas. Na Marquesa e nas escravas. Resumo: especialista em coito e pós-coito.

Assim se passavam os meses: estudava-se Direito e fazia-se sorteio. Vez por outra, uma Dança. Monótonas. Dançava-se mesmo. Nada de conversar lá fora, ver o Sol nascer, passear pelos campos de Piratininga, dar uns pegas, bimbas e quetais . Nada. Por isso, o tédio.

A grande diversão acadêmica se resumia na Visita Domitiliar. Lógico, fazia-se Poesia ali, recitavam-se grandes poetas, filosofava-se e se teorizava um Brasil melhor. Não, não havia comunistas ainda, com a graça de Deus. Mas só isso não acalma o peru. Por isso, ficou ela conhecida como “a Perua”. Um demônio a dita. Acabava com o pobre franciscano. O sorteado voltava que era um traste, feito a uma uva-passa, todo ralado ! Judiava mesmo, sem dó. Reza a lenda que Dom Pedro criou o Poder Morderador em homenagem a ela. Por isso, lá pelos idos de outubro, revezando-se ainda nos sorteios diários, resolveram os franciscanos fazer uma grande festa. Aproveitaram-se do animus jocandi, norma fundamental franciscana, recentemente inaugurada. Era essa a idéia: iriam fazer a visita à Domitila, todos juntos !

Na terceira semana de outubro prepararam-se todos os franciscanos, regados à “água- ardente” prá temperar o clima. Devidamente calibrados, alguém deu a idéia de dar feição de manifestação política à caminhada. Era preciso disfarçar um pouco a empreitada. Surgiram então frases como “Com a sua fé e as nossas fezes, vamos mudar São Paulo”, “Dom Pedro não vem a São Paulo, a gente mete o pau na Marquesa” e outras preciosidades. A frase principal, conhecida dos franciscanos e desconhecida da população era “Vou meter o meu peru prá dentro das Arcadas”. Todos sabiam que as Arcadas eram as Arcadas e pronto ! O que não sabiam é que essa era a jocosa intenção: após trinta e três, ficaria ela até com as pernas arcadas, semelhantemente àquelas do nosso Pátio!

Éramos uma são Paulo de XI mil habitantes, em 1828. Música, só canto gregoriana. Nada de DJ, Disco, Techno, Rock, Axé. Então, prá fazer barulho, como um último Recurso, alguém surgiu com instrumentos musicais e formou-se então a Bateria Agravo de Instrumento da São Francisco, BAISF para os íntimos. Tornou-se o Território Livre uma grande carraspana: franciscanos altamente entorpecidos, ao som do primeiro e então único hino , “Onze, Onze”. Há que se lembrar que não havia ainda a espécime “franciscana”. Um verdadeiro quartel, a Academia! Para despistar, nossos ancestrais resolveram fazer um percurso indireto, aproveitando o fato de que ao ébrio a linha reta é um enorme desafio, saíram por um tortuoso percurso prá percorrer o imenso “triângulo” que era São Paulo.

Lembram-se das filhas dos donos da cidade, as monótonas dançarinas ? No caminho, ao som “acústico” da BAISF, franciscanos traziam para o meio da festa aquelas donzelas e enchiam-lhes o caco com o mais batizado goró. Longe do pai, calibrada pela cachaça, as donzelas o que mais queriam era se desdonzelizar. E dá-lhe moita ! Hoje temos a mulher-melancia, mulher-trepadeira e etc. Naquele tempo, só mulher-capim mesmo. Ao aborcar uma provinciana, franciscano saía cantando “Primeira, Primeira, eu sou da Primeira !” Surge também o que hoje se transformou num jogo de cartas: o truco ! Era assim: chegando o franciscano à décima-primeira donzela pontuada, gritava XI ! Um fuzuê ! Todos o erguiam nos ombros, carregado triunfalmente, ao som do Onze, Onze ! , até que viesse o próximo. Assim por diante. Desde o incêndio de Roma, não havia balbúrdia semelhante ! Todos de fogo.

Chegaram à casa da Marquesa. Porém, àquela altura dos acontecimentos, não teriam condições de consumar o ato, ocorrendo assim apenas o crime tentado. No percurso e com as donzelas tinham deixado toda a sua energia e o máximo que conseguiam era ejacular pela boca, um vômito desmedido. Além do que, lembravam-se vagamente do que realmente tinham ido fazer ali. O que era mesmo ? Por isso, como vazia manifestação, xingaram um pouco o Imperador, só prá constar. Era um germe da esquerda festiva, que grita por gritar e nem ela mesma acredita. Continuaram até voltar ao Largo e às Arcadas, que é a única coisa que lembravam. Dai surge essa tradição de completa amnésia pós-Peruada. E surge também a primeira e tosca trova, curiosamente com o verbo no futuro, pois que passado não havia: Aqui será berço da História/do nosso Brasil, Pátria amada/A gente vem prás Arcadas/querendo fazer Peruada. Coisa de breaco, bem se vê.

Esse, mais um heróico ato franciscano. No dia seguinte, todos os jornais do mundo, o New York Times, a rede lobo, a internet , tudo, noticiavam: Franciscanos fazem a Peruada ! O diretor da Faculdade não queria permitir, mas os franciscanos dormiram, fizeram a primeira Vigília do Peru nas Arcadas, e saíram do mesmo jeito; o prefeito da cidade quis impedir mas não conseguiu já que só levávamos faixas e não outdoor; A Igreja falou que era o fim dos tempos; o presidente americano alertou sobre terroristas, esses franciscanos fundamentalistas; a polícia queria mandar a tropa de choque, mas foram desligados; argentinos, morrendo de inveja, quiseram fazer uma também e, em homenagem a outro animal, criaram a “Viadagem”; cariocas, por não terem outra motivação, promoveram um arrastão; astrofísicos documentaram o surgimento de uma nova estrela e a batizaram Sanfran; muçulmanos reivindicaram a primazia, dizendo ser a sua peregrinação à Meca mais antiga. Esqueceram-se de que a nossa meca é mais gostosa, onde canta o peru-sabiá; doutrinadores do Direito questionaram sobre se a Peruada era um ser, advindo do poder soberano inserido na norma fundamental franciscana; os alunos dos cursos de alfabetização jurídica espalhados por esse Brasil queriam dizer que tinham também participado; religiosos bíblicos confirmaram ter o Sol parado pela segunda vez, prá ver a banda passar; ufólogos viram discos voadores sobrevoando a cidade para assistir a parafernália; o presidente afirmou que essa era realmente uma campanha de fome zero: todo mundo comendo ! O próprio Deus, que todos sabem ser brasileiro e franciscano de carteirinha, abriu uma janela no Céu para apreciar o movimento. Lançou como benção um manto de Amizade e de Alegria sobre as Arcadas, a reinar entre franciscanos. Essa norma eventualmente não tem plena eficácia quando das eleições para o Centro Acadêmico, quando a chapa vencedora exclui o elemento XI. No Universo não ficou pedra sobre pedra !

Por recomendação do doutor-calouro, professor Libero Badaró, a nossa rica história precisa ser contada em doses homeopáticas. Por isso, Roy psicograficamente deixa aqui as suas impressões, como testemunha ocular, sobre o início da tradição dessa Academia de tradições, a Peruada. Não se contam aqui mais repercussões do evento, evitando que se possa pensar que houve qualquer exagero. Ele se desculpa ainda por não ter muito mais detalhes prá dar, tendo em vista a ocorrência de pt, por coma alcoólico, o que lhe resultou em certa confusão mental, alheamento e amnésia.

Roy Babbosa, o espírito franciscano, na única psicografia autorizada, realizada por
Luiz Gonzaga ________________________________ Arcadas, XI de outubro, CLXXXI

domingo, outubro 05, 2008

Carlão avisa: nesse ano, tem Peruada no céu.


Essa Poesia foi escrita como que em despedida num discurso de Formatura. Uma homenagem ao espírito franciscano, que faz diferenciar tanto esses já diferenciados habitantes dessas Arcadas, de quem tanto nos orgulhamos. Dela e deles.

Depois de cinco longos anos, fica muito difícil saber o que é mais, se ter o espírito ou conviver com Ele. Porém, esse é um problema tão maravilhoso que qualquer da Terra gostaria de tê-lo. Feliz de quem os têm a ambos.

E pretendia eu, apresentar a Poesia na Vigília, dia tão especial, noite aliás, em que, alguns poucos, nos dispomos à simples contemplação, reverência, Amor ou sabe-se lá o que mais, aguardar com as estrelas, a chegada da Peruada, nesse sacrossanto Pátio das Arcadas. É uma experiência incrível que convido você também a participar dela.

Leria eu, então a Poesia, uma reverência, em ambiente tão propício.

Quis Deus porém, em seus desígnios tão desconhecidos e a nós tão absurdos, levar um de nós, verdadeiro espírito franciscano.

Dizia-me o Carlão, quando então calouro: “se é como você diz, tem-se o espírito ou não, não vamos adquirindo-o aos poucos, então, pode ter certeza que eu já o tenho comigo. Mesmo antes de ter passado na Sanfran!”. Magníficas palavras essas!
Como um defensor da idéia tão mal-interpretada de que as festas deveriam “vender” a grife Sanfran, era-me bom saber que um calouro levaria à frente o espírito. Ele não só compartilhava da idéia, como as realizou na prática, para espanto dos anti-umbiguistas. Vide o sucesso do Baile do XI.
Nesse seu pouquíssimo tempo entre nós, realizou muito mais do que a maioria, em cinco anos. E meus diálogos com ele sempre foram nesse tom de brincadeira e “cobrança”, acerca do espírito.

Alguém admirável e brilhante, de origem humilíssima, mas que jamais alardeou isso, para mais ou para menos. Não era de palavras, mas de ações. Conseguiu conquistar a Amizade, o respeito e o Amor de todos nessas Arcadas. De tão franciscano, foi-se embora no dia de São Francisco!

E nós aqui, ficamos com as suas lições e a sua Alegria. E com a certeza que realizará a primeira Peruada no céu !

Como uma singela homenagem, dedico então a ele a poesia.

A poesia do Espírito

É uma aura que nos envolve e abrilhanta
Ele nos anuncia antes que cheguemos,
mas também nos denuncia e cobra, só por estar em nós
Ele nos engrandece,
mas pede humildade para que possa se expressar.
Ele nos causa orgulho,
mas jamais poderá ser fonte de arrogância
Ele nos torna uma fortaleza ,
Não para nos enclausurarmos nela
Mas para partilhar com todos essa grandeza.
Ele causa a admiração geral e o respeito,
mas desperta a inveja e o ódio de alguns.
Ele se expressa pelo animus jocandi
Ciente de que o riso
fertiliza o espírito
e germina a criatividade.
Ele expande a mente,
mas apenas se for para expressar o coração.
É fonte da eterna juventude,
porque eterniza a sua obra,
qualquer que seja ela.

Essa, a Poesia. Esse, o Carlão.

Luiz Gonzaga ____________________________Arcadas, IV de outubro , CLXXI

sexta-feira, setembro 26, 2008

Chora, V ano, chora: fraude na eleição de Patrono

Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Mutatis mutandis para esse sacrossanto universo franciscano, a frase fica assim: dize-me o que aconteceu e dir-te-ei quem foi. Afinal, foram passados cinco anos diuturnamente nessas Arcadas convivendo com toda a espécie de recursos que se utilizam para a obtenção de um fim. Os honestos e os nem-tanto.

Marcadas as eleições para os quintanistas votarem em Jurador, Orador, Professores Homenageados, Paraninfo e Patrono. Para a formatura que vem ai, infelizmente.

Fraude! Existe isso? Fraude em eleição para Patrono da Turma CLXXVII? Santa inocência. Estamos na São Francisco, ora pois!

Vai me acompanhando nesse boletim das ocorrências que o seu faro anti-maracutaias já vai matando a charada.

I – o voto por computador, para impedir fraudes, catracamente falando, a senha era incrivelmente o número de matrícula. Algo criptográfico, secreto, ninguém tem acesso, Deus me livre;

I I – A data limite para as votações era o glorioso dia 22 de setembro. Que, como costuma acontecer com os demais dias, termina à meia-noite. E, por ser o último dia, certamente conteria um grande número de votantes, já que estamos no Brasil, certo? Às XI:30, erradamente , claro, foi informado via email o resultado da votação. Fiquei eu aqui pensando que fosse um problema de fuso horário e que a Comissão ainda estivesse sob os eflúvios das Olimpíadas, no outro lado do mundo. Ou os votos já seriam suficientes?

I I I – Alunos que foram votar, obviamente no último dia, depararam-se com uma caixa de diálogos interessante em seu computador: você já votou! Mas, como assim, já votei? Eu não votei. Votaram por mim? Sim. Elementar, meu caro Watson...

I V – Daí, levantou-se a lebre: fraude. Fraude? É, fraude! Quero dizer, ainda não se levantaram as lebres. Pois foram vários os que se depararam com idêntica situação.

V – Denunciada e publicizada a coisa (epa!) a Comissão acertadamente decidiu por anular o pleito. Perfeito. Só que, mui burocraticamente, convocaram uma nova eleição, para corrigir esse erro burocrático-administrativo. Não, não foi um erro. Foi fraude! E exige apuração sobre quem votou e em quem. Absolutamente simples de resolver. O “controller” do site da Stillus, em apenas querendo, em uma fração de segundos, detecta o votante e o votado, a data, com a precisão de milésimos de segundos, o IP do computador utilizado e outras coisas. . Em apenas querendo. Não se precisa ser um Bill Gates da vida para checar uma consulta a uma lista. Mas isso não foi providenciado. Apenas e rapidamente, a nova eleição. Afinal, “comissão” é poder delegado. Pelo grupo total de formandos.

V I – Que tal você ter fornecido um endereço de email para a Comissão, criado exclusivamente para assuntos de Formatura e receber uma mensagem dele pedindo votos, em pleno domingo à tarde? Mas votar em quem, Deus do Céu? Ohhhhhhhh!!!!!!!!!! Em linguagem cibernética, o seu espanto fica mais ou menos assim: [:D]. Ainda mais: você, atendendo àquele apelo, vai então votar e encontra aquele belíssima caixa de mensagem: você já votou! Como assim, já votei? Eu ainda não votei ! Santa inocência. Elementar, meu caro Watson. Todos têm o seu modus operandi, a gente conhece de várias Peruadas.

VII – Aos vencedores, as batatas quentes! Parabéns ao Jack e ao Danilo! A poesia do Danilo é algo brilhante. Sua interpretação dela chega às raias do belíssimo! A única restrição que se pode fazer, como aluno-formando é que, nos CLXXXI anos de existência dessas Arcadas nunca houve uma poesia como Discurso. Algo que aliás foge ao bom entendimento vernacular. Discurso é prosa, ora pois. Nem mesmo na formatura do Olavo Bilac ou Álvares de Azevedo o Discurso foi no formato de Poesia. Os outros tantos e tantos nossos poetas que me apóiem nessa afirmativa. Porém, essa é apenas uma opinião pessoal. E de outros tantos. Mas que, em sendo eleito, seja aceito.

VIII – Ou seja: os vencedores não precisavam de fraude pra vencer. Será então que estariam usando o Danilo como laranja? Isso não! Ai já é demais para o meu pobre coração! O Danilo jamais seria usado como laranja para ninguém! Será que seria altamente interessante para alguém que o Incomparável fosse o Patrono? Ou quem sabe o Beercovixe! como professor Homenageado? A Constelação Oriônica talvez? Será que haveria interessados em levantar o moral, após um eventual e fragoroso bota-fora realizado pelos alunos? Teria algo a ver isso tudo com a futura eleição para o XI?

IX – O que virou moda no mundo e, claro, nos macaquitos brasileiros, é sempre argumentar com a ‘Teoria da Conspiração” quando se faz qualquer tipo de denúncia. Algo como uma frase de efeito. Políticos, quando pegos com a boca-na-botija costumam declarar, estupefatos: isso é uma calúnia! E os fatos costumam se comprovar em seguida à alegação de calúnia. Muito embora acabem dando em nada. No máximo, pizzas. Mas não estamos no mundo, estamos no mundo das Arcadas. Uma comunidade restrita, num universo de elementos conhecidos. Sobejamente conhecidos. Então, que não baste a estupefação. Ou a alegação da Teoria. Basta que se constate, como dito, junto ao “controller” do site. Saberemos os autores, os criminosos, os beneficiários de tal ação criminosa. Nem que seja só para confirmar. Ou para tornar esse boletim de ocorrência uma calúnia. Daí processem o cara, maldito infame!

X – Se preciso, poderíamos chamar a Polícia Federal, para eles deflagrarem aqui uma Operação policial. Fiquei até pensando em algumas sugestões para o nome: Operação catraca-russa? Cujo tiro saiu pela culatra? Operação Feiticeira ? Aqui, uma clara alusão à primeira-dama. Ou ainda: Operação "vai-tomar-no-cu, meu Peru ninguém grampeia"? Não, esse é ‘o” mote da Peruada. Seria plágio. Aliás, coisa comum em nosso meio, ultimamente. Já quando é plágio de si próprio não é crime, é apenas um estilo de fazer, um peculiar modus operandi. Acorda, Watson!

XI – Ah, o que também costumam alegar, diante de qualquer denúncia é que é “coisa de perdedor”. Que seja. Mas que se constate rapidamente, antes da data para a próxima eleição, marcada tão afoitamente. Primeiro as providências, depois as novas eleições. Porque somos sim, todos perdedores, se não aparecerem publicamente os culpados. Perderemos todos, os franciscanos decentes e os brasileiros. Daqui a dois meses eles sairão daqui, diplomados como bacharéis em Direito pela São Francisco, para gloriosamente se juntar aos Lalaus e Mamatos da vida. Ou, mais provavelmente, continuar a carreira política, inflacionando ainda mais o nosso Congresso com seus pares.

Esse texto, multicolorido apenas para indicar o caminho das pedras, é essencialmente cinzento, nebuloso e negro. Chora, São Francisco!

Luiz Gonzaga – V Ano (Deus me)Livre __________ Arcadas, XXVI de setembro, CLXXXI

sábado, setembro 20, 2008

Festa da Entregação-2008


A Tese de Láurea enfim achou uma finalidade: álibi

A maioria dos cursos superiores exige, via MEC, a realização de um Trabalho de Conclusão de Curso pelos alunos. Tal medida visa a dar um mínimo exigido de qualidade ao curso ministrado. Principalmente na área do Direito, com suas mais de 800 “facul” que existem por ai. A Faculdade de Direito de São Paulo dispensa essa exigência, tendo em vista que supera e em muito o que é exigido pelo MEC. Ou por qualquer outro.

Tal exigência, para quem está subordinado à ela, em nada acaba se vinculando à esperada qualidade. Ao contrário, cria mais empregos, como se sabe. Uma enormidade de anúncios vendendo Trabalhos prontos ou semi-prontos. Só aquecer, dar os últimos e retoque e não se esquecer de colocar o próprio nome. Isso se aplica aos alunos e incrivelmente aos Professores também. Enfim, como em tudo o mais, como sói acontecer nesse nosso Brasil, a eficácia da Lei mostrou que não se criaram mais bons cursos, boas faculdades, bons alunos e bons professores. Enfim, bons profissionais. O que a Lei fez foi diplomar escroques, fraudadores e Instituições entregadoras de diplomas. A muito bom preço, claro. Essa, a realidade que conhecemos.

Esse enfoque, mais uma vez não enquadra a nossa Faculdade de Direito. Franciscano, enquanto ainda sob a sombra das Arcadas costuma ter vergonha na cara. Depois, sabe-se lá. Não por qualquer virtude transcendental, mas não há "clima" para o delivery. Fica muito engraçado imaginar se isso acontecer um dia. Seria tão avacalhado e tripudiado que talvez pulasse do terceiro andar sobre as lanças do Túmulo do Julius Frank.
Falamos de graduação. Entretanto, por vezes, pode acontecer de aparecerem Teses esdrúxulas, descaradamente copiadas, sem qualquer referência à origem da colheita de dados. Isso tipifica-se penalmente como fraude. Quando se fala em direitos de Autor, em Plágio. Fortuitamente pode ocorrer em Concursos para Professores. Não se graduaram nas Arcadas, então tentam a última chance, uma pós-graduação ou , quem sabe, concurso para professor. Alguns ainda candidatos, alienígenas que pretendiam aportar por aqui, via Tese suspeita, no mínimo que se possa dizer. Outros ainda, já até empossados, garbosamente ministrando sua sabedoria aos atentos calouros franciscanos.

Desde 2004 sempre defendi que a Tese de Láurea existisse. Mas não com a finalidade de atestar o curso de graduação, já de nível no nosso caso, mas que tivesse uma utilidade prática. Para alunos que apenas desejam se bacharelar não tem utilidade nenhuma. Uma exigência desnecessária. Estariam dispensados dela. Mas, para aqueles que pretendem atuar na vida acadêmica, na pós-graduação, concursos para professor e outros, deve sim ser requisito obrigatório. Porém, além de ser obrigatória, contar como pontuação especial para a obtenção de outros títulos. Ou ser publicada na Revista da Faculdade. Ou as duas coisas. Ou outras mais ainda.
Enfim, são idéias para que a elaboração da Tese de Láurea não seja uma simples TPM (Tensão Pré-Monografia) para os alunos. Uma neura inútil, estéril de finalidade. Algo criado apenas para atenazar a vida de infelizes quintanistas. Para depois ser arquivada e fim. Mas essa será uma excelente pauta no “calendário de lutas” futuras. Quem viver, verá. Quem sabe, quando a Representação Discente acordar para essa lastimável realidade haja um novo rumo.

Por enquanto, a Turma 177 resolveu o problema: a Tese de Láurea tem sim uma finalidade útil. Pelo menos para essa Turma. Serviu de álibi para a realização da Festa da Entregação, no Porão. Para quem não creu, créu! A melhor dos últimos cinco anos. Pelo menos do que eu consigo me lembrar. Que é pouco, muito pouco.

Luiz Gonzaga - V Ano (Deus me) Livre - Arcadas, XIX de setembro, CLXXXI

segunda-feira, setembro 01, 2008

O que eu faria com seis milhões de reais?

Para os mais apressadinhos, já respondo imediatamente: o XI deve comprar TUDO em ações inalienáveis. A idéia não é só minha e é antiga. Vem lá de 1911, quando fizeram isso pela primeira vez. Pronto, está dito.
Daqui pra frente, vou brincar de adevogado: vou defender essa idéia.

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A quantia pertence ao Centro Acadêmico “XI de Agosto”, com os seus cento e seis anos. E que terá outros tantos. Esse é o motivo dessas palavras, que pretenderá fazer uma pequena viagem pelo mundo da Economia, das Finanças, do mundo do dinheiro e da nossa grotesca ignorância como povo brasileiro.

A discussão tem sido feita por alunos, como é óbvio. A ampla maioria tem cerca de 20 anos e, apenas um fato, sem qualquer ofensa, mal sabem gerir a própria mesada. Jamais citei a minha “suposta experiência”, mas nesse caso penso que ela pode ser de alguma valia.
Por certo aparecerão montes de sagazes interessados em dar “um melhor destino” ao valor. Ressalvo que o “melhor” é o melhor pra eles”. Devemos ser muito cautelosos com a ajuda que estão nos querendo oferecer.

Por essa razão escrevo aqui. Não falarei em uma Assembléia, com 30 segundos de tempo. Porém, gostaria da sua atenção para os pontos que pretendo ressaltar. Visam a colaborar com o debate acerca das idéias e sugestões.
Não tenho em absoluto nenhum interesse outro, a não ser o de aluno, que quer ver o XI continuar a ser dono desse patrimônio por mais cem anos.

I – Caso o juiz tivesse julgado de ofício, bloquearia a quantia, assim como todo o restante é bloqueado, inalienável. É óbvio que não foi o caso, mas o espírito deveria ser o mesmo. Afinal, o acessório faz parte do principal, como reza o bom Direito.
E aqui fica a sugestão: por ser um montante decorrente de propriedade inicial em Ações, nada mais óbvio e ululante que deveria ser integralmente revertido em Ações.

I I – A primeira contestação: o mercado acionário é um mercado de risco !
Já imaginou se aqueles franciscanos do começo do século XX tivessem raciocinado assim, como o XI teria sobrevivido durante esses 105 anos ? Ainda mais mal-criando franciscanos, que vêem no XI um pai rico. Querem tudo de graça, o XI tem que fazer benemerência, ajudar os menos favorecidos, cumprir uma função social, defender a Democracia e outros argumentos mais. À custa do quê? Ações. Por isso o XI deve reverter toda a verba recebida em ações. E sobreviver com dividendos e rendimentos. Não se fala aqui em especulação, valor das ações etc. Compra-se e esquece-se. Assim como o fizeram os doadores das ações, há 105 anos. E, claro, inalienáveis, como da primeira vez.

I I I – Vamos ver a origem disso dessa expressão aterrorizante, “mercado de risco”.
O Mercado de Ações é típico de países capitalistas. Hoje não se pode mais fugir dessa realidade. Iniciou-se no Brasil ainda no século XIX por puro modismo brasileiro. Macaquices, como dizem os argentinos. Onde já se viu não termos também uma Bolsa de Valores ? Criou-se uma, então. Um país subdesenvolvido, em pleno feudalismo, latifúndio de monocultura de exportação.Mercantilismo ? Zero indústrias. Mas com uma Bolsa de Valores. Ora, pois.

I V – Tinha que ter, mas não podia funcionar bem. Então, disseminou-se a expressão: “mercado de risco”. Para que ficasse um nicho restrito a uns poucos, como sempre. E o bom brasileiro, dentro da sua peculiar ignorância engoliu mais essa. Não disseram risco do quê. É “risco de ganhar”. O que não acontece com a nossa famigerada “caderneta de poupança” e seus congêneres, “renda fixa” e outros. O depositante tem a segurança... de que nada vai ganhar, exceto correção. Deixa o “risco de ganhar” para os senhores banqueiros, que fazem muito bem o seu papel. Enrolando os desavisados, pega os seus 6 milhões e faz o quê? Paga-lhe 1% e aplica tudo na Bolsa. E ganha vinte, trinta, quarenta por cento. E têm lucros de vários bilhões ao ano.

Lá pela década de 30-40 do século passado, conseguiram fazer com que o brasileiro entendesse “fazer poupança’, com “caderneta de poupança”. E lhes paga a beleza de seis por cento ao ano. Outro exemplo que nada tem a ver com esse assunto, mas demonstra cabalmente como usam da ignorância do brasileiro para que ele viva eternamente esmolando: o FGTS paga o absurdo de três por cento ao ano! Sabe lá o que é isso? Sim. E isso ocorre há 40 anos. E eles continuam vendendo a idéia de que isso é um excelente negócio. Só não esclarecem para quem. Para eles, lógico.

V – O capital do XI foi doação de ações de alunos. Uma boa ação, digamos. Modelo aliás que poderíamos reintroduzir agora. Alunos doando ações para o XI. Acho uma excelente idéia.

Para aqueles que ainda insistem no “mercado de risco”, lembro que a Humanidade já passou por duas guerras mundiais, o Crack da Bolsa de NY, n crises localizadas e mundiais, algumas dezenas de guerras “particulares”, o Brasil já mudou várias vezes de moeda, desvalorizou zilhões por cento a cada mudança. E mesmo assim, o XI acaba de receber uma pequena verba, decorrente de atualizações do capital inicial, lá de cem anos atrás. Sempre lembrando que, no entremeio, viveu 105 anos bancando franciscanos, suas festas, seus ideais e devaneios. Que risco bendito é esse ? Santo risco!

V I – Toda a defesa dessa teoria, tendo-se como pano de fundo um Brasil-colônia, ora de um ora de outro país. Que dizer de um mundo agora sem fronteiras, a dita globalização? O País agora tem que se desenvolver e crescer, mesmo que não queira, mesmo que o seu povo seja ignorante, mesmo que os imortais coronéis tão atuantes assim não o queiram. Estamos tendo prova inconteste disso.

O País cresce, a despeito de ter um bando de democráticos ladrões no seu gerenciamento. Estava tentado a dizer “incompetentes”, mas não é verdade. São altamente competentes. No enriquecimento ilícito, espoliando o Estado. E, apesar deles, o País cresce. Porque assim o mundo o exige. Cresce 4%, a China XI%, mas tudo bem. Se não tivéssemos analfabetos no Poder, seria mais. Mas estamos finalmente entrando na Era da Revolução Industrial. Ufa !

V I I I – E a Bolsa de Valores é característica do Capitalismo que estamos timidamente entrando agora. Um pouco retardados, é certo. Mas, finalmente. E, segurem-se os comunistas de plantão, mas Adam Smith já apregoava que o mercado tem mesmo uma mão invisível que auto-corrige o sistema. E, ao longo de todo esse tempo, criaram-se mecanismos para proteger o termômetro do Capitalismo: a Bolsa de Valores. Melhor prova disso não há: o XI está, em 2008, recebendo valores corrigindo um capital aplicado em 1920. Ou seja, todo o ordenamento jurídico de um País protegendo o capital investido em Bolsa. Isso é risco de ter segurança. Qualquer depósito em Banco, o Sistema apenas protege até 200 mil (cerca de). O resto é risco. E esse é risco de perder.

I X – Existe um comparativo que é feito. A nossa Bolsa de Valores foi regulamentada em 1965. Se naquela data um cidadão tivesse comprado uma casa e outro tivesse aplicado igual valor em ações, hoje um teria uma casa velha, caindo aos pedaços. O outro teria, em dinheiro vivo e disponível, o equivalente a quarenta casas novas, idênticas àquela de 40 anos atrás. Isso ele tendo reaplicado os juros e dividendos das ações. Não se está falando apenas do Capital, que oscila diariamente. É um ótimo exemplo.

X – Já foi aventada a criação de um Fundo de Investimentos. É outra falácia. Pode até ser um recurso para quem tem 10 mil pra aplicar e então não dá pra aplicar sozinho. Tem que se juntar a outros, pra formar um bom capital. Os gestores do Fundo têm lá os seus acertos para comprar essa ou aquela ação. No interesse deles. Se perder, eles pedem “desculpas”. Se ganharmos, eles ganham a maior parte. O risco fica por conta do XI. Sou mais simplista. O XI deve adquirir todo o montante em ações da Petrobrás. Vai pagar 0,5% de corretagem e ponto final. Claro, vai esquecer na Custódia essas ações, para sempre. Mas receberá semestralmente , juros e dividendos do Capital. E, com esse dinheiro, poderá então fazer a sua redistribuição de verbas para as Instituições e etc. Mas nada de ficar sustentando um “Fundo Gestor”, durante cem anos. Sugiro até que, junto com a compra alienada crie-se um a cláusula de revisão: a cada XI anos os alunos da época decidirão então o que fazer.

XI – ouve-se pra lá e pra cá, as Instituições todas das Arcadas se armando de argumentos convincentes pra receber mais verbas. Tudo por causa dos seis milhões. Até considero que seja importante rever a distribuição. Mas esse deve ser um assunto à parte. O investimento do montante é um assunto isolado.
Nem quero também, não tenho essa pretensão, que simplesmente aceitem o que estou aqui tentando dizer. Apenas que os alunos decidam por trazer para a Sala dos Estudantes especialistas no assunto “mercado financeiro”, nas suas mais diversas modalidades. Ouçam e analisem o que eles tenham a dizer. Não números futuros, imaginários. Mas, principalmente, sobre números passados. E então possam tomar a decisão de fazer a única coisa plausível, devido ao montante: a compra de ações.

Luiz Gonzaga Arcadas, XI de setembro, CLXXXI

quarta-feira, agosto 06, 2008

O Pindura do Século !


Pra quem nunca deu, pra quem tá louco pra dar, não sabe como e ainda tem medo de perguntar.


Para ser bastante didático, vou descrever o Pindura do Século XXI! Pode ser válido para calouros e calouros em Pindura. Por incrível que pareça, existem. Assim, além de dar as coordenadas, vou aqui fazendo um pouco de reminiscências de calouro, nessa minha maldita condição de quintanista (Deus me) Livre. Pode isso?

Bom, ocorreu no glorioso ano de 2004 de Nosso Senhor Jesus Cristo.

I - Faça então o seguinte: convoque a imprensa e a TV. Nada de sair escondidinho, com medo, com vergonha, timidez, sabe-se lá o quê. Bote a boca no trombone, bem assim: EU VOU FAZER UM PINDURA!!!!!!!!! Nunca também se esqueça que é no masculino mesmo.

I I - Depois escolha os comparsas, digo, franciscanos em geral. A norma fundamental é: não pode arreglar. Jamais. Chame veteranos, um, dois. Tem que ter veterano no meio, pra não dar caca. Mas não exagere, porque veterano, invariavelmente é chato: no meu tempo.... blablabla. No time dos excluídos, inclua: vegetarianos, defensores dos pobres e oprimidos, dos moralistas, etc. Você me entendeu. Eles vão atrapalhar, com certeza!

I I I - Depois, exclua os “de menor”. Em se tratando do Pindura, dar um é coisa pra gente grande. Mesmo com o imenso respeito que eu tenho por franciscanas de 16 anos, com você não pode, viu, garota! Brincadeira. Mas sério isso.

I V - Reúna mais do que XXI, para quebrar o nosso recorde, incólume até então. Excetuados os menores, rumem-se de quatro, ou melhor, quatro em cada carro, com meninos e meninas, simulando casais, para o Bolinha. Criem um mote, do tipo: "A melhor Feijoada do Brasil, pra melhor Escola do mundo!". Rima rica é comigo mesmo, quem não sabe?

V - Fica muito bom também o povo se perder. Cada um pra um lado, doideira total. Daí que é até bom. O povo vai chegando aos poucos, se assentando distantes uns dos outros grupos. Não faça o social. Nada de cumprimentar amigos e etc. Não seja bandeiroso!

V I - É óbvio que você não pode ir com camiseta da Sanfran, né? Dãããã...Além disso, nada de vestido de loser, bermuda e etc. Nem de terno também, com crachá do Dinheiro Neto. Enfim, vá vestido feito gente. Claro?

V I I - Caso seja argüido pelo maitre, gerente, garçon ou o escambau: é Pindura? Negue até a morte! Estudam Hotelaria e estão lá em trabalho de pesquisa de campo, averiguando in loco, como se faz um restaurante classe A, como aquele. Podemos conhecer a cozinha?
Tá certo: exagerei um pouco. Mas é assim mesmo: eu sou mesmo exagerado...

V I I I - Tenham certeza que estão sendo filmados. Ajeite o cabelo, a roupa. Oriente o cinegrafista que entrou junto com vocês, para filmar tudo. Não deixe passar nada. Mas não mande tchauzinho prá manhê também, né? Você vai sair na TV, para o Brasil e o mundo, em nome das Arcadas. Essa a função de franciscano.

I X – Não beba bebidas alcoólicas. Reduz no preço a pagar e evita a apelação de dizer que você estava bêbado. Atualmente então, nem se fala. Você tem que zerar no Lulômetro, sabia? No transcorrer da refeição, não fique cochichando nada. Fale naturalmente. Claro que nunca sobre Direito e nem sobre futibó. Franciscano é pura classe... Fale sobre amenidades, sobre política, sobre trambiques. Conte piadas com argentinos, que sempre dão muito ibope e risadas. Falando nisso, conheço uma muito legal...

X – Comuniquem-se via celular, com naturalidade e peçam a conta (1.500 tá bom) simultaneamente. Escolha o melhor Orador para ler o Discurso e anunciar o Pindura. Muitos aplausos e muitas trovas. Disponha-se a pagar os 10% e mais nada. Agora, a melhor parte: prepare-se porque eles vão chamar a Polícia. Aquele fuzuê todo: o gerente surtando, garçons zanzando pra lá e pra cá, ameaças mil. Vão dizer que você não vai poder prestar a OAB, não vai poder prestar concurso. Tudo balela. Mantenha-se firme. Não fique parado: acompanhando a confusão, contribua, andando pra lá e pra cá. E, finalmente, todos direto pra delegacia.

X I – Todo esse processo precisa ser filmado, não esqueça. Na DP também. Exija o rigor jornalístico da equipe de TV que vocês convidaram. Dê entrevistas, fale da Tradição Franciscana e só nossa. Use e abuse do animus jocandi. Invente um pouco. Mande a Delegada prender outros que fazem o Pindura, porque é Falsidade Ideológica, crime previsto no CP. Mas afirme sempre que você tem o dinheiro prá pagar. Cartão é dinheiro. Pode inventar bastante, para preencher as quatro ou cinco horas que vocês permanecerão na DP. Depois, passe no Porão pra contar vantagem. E pra se assistir no Jornal das Oito. É o maior legal!

Pronto, muleque! Você então deu o seu primeiro Pindura! Parabéns por manter viva uma das nossas mais nobres e insaciáveis Tradições.

Luiz Gonzaga xixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixixi Arcadas, XI de agosto, CLXXXI

(excerto do Livro As Arcadas: segredos, magia e estórias

segunda-feira, julho 07, 2008

Lições práticas de Direito Penal

Chaves. Ao Mestre, com carinho

Quanto mais nos aprofundamos no seu estudo, mais conseguimos constatar o quanto o nosso Direito Penal não atende à finalidade do bem maior, a paz social. O Ilícito serve, quando muito de matéria para infidáveis estudos, sem aplicação prática. Além de estudos, casos conhecidos por várias fontes nos levam a crer nisso.
Mais ainda quanto temos uma experiência pessoal. Vou relatar aqui uma situação por que passei, recentemente. Farei isso detalhadamente, pois o leitor entenderá que, nesse relato de um único caso, quanto mais detalhes, mais ilícitos encontraremos. Dentre outras sensações, menos racionais e mais intuitivas. Vamos ao ocorrido, com a certeza de que você não acreditará nele.

Certa noite, retornava eu para a minha residência, andando calmamente, quando um carro parou ao meu lado. A motorista, com uniforme de motorista, pediu uma informação. Ao parar para iniciar a explicação de como chegar àquele endereço, desceram do carro, era uma Mercedes SLX, conversível, quatro garotas. Começaram a conversar comigo, todas de uma só vez e foram me conduzindo para dentro do carro, com a explicação de que eu as levaria até o tal endereço.
Repentinamente me apercebi da situação. Estava sendo seqüestrado! Aquilo a que estavam me submetendo era uma coação moral e irresistível. E de uma maneira não-usual conforme nos quer fazer aceitar o nosso Direito Penal, de que os marginais são todos pobres, negros ou as duas coisas. Não. Eram todas moças com roupas caras e, sendo jovens, todas roupas muito justas e curtíssimas. Além do mais, pelo exíguo das roupas, notava-se um bronzeado natural, coisa de freqüentadoras de piscinas e praias. E isso não é coisa de pobres, que se saiba. Mesmo o carro, que poderia ser roubado, não o era, como fiquei depois sabendo. Encontraria lá outros e até melhores. Não eram também garotas esquálidas e feias. Pelo contrário, notava-se uma exuberante saúde, decorrente de uma alimentação saudável e balanceada.
Mesmo com tudo isso estavam me seqüestrando! Como se vê nos filmes e nos noticiários, não me colocaram no porta-malas. Fui colocado no banco detrás, entre elas. Nem me colocaram capuz também. Elas apenas se amontoaram em cima de mim buscando me distrair para que eu não reconhecesse o caminho. Abaixavam a minha cabeça, abraçavam-me todas juntas, deitaram-me no banco, pulavam todas em cima de mim, prendiam minhas mãos entre as suas pernas imobilizando-me completamente. Faziam tudo isso muito alegremente, nada de ordens secas ou amedrontadoras. Por certo, um novo know-how na arte do ilícito!

Enfim, chegamos. Desconhecia o local, mas pude ver, depois passaria lá por vários dias, que era uma casa muito grande, rica e bonita. Mais uma vez falha a descrição típica que fazem de um cativeiro. Geralmente o descrevem como um cubículo improvisado onde o seqüestrado fica ali, com os olhos vendados e trancafiado. Não. A casa, uma mansão na verdade, rodeada por amplos jardins, piscina, quadras de tênis e poli-esportiva. Dentro da casa várias suítes, todas com a sua sauna e jacuzzi para meia dúzia de pessoas. As garotas, de tão auto-confiantes, nem se preocuparam em me imobilizar de alguma forma, algemas, cordas, nada. Elas não se preocupavam com a possibilidade remota de uma minha tentativa de fuga.

Depois de chegarmos, todas beberam e me ofereceram whisky 12 anos, importados. Elas me prometeram um pequeno lanche, que chegaria logo depois. Lagosta e vinho branco. Francês, claro. Na realidade, conforme toda a doutrina que li fazia com que eu me convencesse de que aquilo era cárcere privado, muito embora eu não tenha em nenhum momento tentado escapar dali. Como eu poderia escapar daquela local, daquela forma? Mas elas não usaram de violência física comigo não. O pior ainda estava por vir.

Após o jantar, uma após uma abusaram de mim, sexualmente falando. Senti-me violentado. Quando eu pensava que aquela seria a última, chegavam mais três ou quatro garotas. E todas elas também queriam abusar de mim. Quando pensava que o pior tinha passado, chegavam algumas mais, que se juntavam comigo, duas, três, ao mesmo tempo, obrigando-me a satisfazer a todas elas. Coisa de taras, típicas de mentes distorcidas, um verdadeiro horror.
Passei a entender como se sentem as pessoas vítimas de abuso, que se recusam inclusive a nem procurar a Polícia, pelo vexame de ter que se expor a relatar todo o ocorrido. Eu aqui estou descrevendo tudo minuciosamente com o espírito científico-jurídico, para que o leitor possa embasar o seu raciocínio de quantos podem ocorrer em apenas um, aparentemente um, ilícito penal. E toda essa situação não aconteceu normalmente, apenas na cama, como podem pensar. Obrigaram-me, fui compungido a agradá-las na piscina, na sauna, na jacuzzi, na cozinha, na lavanderia. Não sobrou cômodo da casa que escapasse à fúria delas de me torturar implacavelmente. Sim, juridicamente fui torturado ali. Escoriações localizadas, hematomas por toda a parte do corpo. Lesões corporais, embora não graves. Não matam ninguém. Mas são lesões, juridicamente falando.

Assim transcorreram vários dias. Quando não estava na piscina, tomando Sol ou obrigado a fazer sexo multiplamente, estava sendo alimentado. Camarão, caviar, lagosta, e tudo o mais eu era obrigado a comer. Nem tentei recusar nada daquilo. Submeti-me docilmente. Disso não posso reclamar: não me deixaram passar fome nem sede. Certo está que alguns vinhos não eram franceses, mas não chegou a incomodar não. Para que eu não modificasse a minha compleição física, sauna diariamente, mais de uma vez por dia. Sempre acompanhado por pelo menos três delas para evitar que eu tentasse fugir daquele cativeiro infernal. E, sadicamente como já disse, obrigando-me ao sexo com todas elas, de todas as maneiras.
Eu, sempre com o espírito imbuído da mais pura hermenêutica jurídica, ficava buscando fundamentação para tudo aquilo. Se era um seqüestro, porque não se interessavam em saber endereços ou telefones para fazer contatos? Qual seria então o valor do resgate, para aquelas meninas? Qual seria, ó Deus, o meu fim? Seria o Resgate pura enganação ?
Existem teorias em Psicologia que afirmam que distorções comportamentais têm origem numa infância mal resolvida. E que esses conflitos geram pessoas insaciáveis em seu desejo de suprir aqueles conflitos antigos com ações presentes. Mas não era o que eu observava no comportamento daquelas minhas vorazes seqüestradoras. É certo que me submetiam ao mais cruel suplício de um abuso sexual contínuo. Mas não era algo que podemos chamar de patológico. Afinal, uma garota sadia, jovem e normal querer sexo por cinco a seis vezes por dia é algo perfeitamente esperado e normal. Mesmo que elas sejam incontáveis.

Dentro do meu espírito de pesquisador, quando me sobrava algum tempo, ficava imaginando como é que eu poderia fazer uma queixa-crime contra aquelas garotas. Eu não sabia onde estava, sabia apenas que não era em um muquifo qualquer na periferia. Não sabia quem, e nem quantas, eram aquelas que estavam me mantendo em cárcere privado, em regime de escravidão sexual. Se era um sequestro, não havia qualquer pedido de resgate ou coisa que o valha. Nem era também um sequestro-relâmpago, pelo transcorrer dos dias, muito embora eu tenha esta eletrizado por todo tempo. Ou seja, uma situação totalmente atípica. Não sendo tipificado, deixaria então o Direito Penal de aplicar qualquer pena àquelas incontáveis garotas só porque nenhuma delas contava mais que os esperados vinte-e-um anos? Estariam elas se aproveitando do fato de serem inimputáveis, apesar de todo aquele comportamento, e de todo suposto mal que me estavam causando? Eu, vítima indefesa de tudo aquilo?

Diante da minha lamentável e terrível situação, à mercê daquelas criminosas todas, acabei por me insurgir contra todo o Sistema Jurídico, todo o Direito. Se o Estado chama para si todo o direito de punir, mas cria toda uma legislação que é burlada por criminosas como aquelas, só porque elas eram todas jovens, lindas, ávidas por conjunção carnal e ricas ? Porque todas elas não tinham ainda idade suficiente para serem penalizadas pelo sistema?

Tudo isso me fez sentir uma revolta interior que levou a fazer aquilo que, isso sim, toda a lei me proíbe: fazer justiça com as próprias mãos. No caso em tela, o membro não seria exatamente as mãos, mas falando simbolicamente. Se o Estado não me concede tutela jurisdicional, eu, um cidadão acoimado por todos os lados pelo ilícito iria resolver aquela situação por mim mesmo, fazer eu mesmo a Justiça. Faria uma transação penal, entre vítima e criminosas. Sem a interferência nefasta do Estado. Resolveria a situação ali mesmo, com meus próprios recursos.
Foi o que fiz. A minha proposta, dentro do princípio jurídico da razoabilidade: se elas me mantivessem nessa terrível situação por mais, digamos, seis meses, eu concederia em troca outros seis meses e depois disso eu ficaria livre. Tudo isso num contrato verbal sinalagmático, por um acordo bilateral de vontades. A boa, muito boa vontade e boa-fé. Possibilitando inclusive uma prorrogação do período. Ou ainda com renovação automática, o que beneficiaria reciprocamente as partes, pela previsão contratual antecipada do evento que a gente tem mais o que fazer do que ficar renovando contrato o tempo todo.
Dito isso, fui novamente interrompido. Agora sim tem razão o Sistema em afirmar que o crime é coisa de pobre ou preto. No caso, eram duas afro-descendentes, devidamente miscigenadas nesse Brasil com algum holandês. A esse tipo de descendência a gente costuma chamar de morena-jambo, fruto da terra brasilis, coisa do outro mundo, coisa do demo mesmo, do cão. E lá vou eu novamente me submeter servilmente aos seus anseios criminosos e insaciáveis!
Mas, pelo menos a situação está resolvida. Eu resolvi. Nós resolvemos. Um dia eu me livro de tudo isso! Mas sem pressa, porque a pressa é inimiga da perfeição. E elas cometem um crime perfeito. Por isso o Sistema não tem uma pena pra elas. Assim como elas não têm pena de mim. Ainda mais ao som de “Good morning, good morning”, dos Beatles!

Mas, peraê! Essa música é o meu despertador! É, tá na hora de acordar, não tem jeito. É sempre assim: tensão pré–provas, tempo de pesadelos. Ainda bem que esse foi bem bom. E ainda revisei alguns conceitos pra prova. Beleza! Depois de tanto sofrer, agora vou me dar bem. Na prova.

Roy Babbosa Arcadas, XI de junho, CLXXXI


Esse relato faz parte do Tratado Geral de Direito, uma visão real do jurídico, de-leigo-para-leigo, (afinal, a dp em Direito Romano ainda não permitiu que o autor seja formado em Direito) que inclui, entre outros:
Conversa de Tribunais
A Coisa
O Casamento Putativo

sábado, junho 07, 2008

A Atlética-guerreira precisa de um cartola idem

Daí então a gente se pergunta:

De que vale sermos a Torcida Nota XI?
De que vale o maravilhoso som da BAISF ?
De que valem nossos atletas de ouro darem, não o suor, mas o sangue pela camisa da Sanfran?
Se a Diretoria da Atlética, na hora em que mais se precisa dela, afrouxa e se deixa vencer?
Que nem se fale da absoluta falta de organização de TODOS os Jurídicos. Ficamos sabendo das cidades uma semana antes, ficamos com os piores hotéis, jogos alternados em ginásios diferentes, desnecessariamente. Alojamentos surreais, horrorosos, no meio de favelas e tudo o mais?
Cada qual faz MUITO BEM a sua parte. Atletas nem se fale. E também a Torcida e a BAISF. Menos, sempre, a Diretoria da Atlética. E, pela generalização, perceba que a referência nem é apenas sobre a atual. E, como o tudo mais escrito e avaliado, nunca é pessoal.
Em 2006 não houve Jurídicos. Apenas e tão-somente porque a Diretoria nunca se impõe como deveria. Não basta gritar nas arquibancadas aquela infinidade de musiquinhas desqualificando os adversários. No momento de negociar, escolher, votar, aquele espírito também deve estar presente. Não basta ser atleta e/ou ter boa vontade. Em guerra precisa-se de um marechal-guerreiro. Cartola-guerreiro. Aqui faz-se necessário saber negociar. Coisa de "cartola", que nem todos sabem desempenhar. Competência essa que não é o que observamos. Na quadra é com atletas. No tapetão, um Cartola, com a mesma garra que atletas, torcida, BAISF e tudo o mais.
Nesse 2008, a posição MAIS DO QUE ÓBVIA da nossa Diretoria deveria ser a de se recusar a aceitação da troca da “Credencial Ouro”. Pura e simplesmente isso.

Nota: para os que não sabem, assim como eu não o sabia, cada atlética pode escolher, UM atleta, em qualquer modalidade, independente dos anos de formado que tenha. Isso é a Credencial Ouro. Por ser para todos e antecipado, tudo bem. O combinado não é caro diz a sabedoria popular, que parece não ter chegado aos ouvidos de nossas Diretorias da Atlética.

Assim fica muito fácil. Chega-se à uma final, decisiva. Daí o time então decide trocar o seu atleta com Credencial Ouro. Certos estão eles. Errados estamos nós em aceitar. Larga a mão de ser burro, Presidente!
Logo, todas as honras pela absurda perda dos Jurídicos, o franciscano pode atribuir à Diretoria da Atlética.
E, diante do leite derramado, fica a pergunta: por que é que sempre a Diretoria da Atlética é frouxa assim?
Será por causa da sua esdrúxula forma de eleição ? Sim, para o XI é uma incrível e sangrenta guerra para a eleição, como sempre vivenciamos e participamos. Só que esse clima torna-se benéfico, pois cria responsabilidade da Gestão. Quando isso não ocorre, franciscanos se insurgem, como assistimos no ano de 2007, quando mais de 900 depuseram moralmente o Presidente do “XI de Agosto”. Um show de “cidadania” nas Arcadas. Ao final, temos 2300 alunos em cobrança contínua, exagerada até, às vezes.
Mas com a Atlética é diferente. Uma caixa preta que se nos anualmente nos apresenta uma nova Diretoria, surgida sabe Deus de quais parâmetros. A totalidade dos alunos não tem acesso e poder sobre essa decisão. Então, por isso, pode-se especular à vontade. Diante desse desconhecido, podemos inferir o que quisermos, temos esse direito.
O critério não pode ser o de ser atleta. Todos o são. Ser bom atleta, dedicado, menos ainda, pois todos o são. Sabemos disso. Querer o melhor para a Sanfran muito menos ainda, pois não há um idiota dessa estirpe nas Arcadas, com a graça do bom Deus, que não queira sempre o melhor. Caso haja é só avisar, que passará a não haver mais...
Resta então um último critério, que deveria ser o mais importante a ser levado em conta: a capacidade de administrar, de negociar, de barganhar, de ser “cartola” enfim. Se for esse o critério, então é uma capacidade “depreendida”, “inferida” ou sabe-se lá o quê. O certo é que, em outubro surge sempre uma nova Diretoria. Mesmo os mais interessados nas coisas das Arcadas passam meses ou mesmo toda a gestão sem ano menos saber quem é, o nome do dito que ocupa a Presidência da Atlética! Incrível isso.
Sabemos que um bêbado será um péssimo dono de um bar. Sabemos que não basta boa vontade para se atingir um objetivo. É preciso competência específica. E é o que nunca observamos nas Diretorias da Atlética.

Não seria a hora de se repensar o modelo de eleição na Atlética? Não teriam TODOS os franciscanos que ter o poder de decisão para votar e eleger aqueles que acredita-se serem os mais capazes de exercer essa função, como fazemos no Centro Acadêmico?
Fica aqui a sugestão. De um obstinado defensor das BOAS tradições das Arcadas. E sempre contra o acomodamento justificado por tradições burras. Que seria XI-Campeão se não fosse uma dessas. Sei, sei: undeca-campeão. Sugestão dirigida aos que sabem o quanto isso não é pouco.

Luiz Gonzaga ______________________ Arcadas, XI de junho, CLXXXI

sexta-feira, maio 30, 2008

Torcida Nota XI: Convocação Urgente

Final do Jurídicos – Tênis de Mesa

Dia 31 de maio (sábado)
Ginásio Esportivo BABY BARIONI
Rua Dona Germaine Buchard, 451 – PERDIZES (Travessa da Turiassu)
OITO horas da madrugada. (mas não reclama não! Você teve uma semana inteirinha de férias. E eu não vi você no congresso da cumpanherada. Ta certo que também não fui).

Outras referências: Tem o Minhocão, o Shopping, o campo do Parmêra. Ah, tem uma barraca de importados paraguaios também. Nada mais que preste em Perdizes. Não, não. Puteiro não vou citar. Não é politicamente correto. Agora a coisa é séria. Nada de barangar. A hora é de ganhar !

I - Já foram também intimados a comparecer: homens-bomba talibãs, xiitas fundamentalistas, kamikazes, pilotos da Gol, bandidos cariocas (metade estará fardada), o MST(falamos que é invasão), anencéfalos argentinos, tudo.

O Nardoni já declarou: se a Sanfran não ganhar, joga os outros dois filhos pela janela. A mulher dele disse: já tô lá! A Gaviões vai confirmar pessoalmente porque não conseguiu redigir uma mensagem de resposta (Era: sim). As células-tronco, agora com HC do STF, vão. O Mário também vai.

Como o nosso grito maior será: “VAI PERDER A BOLSA”, muitos políticos se interessaram. Quem sabe não têm uns dólares ali? Paulinho da Força, Garotinho, Zé Dirceu, a terrorista Dilma, o breaco Lula e tantos outros. Enfim, toda a quadrilha-maravilha-de-Brasilha.... Só o tosco do Tosto não aceitou o convite: vai estar do outro lado, o ORELHUDO. Um alerta: cuidado com a carteira!

I I - E, claro, ao som da BAISF, empurrando a Torcida nota XI. Vamos fazer MUITO barulho, porque a orelha deles é grande. E vamos ganhar. No grito ou de qualquer outra maneira. Mesmo que seja honestamente.

Você, franciscano, precisa estar lá. Esqueça provisoriamente suas facções, criminosas ou não.

I I I - Se você é comunista, pense que eles são todos uns pequenos burgueses, exploradores e fascistas. E que pagar boleto é concentração de renda. Um horror! Lembra que vocês estão “na Luta” pelo Direito ao Grito? Então, vá lá e grite muito. Só não coloque a sua maldita camiseta vermelha, please. Ah, não precisa chamar dce, fofolete, nada. A Sanfran é auto-suficiente. Assuma a sua ideologia e pense como o Marx: franciscano unido jamais será vencido !

I V - Se por acaso você é do Resgate, faça como sempre: copie o que todos vão fazer. Nós vamos torcer pela Sanfran. Copie isso também. Se quiser, pode até ir com o uniforme do Chacrinha, mentor intelectual do Movimento "Nada se cria, tudo se copia". Depois, podem até tirar uma foto e colar na Salinha da Gestão, como “mais um grande feito da Diretoria 106ª”.

V - Se, por incrível que possa parecer, você ainda insiste em dizer que é da Exglória, não se preocupe. Tênis de mesa é fácil de aprender: é só mexer os olhos, prá direita e prá esquerda. E gritar. Não tem dificuldade não. Pra você se motivar ainda mais, posso adiantar: todas aquelas escolinhas são uma droga. E depois, sempre tem a possibilidade de explorar essa sua torcida, quando outubro chegar. Só não vale dizer que todo mundo estava lá, gritando por vocês. Gritaremos pela Sanfran. Nada pessoal.

V I - Se você é estagiário e já está brincando de advogado, vá torcer e faça de conta que está na frente do seu chefinho: grite adoidado. No mínimo vai funcionar como terapia para você. Com uma imensa diferença: você, gritando pela Sanfran, estará incentivando os nossos atletas. No escritório, gritar não valerá de nada. Exceto a demissão.

V I I - Se você está pensando nas provas, continue assim. Pensando. E vá torcer. Você jamais iria estudar em um sábado pela manhã que eu sei. E nem à tarde também. Muito menos à noite. Eu sei que todos estudamos na véspera. E sábado é véspera de domingo. Que, comunico oficialmente, não haverá provas. Como não recebi email do Hideo, significa que não morreu ninguém. Então, nem velório haverá.

V I I I - Para aqueles que só pensam em balada, adianto: não haverá balada. Mas ao final, faremos uma carreata pelo Bairro, para cantar a nossa vitória. Há algo mais salutar que um monte, alegre, cantando?
I X - Um último apelo, aos quintanistas da gloriosa Turma CLXXVII, eleita por unanimidade das turmas, como a melhor de todas: nem vem com essa de Tese de Láurea. Se não fez em um ano, desencana e vá torcer pela Sanfran. Que seja a última coisa, né? Claro, depois têm Pindura, Peruada, etc, etc e etc. Vá lá, comemorar o DECA. Que seria XI, se não tivessem fugido...
X - Ou seja: estamos por uma ORELHA. Isso porque elas estão levantadas, contentinhas. Vamos colocá-los em seu devido lugar. Ou seja, em último.
X I - E se, depois disso, você vai, eu também vou.

Luiz Gonzaga ______________________________Arcadas, XXX de maio, CLXXXI

segunda-feira, maio 12, 2008

A INVASÃO ANUAL DAS ARCADAS

A INVASÃO – 2008

Não percam!

Finalmente, é chegada a hora da já tradicional, anual e famigerada

INVASÃO ANUAL DAS ARCADAS!

Nós, alunos, que somos seus reais CONQUISTADORES, por mérito e direito, devemos estar lá, para acompanhar todos os acontecimentos. Compareçam!

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Um breve relato da “A INVASÃO 2007”

Em 21.08.2007, a invasão se iniciou por volta das 17 horas, quando foi “tomada” a passarela para o Prédio Anexo, que foi integralmente obstruída. Verdadeira barricada. Em seguida, quase no horário do início das aulas, as entradas, Principal e Riachuelo, foram dominadas pelos manifestantes, que passaram a controlar a entrada e saída de ALUNOS.

Aos poucos, os assustados alunos foram indo embora, sem nem ao menos assistirem aulas. Alguns estavam achando tudo aquilo engraçado e permaneceram. De uma coisa era certa: ninguém estava entendendo nada. Mas também acabaram indo embora. Eu estava assistindo aula de Civil, na Sala Dino Bueno (20:45h), quando entraram “alguns” manifestantes e gentilmente solicitaram à professora que encerrasse a aula. Eles portavam bandeiras e escreveram essa frase na lousa: QUEREMU COSTAS! (não há erro de digitação).

Após 00:15h os ALUNOS que permaneceram foram o então Presidente da Atlética, na digna posição de eventual preservação de patrimônio e um Diretor de Modalidade. Todos os demais, por um motivo ou outro, foram embora. Excetuo, é claro, os membros da Gestão FORUM DA ESQUERDA que lá estavam todos, com alguns simpatizantes, alegremente confraternizando com a “cumpanherada”, na palavra do então Presidente do XI, o sucesso da invasão.

É importante ressaltar que, durante todo o tempo, por parte dos manifestantes, não houve qualquer espécie de violência ou lesão de patrimônio.

O que houve foram “n” manifestações de hostilidade, sofridas e presenciadas, apenas verbalmente. Desnecessário lembrar, mas, dada o ineditismo das mesmas, podem-se citar algumas: “capitalistas”, “burgueses exploradores”, “filhinhos-de-papai” etc, etc e tal. Tendo saído para ir ao Porão, no meu retorno foi–me impedida a entrada. Ou a tentativa de. Solicitaram a minha “carteirinha de aluno”. Retruquei, pedindo a deles e também querendo saber do seu direito de pedi-la. E entrei.

Cite-se também a tentativa dos organizadores do movimento, incluindo membros do Forum da Esquerda, de retirarem alguns alunos que permanecíamos pacificamente na Sala dos Estudantes. Recusamo-nos a sair. Como alegaram que os assuntos eram confidenciais, eles próprios se retiraram da Sala. Que é chamada “dos Estudantes”. Continuamos lá.

Por volta da 1h foi dado o “Toque de Recolher”. Os manifestantes obedeciam ao silêncio proposto. O representante do dce da USP anunciou que havia chegado o lanche: um pãozinho e um copo de suco. Prometia que, para o dia seguinte, eles já estavam lutando pra conseguir a mortandela. Palavras dele, “universitário”. O lanche não me foi oferecido. Apesar de ser capitalista, fascista, reacionário, elitista, burguês, explorador, também estava com fome. Nada de lanche para mim. Após o lanche, dirigiam-se às suas “camas de campanha”, organizadas nos corredores que ladeiam as Arcadas.

Como teria que acordar cedo, pois teria aulas às 7:25h, até às 13h e depois teria que trabalhar para o meu sustento, pois não recebo qualquer verba ou ajuda governamental, não poderia ficar ali, dormir ali, para apoiar o movimento. E como tudo parecia transcorrer em paz e em ordem nas Arcadas resolvi ir embora. Permaneci no Pátio das Arcadas até às 2:00h. A Tropa de Choque chegou vinte minutos depois.

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Esse foi um relato do que vi e vivi. Sem qualquer juízo de valor acerca da validade da manifestação. Esse juízo é pessoal e é muito provável que você não tenha o mínimo interesse em conhecê-lo. Portanto, não vou penalizar você com mais isso. Basta o relato.

Luiz Gonzaga _____________________________________Arcadas, XI de maio, CLXXXI

domingo, maio 04, 2008

BAISF x BASQUETE – Uma vitória espetacular







DECA? Ainda não conquistamos. Ainda...

Mas aconteceu sim uma vitória espetacular, nesses JJEs de Franca. Essa que vai ai, no título, para os mais apressadinhos. Conto para quem não esteve lá. E também para os que lá estavam, mas alguns vapores etílicos os impediam dessa percepção, além de outras tantas...

Era o sábado maldito. Com um sorriso mais amarelo que a bata dos pucânus assistimos a Gloriosa Sanfran vencer UM jogo. Ufa ! E foi ainda, nada mais nada menos, do que contra a poderosa FAAP ! Pensa o quê ! Nóis num é mole não ! Num handebol feminino que, chegou a estar 12x0, finalmente a Torcida Nota XI pode cantar:
Ô Ô ÔÔ, Toda-poderosa Sanfran ! Tudo isso ao som mais-do-que-maravilhoso da BAISF. Até ai, tudo bem. Esse sempre foi a nossa rotina nos Jurídicos: vencer, vencer e vencer. Pelo menos até então.

Jogo seguinte: Basquete masculino. Um time com o coração na ponta dos dedos contra os bolsistas. A nosso favor, o fato de serem eles orelhudos. Razão até do porque andam com a cabeça baixa: o peso das ditas. BAISF? Não. “Eles” não tocam em jogos de basquete.

Lógico que não! Você não sabia que, no século passado, em um ano qualquer, lá, perdido no tempo, alguns atletas do basquete brigaram com alguns componentes da Bateria? Sim, algo gravíssimo ! Uma briga seríssima. Tão antiga que, dizem as nossas estórias que foi o Barão do Rio Branco e o Ruy Barbosa que brigaram. Um foi até a Etiópia prá se preparar para o duelo, enquanto o Ruy ficava aqui, decorando o dicionário para ofender mesmo o desafeto. Chegado o dia, brigaram xingaram , puxaram os cabelos. Resultados: ficaram ambos carecas, deixando o bigodão prá disfarçar. Outro resultado: cada qual encontrou sua verdadeira vocação. Isso é viagem minha. Sorry...



Mas foi algo do tipo:
- Seu feio !
- Feio é você, viu, seu bobo!

Depois disso, diante de tão fenomenal embate, nunca mais a BAISF tocou em jogos do basquete masculino. Nesse jogo de B's... tas perdia a São Francisco. O engraçado é que hoje, tais digladiadores originários são amigos e se riem dessa horrorosa briga. Cresceram.

Mas o que importa é isso: a BAISF não toca em jogo do basquete ! Por quê? Porque não, ora essa ! Uma tradição imbecil, idiota e nefasta. As Arcadas são a própria tradição. Mas não desse tipo. Confundiram Tradição com teimosia burra.

Esse triste episódio até o mais alienado franciscano conhece, por isso sabemos estar chovendo no molhado. Mas isso é uma homenagem ao frio e à chuva. Francamente ! Depois de dito isso podemos voltar ao presente.

Em seguida ao jogo contra a FAAP, o basquete masculino. Contra o Mackenzie. Devemos enfatizar que era imediatamente após e no mesmo ginásio. Por isso, impossível arranjar qualquer desculpa. Os componentes da BAISF deixam seus instrumentos de lado e sentam-se, meio desenxabidos, para assistir o jogo e torcer. Somos todos franciscanos, afinal. Tocá nóis num toca, mais torcê nóis torce ! E na quadra, um time de desenxabidos. Do outro lado, uma torcida toda de orelhas em pé e uma bateria toda contente por estar tocando sozinha, empurrando muito bem o time deles. Cadê que a bola não entra ? Sabe-se lá o que é ver um jogo de basquete masculino, de ótimos jogadores, chegar ao tempo de 10 minutos, com um placar irritantemente absurdo, de 0x0?

Num determinado momento, algo mágico e emocionante começa a acontecer. Aqueles franciscanos, torcendo ao lado do seu instrumento aposentado, muito timidamente começam a produzir algum som. Sim, algum som. Afinal, do outro lado temos uma bateria a nos desafiar: ai que bom seria, se a Sanfran tivesse bateria! Sabe-se que franciscano tem um ego altamente inflado...

Nesse estranho clímax, digno do mais puro contexto machadiano, num conflito mental entre o histórico “não podemos tocar” e o que o coração manda fazer, cada componente começa a brincar com o seu próprio instrumento. E então, a grande decisão ! Sob a batuta do Grande Líder Fausto, cada qual pega então seu instrumento e a BAISF começa a fazer o deveria ter sido feito desde sempre: tocar, empurrando a Torcida Nota XI e também o time de basquete. Daí que os encantados pontos começam a surgir. Ao final, o agradecimento emocionado do Vini, líder do basquete ao líder da BAISF. Ambos quintanistas, que jamais presenciaram aquela briga idiota, assim como qualquer componente da BAISF ou do time. Ou ainda, da Torcida Nota XI. Isso já não é clima de Machado, mas de Edgar Alan Poe, um surrealismo fantástico... e idiota. Venceu o bom-senso.

A Sanfran venceu esse jogo. Mas a maior vitória, a mais emocionante e espetacular vitória foi do espírito franciscano. Ao final de tudo, prevaleceu tudo aquilo que sentimos pela São Francisco, acima de quaisquer outras coisas. O fato de também termos perdido o xadrez talvez denuncie a burrice e a torpeza de um espírito-de-porco que andava rondando e imperando nas nossas Arcadas, onde picuinhas mil e egos feridos davam o tom. Um tom que não condiz com nada do que somos. Hoje e sempre. Principalmente as esdrúxulas, feito a essa rixa milenar. Espera-se que, daqui por diante, isso tudo seja algo superado. Nos próximos jogos, teremos a BAISF tocando também em jogos do basquete. Ouso até dizer: com apenas essa vitória, mesmo na impensável possibilidade de não sermos DECA, já somos muito mais do que vitoriosos. Pensando melhor, não...




Luiz Gonzaga ____________________________________ Arcadas, IV de maio, CLXXXI