sábado, junho 07, 2008

A Atlética-guerreira precisa de um cartola idem

Daí então a gente se pergunta:

De que vale sermos a Torcida Nota XI?
De que vale o maravilhoso som da BAISF ?
De que valem nossos atletas de ouro darem, não o suor, mas o sangue pela camisa da Sanfran?
Se a Diretoria da Atlética, na hora em que mais se precisa dela, afrouxa e se deixa vencer?
Que nem se fale da absoluta falta de organização de TODOS os Jurídicos. Ficamos sabendo das cidades uma semana antes, ficamos com os piores hotéis, jogos alternados em ginásios diferentes, desnecessariamente. Alojamentos surreais, horrorosos, no meio de favelas e tudo o mais?
Cada qual faz MUITO BEM a sua parte. Atletas nem se fale. E também a Torcida e a BAISF. Menos, sempre, a Diretoria da Atlética. E, pela generalização, perceba que a referência nem é apenas sobre a atual. E, como o tudo mais escrito e avaliado, nunca é pessoal.
Em 2006 não houve Jurídicos. Apenas e tão-somente porque a Diretoria nunca se impõe como deveria. Não basta gritar nas arquibancadas aquela infinidade de musiquinhas desqualificando os adversários. No momento de negociar, escolher, votar, aquele espírito também deve estar presente. Não basta ser atleta e/ou ter boa vontade. Em guerra precisa-se de um marechal-guerreiro. Cartola-guerreiro. Aqui faz-se necessário saber negociar. Coisa de "cartola", que nem todos sabem desempenhar. Competência essa que não é o que observamos. Na quadra é com atletas. No tapetão, um Cartola, com a mesma garra que atletas, torcida, BAISF e tudo o mais.
Nesse 2008, a posição MAIS DO QUE ÓBVIA da nossa Diretoria deveria ser a de se recusar a aceitação da troca da “Credencial Ouro”. Pura e simplesmente isso.

Nota: para os que não sabem, assim como eu não o sabia, cada atlética pode escolher, UM atleta, em qualquer modalidade, independente dos anos de formado que tenha. Isso é a Credencial Ouro. Por ser para todos e antecipado, tudo bem. O combinado não é caro diz a sabedoria popular, que parece não ter chegado aos ouvidos de nossas Diretorias da Atlética.

Assim fica muito fácil. Chega-se à uma final, decisiva. Daí o time então decide trocar o seu atleta com Credencial Ouro. Certos estão eles. Errados estamos nós em aceitar. Larga a mão de ser burro, Presidente!
Logo, todas as honras pela absurda perda dos Jurídicos, o franciscano pode atribuir à Diretoria da Atlética.
E, diante do leite derramado, fica a pergunta: por que é que sempre a Diretoria da Atlética é frouxa assim?
Será por causa da sua esdrúxula forma de eleição ? Sim, para o XI é uma incrível e sangrenta guerra para a eleição, como sempre vivenciamos e participamos. Só que esse clima torna-se benéfico, pois cria responsabilidade da Gestão. Quando isso não ocorre, franciscanos se insurgem, como assistimos no ano de 2007, quando mais de 900 depuseram moralmente o Presidente do “XI de Agosto”. Um show de “cidadania” nas Arcadas. Ao final, temos 2300 alunos em cobrança contínua, exagerada até, às vezes.
Mas com a Atlética é diferente. Uma caixa preta que se nos anualmente nos apresenta uma nova Diretoria, surgida sabe Deus de quais parâmetros. A totalidade dos alunos não tem acesso e poder sobre essa decisão. Então, por isso, pode-se especular à vontade. Diante desse desconhecido, podemos inferir o que quisermos, temos esse direito.
O critério não pode ser o de ser atleta. Todos o são. Ser bom atleta, dedicado, menos ainda, pois todos o são. Sabemos disso. Querer o melhor para a Sanfran muito menos ainda, pois não há um idiota dessa estirpe nas Arcadas, com a graça do bom Deus, que não queira sempre o melhor. Caso haja é só avisar, que passará a não haver mais...
Resta então um último critério, que deveria ser o mais importante a ser levado em conta: a capacidade de administrar, de negociar, de barganhar, de ser “cartola” enfim. Se for esse o critério, então é uma capacidade “depreendida”, “inferida” ou sabe-se lá o quê. O certo é que, em outubro surge sempre uma nova Diretoria. Mesmo os mais interessados nas coisas das Arcadas passam meses ou mesmo toda a gestão sem ano menos saber quem é, o nome do dito que ocupa a Presidência da Atlética! Incrível isso.
Sabemos que um bêbado será um péssimo dono de um bar. Sabemos que não basta boa vontade para se atingir um objetivo. É preciso competência específica. E é o que nunca observamos nas Diretorias da Atlética.

Não seria a hora de se repensar o modelo de eleição na Atlética? Não teriam TODOS os franciscanos que ter o poder de decisão para votar e eleger aqueles que acredita-se serem os mais capazes de exercer essa função, como fazemos no Centro Acadêmico?
Fica aqui a sugestão. De um obstinado defensor das BOAS tradições das Arcadas. E sempre contra o acomodamento justificado por tradições burras. Que seria XI-Campeão se não fosse uma dessas. Sei, sei: undeca-campeão. Sugestão dirigida aos que sabem o quanto isso não é pouco.

Luiz Gonzaga ______________________ Arcadas, XI de junho, CLXXXI