quinta-feira, novembro 25, 2010

Lovely Paul: o show e a Beatlemania

Um abraço MUITO especial

Três quilos em suor, atividade saltitante aeróbica comparável aos quatro mil orgasmos de Blackburn, Lancashire, treze horas de overdose alucinógena suficientes para uma Magical mistery tour . E três horas do mais puro amor com 64 mil pessoas ao som hipnotizante de um garoto: Sir  James Paul McCartney. Para todos, apenas Paul. Eis o domingo, indescritível, incrível, inenarrável e maravilhoso, 21 de novembro de 2010.
       
Depois disso, quatro noites de um sono inconciliável, acompanhado de uma frenética e compulsiva captação de todas as imagens e sons buscáveis na net, para uma pastinha singelamente denominada: domingo.
Por fim, diante dos olhos, da mente, do espírito e, principalmente do coração, a resposta. Isso sempre teve um nome, perdido no labirinto dos tempos: BEATLEMANIA. I've just seen a face I can't forget the time where we just met.
Não havia exagero na Beatlemania. Ela já era a própria expressão do exagero. Com tudo o que se tem agora disponível em comunicação para tornar o Planeta Terra um ovo, fica muito difícil imaginar como é que se sabia quase que imediatamente tudo o que ocorria  no mundo todo, no que se referia aos Beatles. Havia, nesse nosso sub-imundo Brasil, o rádio. Talvez uma telepatia emocional. Talvez qualquer coisa. Mas, com certeza, uma coisa: sabia-se quase que instantaneamente de tudo. E embora não tenhamos tido a sagrada graça daqueles meninos por esse nosso fim de mundo daqui, a Beatlemania tomou conta de tudo, feito a um tsunami. Quando da apresentação do filme A Hard day's night(aqui chamado de os Reis do ié-ié-ié, motivo de riso para os fabfour)  houve, nos cinemas por onde passou, uma quebradeira generalizada. Alguns ficaram completamente destruídos. Quantos, não sei dizer. Mas, com absoluta certeza, dois. Como testemunha ocular e partícipe.
Por que é que pessoinhas quebram tudo, assistindo a um filme, por sessenta e sete vezes, de quatro malucos na tela? Sabe-se lá!
Por que é que alguém acaba sendo preso por roubar uma capa, apenas a capa, de um LP, porque a foto era inédita? Mais tarde, muito mais tarde, vim saber que havia sido liberado por via do princípio da bagatela. Mas a bagatela está muito bem guardada comigo. 
Por que é que de cada três habitantes da Terra, um tem algum disco dos Beatles? Algo em torno de dois bilhões de discos vendidos. E um Guinness particular, apenas para eles. Como compilar um inusitado disco contendo 27 primeiros lugares que se torna o 28º?
Por que a compulsão de ter tudo, saber tudo e querer tudo o que se refere aos Beatles? 
São infindáveis as perguntas sem resposta. Pergunte à Beatlemania. Como ela não é uma pergunta, mas uma resposta, cria-se uma tautologia adorável.  
1964
 Enfim, a Beatlemania, um alucinógeno em overdose natural, torna a vida uma absoluta loucura insana agradável de ser vivida, abre as portas da percepção e da criação e nos leva para uma mágica e misteriosa viagem por longos e sinuosos caminhos. Como naquele Maracanã, com suas noventa mil pessoas cantando, chorando e pulando junto
Quem, naquele domingo esteve ali, sabe o que tudo isso significa.  Mesmo as mais poderosas câmeras não conseguiam captar com nitidez as imagens. Mas a nossa retina muito bem as captou e guardou-as no coração. O sentimento chamado Beatlemania não é para ser contado ou explicado, mas apenas para ser vivido.
Obrigado, Paul! Por existir, por ter sido e ser a Beatlemania e por tê-la nos trazido de volta, mesmo que por fugazes 180 minutos, para esse estéril, árido e desolado mundo de 2010, que pede por Socorro!

Luiz Gonzaga

domingo, novembro 14, 2010

Uma noite memorável

Uma noite memorável, o XI/XI. Iniciando-se às 18:27h o lançamento Nacional do livro As Arcadas: segredos,  magia e estórias

Hideo, o Arauto da Morte, o anunciador de eventos na São Francisco, geralmente necrológicos, já havia comunicado aos quatro ventos. A Associação dos Antigos Alunos já havia comunicado, coincidentemente aos antigos alunos. Os corredores do Pátio das Arcadas já haviam comunicado, numa das magias desveladas no livro, a todos quantos por ali circulam. Sem sequer dizer palavra, posto que corredores supostamente não falam. Corredores normais, ressalte-se. A imprensa foi comunicada.

O Migalhas, destacando-se, anunciou o Lançamento de maneira bastante peculiar e sintomática: Acontece mais uma estudantada na São Francisco. Desta vez, editorial. As Arcadas, o Livro, será lançado na Livraria Martins Fontes, dia XI/XI, às 18:27h (!).

É interessante notar que a expressão estudantada é um verbete coletivo, delineado ao longo de quase dois séculos, por alunos do Largo aprontando mais uma das suas. Por serem inclusive alguns deles, o povo do Editorial do Migalhas sabe bem das coisas. Parece até que já leram o livro. E leram.

As gentes, quando querem entrar na São Francisco, afora alguns que a acham “a” Escola de Direito, da usp, fazem-no porque querem estar na Faculdade da História. Depois de alguns parcos segundos aqui, querem saber que História é essa. E ficam sabendo que a sua página deverá ser escrita pela própria pena. Significa singelamente, no mínimo, participar de mais uma das suas.   

O poeta Cazuza se inspirou na minha pessoa, quando escreveu “eu sou mesmo exagerado”. Certeza.  Só que ele diminuiu um pouco, para não assustar. Levei ao pé da letra a expressão. Escrever a estória de própria pena não necessariamente significa escrever, claro.  O que para alguns é um encargo imenso, para mim, uma diversão. Por vezes, tenho pena da minha pobre pena! E quanto a participar de mais uma das suas, uma cansativa e salutar tarefa, overdose também. Disso tudo, restou uma coleção de memórias coletivas bicentenárias. Não minhas, já que a ninguém interessam as minhas memórias. Nem a mim mesmo. 

Por isso, o anúncio do Lançamento. Engraçado ter que explicar a alguns, o porquê do XI/XI. Pior ainda o porquê dos 18:27h. O Livro é mesmo muito necessário! A idéia central era anunciar que havia alguém das Arcadas aprontando mais uma das suas. É preciso que saibam, para se certificarem que As Arcadas continua a mesma. Por mais estranho que pareça escrever As Arcadas no singular. Mas forço a barra da sintaxe, em licença poética, dado que é singular. Singularíssima. Mas isso também é um outro assunto. Daí a ser anunciado como uma estudantada é uma diferença tamanha. Um orgulho e satisfação.  Algo coletivo sendo feito individualmente. Daí a epifania: havia eu colocado a minha necessária página naquela que é a mais maravilhosa História, a das Arcadas. Dever cumprido.E, aos quantos prometeram o puxadinho no Túmulo, a cobrança da sua contra-prestação naquele pacto sinalagmático.

Além disso, muito gente deu o prazer e a honra de comparecer ao Lançamento. Muita alegria e emoção. Autografar livros para pessoas a quem deveria eu pedir o autógrafo é algo de inusitada felicidade. De livro que deveria ser lançado em XI de agosto de 20XI, antecipado por razões que aqui não cabem, ficará a satisfação de ocorrer como “segunda edição”. 

E, conforme já explicado, o exagerado vai longe. As Arcadas deve se tornar um livro de produção coletiva. Você vai pôr a sua estória ali (por isso, mande-a para mim). Dessa maneira, aquele sacrossanto postulado de que a História das Arcadas é escrita por seus próprios alunos deixará de ser uma simbologia, para ser algo real e concreto. Há o Livro, onde aquele desavisado calouro que pisa nesse Pátio pela primeira vez e toma conhecimento desse encargo, tenha a sua parcela de compromisso em fazer algo, mais uma das suas, e inseri-la nele a sua estória. Não pelas Arcadas que prescindem dele para isso, mas para a sua própria grandeza.

R. Porter
Em cobertura exclusiva para a PÊNIX
XI/XI – o Lançamento d'As Arcadas, o Livro. Uma realidade fantástica

terça-feira, novembro 02, 2010

Uma luz no fim do túnel

Retirei todas as postagens que se referiam ao processo eleitoral. E retirarei este também, tão logo receba as cerca de mil visitas, quando de novas postagens. Este blog se presta, se é que presta, a outros fins que não a politicagem brasileira, muito embora a pertinência o nome A LATRINA.
Após um dia para digerir tão nefasto resultado, é bem propício o Dia de Finados para aclamar a vencedora de tão renhida eleição: a vergonha de ser brasileiro. Como se costuma dizer, por exemplo, "não existe um dia das Mães. Todos deveriam ser o seu dia" assim estamos com o resultado: conviver diuturnamente, por mais quatro anos com a indefectível vergonha de ser brasileiro.  
O grande Estadista Mula serviu para nos indicar a esperançosa luz no fim do túnel: um trem que vem em sentido contrário...
Costumam aclamar Mula como "um homem do povo". Pergunto eu: quem não veio do povo? Mas, com ele a coisa ficou bem clara, transparente: o eleito pelo povo nada mais é do que o seu espelho. Portanto, um ignorante, analfabeto, bêbado e aproveitador. Brasileiro da gema. Decorrente dele, o mesmo povo dando aval a todo tipo de maracutaia e safadezas mil. Por nunca saber de nada, uma aprovação ampla, total e irrestrita. Um país comandado por bandidos, acobertados por seu líder maior, igualzinho. Logo, na eleição seguinte, aquele mesmo espelho: a eleição de um bandido. Tem lógica. Sendo o brasileiro um gérson de plantão, nada mais legal do que um sistema onde ele tenha maior chance de arranjar uma boquinha. Esse negócio de meritocracia é burocracia desnecessária. Para que o suor, se na agora Dilmalândia basta ter carteirinha do pt?

A melhor expressão de triunfo que se viu, nas infindáveis manifestações de vitória: "Chupa Brasil! Dilma presidente". A visão tosca do brasileiro, que trata assuntos como esse como se fora o resultado de uma partida de futebol.
Nas minhas idas e vindas por essa vida afora, oriundo de uma miséria escabrosa, aprendi desde logo que não se deve correr atrás do dinheiro. O dinheiro é algo muito mais caprichoso do que uma fêmea no cio. É preciso que você conheça e cumpra o ritual da dança na sua extensa e intrincada totalidade. Um único movimento, gesto ou atitude fora do expressamente determinado, e você está fora. É algo como o cachorro correndo atrás do rabo. 
O que se precisa é correr atrás do conhecimento. Este sim é acessível e quanto mais você o explora, mais ele se mostra.