sábado, fevereiro 27, 2016

João Santana é um relógio suíço!

Eu me identifico bastante com o marketeiro João Santana. Eu fico tão envolvido com as minhas coisas que, caso você deposite US$ 10 milhões em minha conta na Suíça, eu nem vou perceber, nem vou notar. Aliás, nem sei porque é que abriram uma conta pra mim lá. Ou ainda: eu tenho uma conta na Suíça?
Porque o importante da vida é o Ser e não o Ter. Eu trabalho de graça para os meus amigos, por puro desprendimento, Amor e ideologia. Acho que  por isso me identifico tanto com a Suia: por causa dos relógios. Que também trabalham de graça.
E eu acredito que todas as outras pessoas são assim também.
E a única coisa que eu sei é que eu não sei. E é o que eu ensino para os meus amigos, como lema de vida. Eventualmente, em retribuição, alguém me faz depósitos. Os quais eu desconheço, por completo!
Alguns chegam ao exagero de roubar, apenas para me fazer esses mimos, depósitos de 30-40 milhões. Confesso que fico sensibilizado e feliz. Não pelo dinheiro em si, óbvio. Mas pela demonstração de afeto, gratidão e amizade.
Por isso, eu não entendo essas ações da Polícia Federal querendo saber do dinheiro, quem pagou pra quem, onde foi depositado, se é caixa dois, sonegação, trafico de drogas, de armas e etc.
O dinheiro não é tudo na vida. De que vale ganhar o mundo e perder a sua alma?
Deste mundo nada levaremos. Bens materiais não importam.
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Namaste,
João Santana!
(Mentidor, digo Mentor Eleitoral do Lula e asseclas)

sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Notícias do Circo Brasil

Em um único dia é demais!!!
Notícias do dia (de hoje):
1 - Dilma deu uma aula hoje sobre... não interessa! Meu Deus! E ela lá sabe falar sobre alguma coisa?
2 - Estão investigando sobre uma transa que o FHC teve em 1970. Pior que isso é lembrar o Lula do tempo que ele tinha que trabalhar. Isso é tortura, minha gente! Vão ter que recordar o FHC sobre o que é transar. Ao Lula, sobre trabalhar, não adianta explicar.
3 - Um salafrário hoje foi solto da prisão por um cidadão que foi citado pelo dito salafrário como sendo um bom comparsa. Eita, Brasilzão! Só não direi nomes, em respeito as nossas leis, que são cumpridas à risca! Teori a da Conspiração.
4 - Na renhida luta contra a Mosquita da dengue, vi hoje plantarem citronela em uma praça pública.
Nota número Um - Pernilongos e pernilongas fazem ninho nas citronelas. É o seu café da manhã.
Nota número dois - a dita foi plantada ao lado de uma linda bromélia. Todos sabemos que ela armazena água da chuva.
Pergunta: não bastava retirar a bromélia?????
5 - Na favela Heliópolis foram erradicados os focos da Mosquita (de novo!). É que, com a visita do ilustre ministro Aldo Rebelo, o prefeito Haddad mandou retirar todo o lixo que havia lá. E havia muito.
Beleza! Vamos pedir então para que o ministro fique visitando cada rua de São Paulo. Assim, recolhem o lixo e o Aedes também.
Só não posso dizer que o Aldo é "brother" porque ele tem um projeto de lei que proíbe o uso de palavras estrangeiras.
6 - Zica: o Brasil foi rebaixado no grau de investimento, de BB+ para BB. Como o BB será o próximo a ser investigado pelo Juiz Sérgio Moro, então ferrou tudo!
7 - A Claudia Leite desistiu de publicar a sua biografia. (Não é "auto-biografia" por razões técnicas). Na realidade, essa foi uma típica saída à francesa: ela não tem uma história pra contar. Precisava mesmo era dos 400 mil do BNDES
8 - Somos campeões do mundo!!!! Eeeebaaaa!!! Calma lá que não é em futebol não. Nesse quesito ainda estamos em 7x1.
O Brasil é o país Numero Um no mundo em doenças transmissíveis, típicas de países miseráveis: malária, hanseníase, tuberculose, Zica (de novo!), e agora a sífilis.
9 - O Renan Calheiros tá pendurado, por conta de pensão pra uma dita cuja. O FHC tá enrolado com pensão também. Será que o Mick Jagger vai ser preso? Será que ele tá com problemas de pensão com aquela "atriz", super-talentosa e o show é apenas um disfarce para uma intimação e ele vai apresentar as suas fanfarronices de tornozeleira eletrônica?
Sei lá, viu! Eu ainda sou mais as amantes do Itamar Franco. Pelo menos elas eram mais transparentes.
E concluo que o bom é ser como Lula: é melhor não saber de nada mesmo!

domingo, fevereiro 14, 2016

Carta ao Brasil:uma continuação necessária

Caro Mark Manson:
Como brasileiro, agradeço a sua carta e o seu interesse pelo meu País. Ela é coberta de verdades. Que porém não chegam ao âmago da questão. Todo brasileiro médio já escreveu a sua “Carta aos brasileiros”. Inclusive eu. E nenhuma delas fez coisa nenhuma, porque indicam o caminho, mas não chegam ao ponto final necessário para que aquelas verdades possam serem trazidas ao mundo da realidade e produzam resultados práticos e efetivos.
Motivado pela sua carta, que a tomo como minha e também pela minha brasilidade de dezesseis gerações e interesse pelo Brasil, vou completá-la, com o que deve ser feito. Ou seja, esta não é uma “resposta” a sua, mas o complemento final.
Começando pelo final, hoje somos como que duzentos milhões de peixes tentando sobreviver em um Rio Tietê. Caso ajamos como o que você sugere, morreríamos rapidamente como perfeitos e civilizados cavalheiros e a expectativa de vida dos brasileiros talvez alcançasse, como a peixes sem oxigênio, alguns minutos. Esse é o nosso presente. E essa condição explica tudo, embora não a justifique. O brasileiro usa o “jeitinho” para sobreviver. Quem está lutando pela vida, literalmente, não pode pensar no outro e muito menos no “coletivo”. Animais matam as crias, ao sentir que não lhes há condições de sobrevivência. O ser humano nada mais é do que um animal. E o brasileiro é um animal enjaulado em sua insignificância social. E o jeitinho é a mísera molécula de oxigênio naquele Rio a que todos estamos submersos e submetidos.
E você acerta quando diz que só com o fim do jeitinho é que poderemos nos tornar uma coletividade, um País. Porém, se o seu uso fosse proibido por decreto, cada brasileiro não sobreviveria por alguns minutos, como os citados peixes dentro do Tietê. O que precisa é acabar com o que gera o jeitinho. Mais uma vez, começando pelo final, afirmo: apenas uma revolução total em costumes, leis e instituições fará com que esse conglomerado de duzentos milhões de pessoas possa não precisar dele, podendo assim se interessar em construir uma coletividade chamada Brasil. O sistema muda pessoas, mas não o próprio sistema, que se auto-protege e perpetua. Não são as pessoas que são corruptas. O Estado é corruptor em suas fundações e leis. Caso Deus fosse eleito Presidente, renunciaria em alguns dias, pressupondo-se que Ele seja alguém de boa-vontade.    
Eu conto sobre a origem histórica do jeitinho:
Durante trezentos anos, o Brasil foi uma terra-de-ninguém. As leis e normas de convivência eram as de Portugal e inaplicáveis aqui, inicialmente pela extensão territorial. Algumas pouquíssimas coisas eram regidas pelas leis canônicas da Igreja, segundo os seus próprios sagrados interesses. Era mesmo um “cada um por si”. “Vou a um lugar, cerco um terreno e extraio dele o que tiver para ser extraído. Se acabar, vou para outro lugar”. O escambo era a moeda circulante, na prática. E o diferencial era o “levar vantagem em, mesmo que honestamente”.
E esse contexto foi institucionalizado com a chegada de Dom João VI ao Brasil, em 1808. Ele chegou com um componente “novo”: o dinheiro, moeda corrente. E chegou também com outras novidades.
Imagine você, senhor Mark Manson, sendo visitado em sua casa pelo mensageiro da Família Real, com a seguinte mensagem: “a partir de amanhã, a sua casa e todos os seus pertences serão utilizados para acomodar a corte imperial. Ponto” E você teria até a meia-noite para desocupar a sua casa. Para onde você poderia ir? O problema é só seu, senhor Mark.
Por uma questão de sobrevivência, o brasileiro captou rapidamente o sistema real português. Os fidalgos tinham diariamente o “beija-mão” do Rei, quando pediam favores reais. O brasileiro passou a prestar favores  a esses fidalgos, em troca de pedir um lugar pra morar, um terreno  para viver e tudo o mais. Tudo.  Estava então instituído oficialmente a figura do “puxa-sacas”.  Os “favores” aos fidalgos geralmente eram constituídos pela concessão temporária e intempestiva de suas esposas e filhas, com suas graciosidades tão irreverentes e à mostra. Assim, senhor Mark, o senhor conseguiria outro lugar para viver.
Dada à efetividade do beija-mão, não custa prestar outros favores e obter outros favores. E você ganharia escravos. Um casal de escravos. Sem a mínima serventia, para quem não tem o que comer.  A escrava então era mandada para a rua para alugar suas graciosidades, em troca daquela coisa nova, a moeda. Para você Mark, já era bom. Ao menos não eram suas filhas. E o escravo iria para a rua também, para pequenos serviços, em troca daquela mesma coisa esquisita, que podia comprar tudo e dispensava o escambo: a moeda. Caso não encontrasse algum pequeno trabalho para ganhá-las, simplesmente as subtraia de quem tivesse, geralmente os portugueses. Nascia assim a prostituta e o punguista, o malandro brasileiro. E tudo o mais da vida brasileira foi construída como fruto do “beija-mão”. “Tudo” não é exagero, você diria. Não. Tudo mesmo.
Além dos miseráveis, havia os brasileiros da nata, geralmente latifundiários e etc. Nada de comércio, indústria, nada Um feudo com todo o sistema feudal da alta Idade Média vigente em 1800, Era da Revolução Industrial nascente. O “beija-mão” é um preito de vassalagem. Um rei nunca é corrupto. Todo o dinheiro é dele. Um rei não tem sede de poder. Dele emana todo o Poder.  Para os “bem-nascidos” de então, não bastavam pequenos favores. Quando o Rei foi embora, criaram um sistema político que convergisse a uns poucos, perpetuamente. Com o espírito do “beija-mão” criaram o Congresso Nacional, verdadeiro balcão de negócios. E eternizaram nas várias Constituições. “Não sou eu, é a Lei quem manda”. É bonito,não? E imoral. E é isso que foi instituído e vige até os dias presentes, brilhantemente aperfeiçoado. Porém velado.
O que difere do nosso momento atual é que não é mais velado. Apenas exemplificando: o amaldiçoado plug elétrico de três pinos. Não existe no mundo inteiro. É condenado por toda a Engenharia brasileira, por ser ridículo. Mas o Presidente proibiu a venda do anterior, instituiu e tornou obrigatório esse. Fundamento: para agradar um amigo que conseguiu a ele mais um título de Doutor Honoris Causa. Um Rei não precisa de dinheiro e nem de Poder. Mas um Presidente analfabeto gostou muito de ser transformado instantaneamente em Doutor. Beija-mão, pura e simplesmente. A Presidente proibiu por decreto que caminhões bloqueiem as estradas para protestar contra ela. Mas se for de apoio, então pode. Na Inglaterra os reis também faziam isso. Até que o povo deu um basta ao Rei. Em 1215. É, não há confusão na data não.  
E então, mister Mark, volto ao final antecipado. Não adianta ao brasileiro “ser consciente” na hora de votar. Não adianta “começar por mim”, uma mudança, porque ela não ocorrerá. Para o Brasil e o Brasileiro há apenas uma única condição que será eficaz e poderá transformar esse aglomerado de gente em um País dignamente chamado de coletividade: quando ele depositar o seu jeitinho em troca de uma AR-15 e deponha à força das armas todas essas “pessoas”, em qualquer tempo,  de um poder imutável e distorcido e então o modifique, com os valores que você mencionou. O jeitinho não se substitui pela força, dada a sua essência: “finja me enganar que eu finjo que me engano”. Mas apenas a força das armas pode depor esse Poder Real depositado nas mãos de humanos. E então elaborar um sistema feito por e para simples mortais, nós brasileiros.          
Só assim, poderemos redigir uma constituição com alguns poucos artigos que dispensem o uso do jeitinho para uma vida digna de todos, indistintamente. Talvez um único: todos os cidadãos são iguais perante o Estado e tem todo o direito que não avance o alheio. E que passe a viger a partir de agora mesmo. Eu a tenho redigida, em meus arquivos. Caso tenha interesse, posso enviá-la como anexo.   
Mais uma vez, obrigado pela sua carta e seu desprendido interesse pelo meu Brasil.
Um abraço

Em tempo: sei ser o senhor um empresário muito bem-sucedido. Caso tenha alguma vaga disponível, poderia entrevistar um cunhado meu, bastante competente?

É apenas uma brincadeira. A Carta de Pero Vaz de Caminha, anunciando ao Rei de Portugal o “descobrimento” do Brasil, após incontáveis bajulações, ele encerra com esse pedido. Data da carta: 1500. Entendeu agora?