De todas as festividades anuais, e haja festividades!, dos alunos das Arcadas, certamente a mais maçante é a greve da usp. Todo ano, já com calendário marcado, o povo do Butantã declara-se em greve. Os motivos reais dela não são declarados, provavelmente por serem escusos e espúrios, vide bandeiras do PSTU, MST e Gaviões da Fiel. Mas a pauta de reivindicações declaradas são aquelas mesmas de 1968. Os gritos de guerras também são os mesmos. Só os personagens e as datas mudam. Os gritadores atuais são filhos e até netos daqueles que brandiram suas armas e bandeiras, naquela longínqua Década da Paz, do Amor... e da greve. Alguns ainda até hoje moram de graça no Crusp. Netos, pais e avôs. Afora as lideranças, que se deram bem e hoje assentam-se em Brasília, distribuindo cargos e altos salários para si e para apaniguados, parentes, amigos and so on.
A São Francisco tem lá o seu vínculo burocrático-financeiro com a usp. Por isso, também anualmente, o Centro Acadêmico “XI de Agosto” faz uma enquete, consulta os alunos acerca da greve. A consulta é pro-forma, visto que feita para aplacar anseios dos líderes das greves anuais, pré-agendadas. Política de boa-vizinhança entre Centros Acadêmicos. Mas o resultado é sempre o mesmo: 60-80% dos franciscanos não quer greve, não adere e muito menos lidera greves. O apoio declarado pelos alunos é aquele, no melhor estilo “tá bom, façam lá a sua greve. Mas me incluam fora disso”. Sempre para o desalento dos grevistas, cujo sonho sempre foi inutilmente incluir a São Francisco em suas greves. O nosso sonhado cenário de “lutas sociais”. Afinal, o Território Livre é nosso quintal, todas a “grandes lutas” se travaram e se centraram em nosso Pátio. E a liderança pensante, brilhantes franciscanos. Isso tudo num glorioso tempo que nem usp havia. Era e é, como sempre, a São Francisco. Mas em vão. Arcadas, sem greve.
No transcorrer de tudo isso, acompanho com interesse renovado as longas mensagens e pequenos ensaios que se produzem na Internet, nos egroups das salas de todas as turmas. Primeiro, devo declarar que o pessoal tem tempo de sobra. Eu, para ler; eles, para escrever longas digressões acerca, inicialmente da greve. Favoráveis ou contras. Posterior a isso, o assunto descamba e passa a abranger o inimaginável. Tais como os direitos difusos, a Guerra de Tróia, os perigosos buracos negros, a recente ascensão do Corinthians, bem como o show da Susan Boyle. Canta muito bem a moça! Escrevem bem e bastante os admiráveis pares franciscanos.
Há uns cerca dez alunos da São Francisco que participam das manifestações de greve que 0,001% dos uspianos fazem, com aquela citada maçante regularidade anual. Tais alunos deixam na garagem da sua cobertura duplex no Morumbi os seus Audi, BMW e outros carrinhos populares, pegam um ônibus (argh!!) e vão para o Butantã, encontrar os seus pares de Esquerda, revoltados com a opressão e a desigualdade. Ressalte-se que, no caso desses alunos das Arcadas, ser de Esquerda não remete a qualquer ideologia, como primeiro se faz pensar, mas apenas indica em qual punho ele carrega o seu Rolex. Que deixa em casa, para se juntar ao perigoso, mas útil manipulável populacho. Esse proceder, enfadonho e renitente, faz parte da surrada cartilha para tentar inutilmente eleger esses dez alunos como Diretoria do “XI de Agôsto”. Resta lembrar que, enquanto houver um só aluno que tenha presenciado a traiçoeira palhaçada da gestão esquerda e grotesca do XI, em 2007, fica garantido que eles não serão eleitos outra vez.
O recurso chamado greve, em sua essência, sempre conteve a idéia de ser uma inesperada carta na manga, uma última arma, com a potência de um tsunami, cuja enérgica ação visava mexer com estruturas, aprimorar e equalizar algo. Isso lá pelos idos de antanho. Com o passar do tempo, pela banalização do seu uso previsível e único, num modus operandi anacrônico e repetitivo, na linguagem requintada presidencial, o tsunami passou a ser apenas uma marolinha. No máximo algumas ondinhas maiores, utilizadas para a prática salutar do surf, entre aficcionados. Que, obviamente sairão por ai, declarando em altos brados que manifestações escritas como essa que se lê, são a expressão de uma direita reacionária, fascista, pequeno-burguesa, dos opressores do maldito sistema capitalista, etc e tal. Descarregarão, como sempre, feito descarga, todo o vocabulário do kit-Marx que sobejamente conhecemos, pela repetição. Na falta de argumento convincente, utilizaram a tão criticada violência da Polícia. Com o diferencial de que esta age, quando age, por dever legal. Aqueles, por pura apelação.
Inovando, incrivelmente, dessa vez resolveram fazer uma grandiosa passeata, cujo destino era o nosso Território Livre, o Largo de São Francisco. Mas a inovação não é criatividade, é apenas o uso da fraude. Indução ao erro da mídia e do povo em geral, já que tendo o Largo como ponto final da tal manifestação, faz acreditar ao desavisado que aderimos, apoiamos e até lideramos tal greve. O que é uma mentira.
A São Francisco tem lá o seu vínculo burocrático-financeiro com a usp. Por isso, também anualmente, o Centro Acadêmico “XI de Agosto” faz uma enquete, consulta os alunos acerca da greve. A consulta é pro-forma, visto que feita para aplacar anseios dos líderes das greves anuais, pré-agendadas. Política de boa-vizinhança entre Centros Acadêmicos. Mas o resultado é sempre o mesmo: 60-80% dos franciscanos não quer greve, não adere e muito menos lidera greves. O apoio declarado pelos alunos é aquele, no melhor estilo “tá bom, façam lá a sua greve. Mas me incluam fora disso”. Sempre para o desalento dos grevistas, cujo sonho sempre foi inutilmente incluir a São Francisco em suas greves. O nosso sonhado cenário de “lutas sociais”. Afinal, o Território Livre é nosso quintal, todas a “grandes lutas” se travaram e se centraram em nosso Pátio. E a liderança pensante, brilhantes franciscanos. Isso tudo num glorioso tempo que nem usp havia. Era e é, como sempre, a São Francisco. Mas em vão. Arcadas, sem greve.
No transcorrer de tudo isso, acompanho com interesse renovado as longas mensagens e pequenos ensaios que se produzem na Internet, nos egroups das salas de todas as turmas. Primeiro, devo declarar que o pessoal tem tempo de sobra. Eu, para ler; eles, para escrever longas digressões acerca, inicialmente da greve. Favoráveis ou contras. Posterior a isso, o assunto descamba e passa a abranger o inimaginável. Tais como os direitos difusos, a Guerra de Tróia, os perigosos buracos negros, a recente ascensão do Corinthians, bem como o show da Susan Boyle. Canta muito bem a moça! Escrevem bem e bastante os admiráveis pares franciscanos.
Há uns cerca dez alunos da São Francisco que participam das manifestações de greve que 0,001% dos uspianos fazem, com aquela citada maçante regularidade anual. Tais alunos deixam na garagem da sua cobertura duplex no Morumbi os seus Audi, BMW e outros carrinhos populares, pegam um ônibus (argh!!) e vão para o Butantã, encontrar os seus pares de Esquerda, revoltados com a opressão e a desigualdade. Ressalte-se que, no caso desses alunos das Arcadas, ser de Esquerda não remete a qualquer ideologia, como primeiro se faz pensar, mas apenas indica em qual punho ele carrega o seu Rolex. Que deixa em casa, para se juntar ao perigoso, mas útil manipulável populacho. Esse proceder, enfadonho e renitente, faz parte da surrada cartilha para tentar inutilmente eleger esses dez alunos como Diretoria do “XI de Agôsto”. Resta lembrar que, enquanto houver um só aluno que tenha presenciado a traiçoeira palhaçada da gestão esquerda e grotesca do XI, em 2007, fica garantido que eles não serão eleitos outra vez.
O recurso chamado greve, em sua essência, sempre conteve a idéia de ser uma inesperada carta na manga, uma última arma, com a potência de um tsunami, cuja enérgica ação visava mexer com estruturas, aprimorar e equalizar algo. Isso lá pelos idos de antanho. Com o passar do tempo, pela banalização do seu uso previsível e único, num modus operandi anacrônico e repetitivo, na linguagem requintada presidencial, o tsunami passou a ser apenas uma marolinha. No máximo algumas ondinhas maiores, utilizadas para a prática salutar do surf, entre aficcionados. Que, obviamente sairão por ai, declarando em altos brados que manifestações escritas como essa que se lê, são a expressão de uma direita reacionária, fascista, pequeno-burguesa, dos opressores do maldito sistema capitalista, etc e tal. Descarregarão, como sempre, feito descarga, todo o vocabulário do kit-Marx que sobejamente conhecemos, pela repetição. Na falta de argumento convincente, utilizaram a tão criticada violência da Polícia. Com o diferencial de que esta age, quando age, por dever legal. Aqueles, por pura apelação.
Inovando, incrivelmente, dessa vez resolveram fazer uma grandiosa passeata, cujo destino era o nosso Território Livre, o Largo de São Francisco. Mas a inovação não é criatividade, é apenas o uso da fraude. Indução ao erro da mídia e do povo em geral, já que tendo o Largo como ponto final da tal manifestação, faz acreditar ao desavisado que aderimos, apoiamos e até lideramos tal greve. O que é uma mentira.
Enfim, a greve da usp: uma esquálida reencenação de edições passadas. Um show anacrônico e picaresco; inútil, porque vazio; agora, também criminoso.
Luiz Gonzaga
Arcadas, XX de junho, CLXXXII