domingo, maio 04, 2008

BAISF x BASQUETE – Uma vitória espetacular







DECA? Ainda não conquistamos. Ainda...

Mas aconteceu sim uma vitória espetacular, nesses JJEs de Franca. Essa que vai ai, no título, para os mais apressadinhos. Conto para quem não esteve lá. E também para os que lá estavam, mas alguns vapores etílicos os impediam dessa percepção, além de outras tantas...

Era o sábado maldito. Com um sorriso mais amarelo que a bata dos pucânus assistimos a Gloriosa Sanfran vencer UM jogo. Ufa ! E foi ainda, nada mais nada menos, do que contra a poderosa FAAP ! Pensa o quê ! Nóis num é mole não ! Num handebol feminino que, chegou a estar 12x0, finalmente a Torcida Nota XI pode cantar:
Ô Ô ÔÔ, Toda-poderosa Sanfran ! Tudo isso ao som mais-do-que-maravilhoso da BAISF. Até ai, tudo bem. Esse sempre foi a nossa rotina nos Jurídicos: vencer, vencer e vencer. Pelo menos até então.

Jogo seguinte: Basquete masculino. Um time com o coração na ponta dos dedos contra os bolsistas. A nosso favor, o fato de serem eles orelhudos. Razão até do porque andam com a cabeça baixa: o peso das ditas. BAISF? Não. “Eles” não tocam em jogos de basquete.

Lógico que não! Você não sabia que, no século passado, em um ano qualquer, lá, perdido no tempo, alguns atletas do basquete brigaram com alguns componentes da Bateria? Sim, algo gravíssimo ! Uma briga seríssima. Tão antiga que, dizem as nossas estórias que foi o Barão do Rio Branco e o Ruy Barbosa que brigaram. Um foi até a Etiópia prá se preparar para o duelo, enquanto o Ruy ficava aqui, decorando o dicionário para ofender mesmo o desafeto. Chegado o dia, brigaram xingaram , puxaram os cabelos. Resultados: ficaram ambos carecas, deixando o bigodão prá disfarçar. Outro resultado: cada qual encontrou sua verdadeira vocação. Isso é viagem minha. Sorry...



Mas foi algo do tipo:
- Seu feio !
- Feio é você, viu, seu bobo!

Depois disso, diante de tão fenomenal embate, nunca mais a BAISF tocou em jogos do basquete masculino. Nesse jogo de B's... tas perdia a São Francisco. O engraçado é que hoje, tais digladiadores originários são amigos e se riem dessa horrorosa briga. Cresceram.

Mas o que importa é isso: a BAISF não toca em jogo do basquete ! Por quê? Porque não, ora essa ! Uma tradição imbecil, idiota e nefasta. As Arcadas são a própria tradição. Mas não desse tipo. Confundiram Tradição com teimosia burra.

Esse triste episódio até o mais alienado franciscano conhece, por isso sabemos estar chovendo no molhado. Mas isso é uma homenagem ao frio e à chuva. Francamente ! Depois de dito isso podemos voltar ao presente.

Em seguida ao jogo contra a FAAP, o basquete masculino. Contra o Mackenzie. Devemos enfatizar que era imediatamente após e no mesmo ginásio. Por isso, impossível arranjar qualquer desculpa. Os componentes da BAISF deixam seus instrumentos de lado e sentam-se, meio desenxabidos, para assistir o jogo e torcer. Somos todos franciscanos, afinal. Tocá nóis num toca, mais torcê nóis torce ! E na quadra, um time de desenxabidos. Do outro lado, uma torcida toda de orelhas em pé e uma bateria toda contente por estar tocando sozinha, empurrando muito bem o time deles. Cadê que a bola não entra ? Sabe-se lá o que é ver um jogo de basquete masculino, de ótimos jogadores, chegar ao tempo de 10 minutos, com um placar irritantemente absurdo, de 0x0?

Num determinado momento, algo mágico e emocionante começa a acontecer. Aqueles franciscanos, torcendo ao lado do seu instrumento aposentado, muito timidamente começam a produzir algum som. Sim, algum som. Afinal, do outro lado temos uma bateria a nos desafiar: ai que bom seria, se a Sanfran tivesse bateria! Sabe-se que franciscano tem um ego altamente inflado...

Nesse estranho clímax, digno do mais puro contexto machadiano, num conflito mental entre o histórico “não podemos tocar” e o que o coração manda fazer, cada componente começa a brincar com o seu próprio instrumento. E então, a grande decisão ! Sob a batuta do Grande Líder Fausto, cada qual pega então seu instrumento e a BAISF começa a fazer o deveria ter sido feito desde sempre: tocar, empurrando a Torcida Nota XI e também o time de basquete. Daí que os encantados pontos começam a surgir. Ao final, o agradecimento emocionado do Vini, líder do basquete ao líder da BAISF. Ambos quintanistas, que jamais presenciaram aquela briga idiota, assim como qualquer componente da BAISF ou do time. Ou ainda, da Torcida Nota XI. Isso já não é clima de Machado, mas de Edgar Alan Poe, um surrealismo fantástico... e idiota. Venceu o bom-senso.

A Sanfran venceu esse jogo. Mas a maior vitória, a mais emocionante e espetacular vitória foi do espírito franciscano. Ao final de tudo, prevaleceu tudo aquilo que sentimos pela São Francisco, acima de quaisquer outras coisas. O fato de também termos perdido o xadrez talvez denuncie a burrice e a torpeza de um espírito-de-porco que andava rondando e imperando nas nossas Arcadas, onde picuinhas mil e egos feridos davam o tom. Um tom que não condiz com nada do que somos. Hoje e sempre. Principalmente as esdrúxulas, feito a essa rixa milenar. Espera-se que, daqui por diante, isso tudo seja algo superado. Nos próximos jogos, teremos a BAISF tocando também em jogos do basquete. Ouso até dizer: com apenas essa vitória, mesmo na impensável possibilidade de não sermos DECA, já somos muito mais do que vitoriosos. Pensando melhor, não...




Luiz Gonzaga ____________________________________ Arcadas, IV de maio, CLXXXI

3 comentários:

Anônimo disse...

Tocante, muito tocante.
Espírito de união já esquecido por entre alguns franciscanos.
Pena que talvez o deca não venha...

Anônimo disse...

1) O que eu tinha ouvido é que além da briga, o pessoal do basquete n curtia mto a baisf tocando porque o barulho atrapalhava o técnico.

2) A gente sempre perdeu o xadrez. No Interusp a gente esbarrava na Poli, nos JJE a gente esbarrava em diversos bolsistas. Por sinal, um dos dias mais emocionantes da minha vida foi quando eu consegui vencer o primeiro tabuleiro do Mack.

Anônimo disse...

Graças a Deus...

foi humilhante ouvir a ótima sapateria cantar :
Ai que bom seria, se a USP tivesse bateria!