sábado, maio 15, 2010

SALA PRIVADA "João Grandino Rodas"


Diante do inequívoco espírito franciscano ao lidar administrativamente com as coisas das Arcadas, inclusive contemplado com a ascensão ao posto de Reitor, creio ser de bom alvitre os alunos realizarem uma singela homenagem ao ex-diretor, indicando o seu nome para uma Sala, perpetuando assim o nosso eterno reconhecimento e gratidão ao seu valor e a sua grandeza.
Considerando que a oferta do número de salas é exíguo, o que encarece inclusive o preço no mercado de venda de salas homenageadas;
Considerando que as mais destacadas e nobres Salas já atingiram alto preço no leilão recentemente realizado, inclusive sob a égide do presentemente sugerido a ser homenageado;
Considerando que os méritos então considerados referem-se tanto à obra em vida realizada pelo antigo aluno quanto o vultoso valor de cotação, em transparente processo licitatório, inclusive no que concerne à esdrúxula contrapartida num ato de doação;
Considerando que a homenagem ora sugerida não levará em conta o valor pecuniário de nossas estimadas Salas, resta o atributo do valor da obra realizada pelo homenageado, na função de dirigente maior da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco;
Considerando que, em sua indigitada Gestão, o presentemente sugerido a homenageado, em relevante serviço de expansão da área da Faculdade, obteve êxito na aquisição de um Aquário;
Considerando que no conquistado Aquário insistiu por transpor os queridos e valiosos livros da Biblioteca, na heroica e louvável tentativa de higienizar os livros, após duzentos anos de manuseio pelos Alunos;
Considerando que, ciente e orgulhoso de sua inusitada contribuição, deixou um valente assecla na vice-diretoria, professor Gazella, como guardião de suas medidas, na tentativa de evitar impugnações por parte dos Alunos,
 
fica então indicada a Sala localizada no Hall dos Calouros como

SALA PRIVADA


João Grandino Rodas

Deve-se enfatizar publicamente que tal homenagem em nada tem a ver com doações em dinheiro para a obtenção da aposição de um nome em sagrado solo das Arcadas. Que a homenagem refere-se estritamente ao reconhecimento à obra em si, a placa será inscrita, não em letras douradas, que poderiam inclusive aludir ao poder do vil metal, mas com o material decorrente mesmo da obra que se realiza no interior da Sala escolhida, nas LATRINAs existentes. 

Finalizando, resta lembrar que toda a mobilização dos nobres colegas franciscanos tem sido de uma dedicação  e unidade admiráveis, mas que, a despeito de tudo, dos Atos, reuniões, votações, assembléias, depoimentos e tudo o mais, OS LIVROS CONTINUAM LÁ, sobrenadantes no Aquário das Arcadas. E que tal situação exige menos burocracias e mais ação. Tal como os alunos mesmos irem buscar os tais livros. Em qualquer lugar que os deixemos, estarão melhor do que no lugar onde estão agora.

Resta lembrar que franciscanos estão mais afeito à ferramenta do animus jocandi  no  realizar coisas. Essa a nossa principal e mais potente bandeira.

O sucesso é sempre é garantido. Tal já não se pode dizer quanto ao manuseio das leis e do Direito. Sendo assim, a empreitada de retorno dos livros deve ser feita mais com o uso do bom humor do que com petições mil. Isso já foi feito em n oportunidades, sempre com resultados altamente positivos e doces também. Como o mel que saboreamos, feito sob a herma do Álvares/Fagundes. Quem sabe agora, saciemos nossa sede de Saber, ao desfrutarmos da Sopa de Letrinhas em que se transformou a nossa Biblioteca, naquele malfadado Aquário?

A mídia é uma arma muito poderosa. Sabedores disso, colocam gente MUITO esperta para as reportagens. O nosso contato com eles deve estar à altura disso. Para não ser manipulado, como vem acontecendo.
Para quem gosta de cargos, ter um Assessor de Imprensa muito bem preparado é vital, nesses casos. 

Portanto, chamem a mídia e façamos a transposição da São Francisco. Dos livros, melhor dizendo.

AAArcadas, XV de maio, CLXXXIII
Luiz Gonzaga
Décio Pignatari - 06.05.2010



2 comentários:

Anônimo disse...

Isso aí Gonzaga!

Vamos apelidar o prédio anexo IV da rua Senador Feijó de:
I. o cortiço;
II. a espelunca;
III. a pocilga;
IV.o pombal;
V. o apêndice;
VI. a pança podre;
Pois afinal, o maior acervo jurídico da América Latina não pode ficar ali naquele barracão!

Valeu!

Ass: Demente - Um não inocente útil para qualquer empreitada

Danilo disse...

Apêndice IV me parece bastante adequado.