domingo, novembro 14, 2010

Uma noite memorável

Uma noite memorável, o XI/XI. Iniciando-se às 18:27h o lançamento Nacional do livro As Arcadas: segredos,  magia e estórias

Hideo, o Arauto da Morte, o anunciador de eventos na São Francisco, geralmente necrológicos, já havia comunicado aos quatro ventos. A Associação dos Antigos Alunos já havia comunicado, coincidentemente aos antigos alunos. Os corredores do Pátio das Arcadas já haviam comunicado, numa das magias desveladas no livro, a todos quantos por ali circulam. Sem sequer dizer palavra, posto que corredores supostamente não falam. Corredores normais, ressalte-se. A imprensa foi comunicada.

O Migalhas, destacando-se, anunciou o Lançamento de maneira bastante peculiar e sintomática: Acontece mais uma estudantada na São Francisco. Desta vez, editorial. As Arcadas, o Livro, será lançado na Livraria Martins Fontes, dia XI/XI, às 18:27h (!).

É interessante notar que a expressão estudantada é um verbete coletivo, delineado ao longo de quase dois séculos, por alunos do Largo aprontando mais uma das suas. Por serem inclusive alguns deles, o povo do Editorial do Migalhas sabe bem das coisas. Parece até que já leram o livro. E leram.

As gentes, quando querem entrar na São Francisco, afora alguns que a acham “a” Escola de Direito, da usp, fazem-no porque querem estar na Faculdade da História. Depois de alguns parcos segundos aqui, querem saber que História é essa. E ficam sabendo que a sua página deverá ser escrita pela própria pena. Significa singelamente, no mínimo, participar de mais uma das suas.   

O poeta Cazuza se inspirou na minha pessoa, quando escreveu “eu sou mesmo exagerado”. Certeza.  Só que ele diminuiu um pouco, para não assustar. Levei ao pé da letra a expressão. Escrever a estória de própria pena não necessariamente significa escrever, claro.  O que para alguns é um encargo imenso, para mim, uma diversão. Por vezes, tenho pena da minha pobre pena! E quanto a participar de mais uma das suas, uma cansativa e salutar tarefa, overdose também. Disso tudo, restou uma coleção de memórias coletivas bicentenárias. Não minhas, já que a ninguém interessam as minhas memórias. Nem a mim mesmo. 

Por isso, o anúncio do Lançamento. Engraçado ter que explicar a alguns, o porquê do XI/XI. Pior ainda o porquê dos 18:27h. O Livro é mesmo muito necessário! A idéia central era anunciar que havia alguém das Arcadas aprontando mais uma das suas. É preciso que saibam, para se certificarem que As Arcadas continua a mesma. Por mais estranho que pareça escrever As Arcadas no singular. Mas forço a barra da sintaxe, em licença poética, dado que é singular. Singularíssima. Mas isso também é um outro assunto. Daí a ser anunciado como uma estudantada é uma diferença tamanha. Um orgulho e satisfação.  Algo coletivo sendo feito individualmente. Daí a epifania: havia eu colocado a minha necessária página naquela que é a mais maravilhosa História, a das Arcadas. Dever cumprido.E, aos quantos prometeram o puxadinho no Túmulo, a cobrança da sua contra-prestação naquele pacto sinalagmático.

Além disso, muito gente deu o prazer e a honra de comparecer ao Lançamento. Muita alegria e emoção. Autografar livros para pessoas a quem deveria eu pedir o autógrafo é algo de inusitada felicidade. De livro que deveria ser lançado em XI de agosto de 20XI, antecipado por razões que aqui não cabem, ficará a satisfação de ocorrer como “segunda edição”. 

E, conforme já explicado, o exagerado vai longe. As Arcadas deve se tornar um livro de produção coletiva. Você vai pôr a sua estória ali (por isso, mande-a para mim). Dessa maneira, aquele sacrossanto postulado de que a História das Arcadas é escrita por seus próprios alunos deixará de ser uma simbologia, para ser algo real e concreto. Há o Livro, onde aquele desavisado calouro que pisa nesse Pátio pela primeira vez e toma conhecimento desse encargo, tenha a sua parcela de compromisso em fazer algo, mais uma das suas, e inseri-la nele a sua estória. Não pelas Arcadas que prescindem dele para isso, mas para a sua própria grandeza.

R. Porter
Em cobertura exclusiva para a PÊNIX
XI/XI – o Lançamento d'As Arcadas, o Livro. Uma realidade fantástica

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