segunda-feira, abril 11, 2011

Brasil, um país FECAL

Dado que o mundo quase não apresenta problemas a serem solucionados, os teóricos, economistas, sociólogos e etc estão com um problema seríssimo em relação ao nosso querido Brasil. O País apresenta dados estatísticos econômicos e sociais que já o elevam da posição de "emergente", muito embora ainda não tenha atingido o patamar de "desenvolvido", haja vista ser o país do futuro, algo que ainda está para chegar.  Essa a grande razão da insônia dos nossos intelectuais. Já até cobraram o cidadão que criou as siglas BRIC e PIG. Enquanto que BRIC todos já sabem  quem são, o PIG continua no anonimato. Não gostaram dessa sigla, achando-a na verdade uma porcaria. Talvez por isso ele tenha ficado temeroso em apresentar o nome sugerido para o status mundial que atinge o nosso País: FECAL.
Cheio de razões ele. Enquanto BRIC por simbologia lembra algo que sempre tende a afundar, PIG remete diretamente ao que europeus em geral pensam daqueles três países componentes da sigla. São portanto siglas de uma similitude ímpar. E agora a grande novidade: o Brasil, um país FECAL. Tudo com muita consistência. Poder-se-ia acrescentar: com odor característico. Mas ele não entrou nesses detalhes. Restringiu-se a detalhar a sigla. Um país com institutos tipicamente feudais, praticando os rudimentos de um Capitalismo recém-descoberto e também Liberal. Taí lançada então a nossa atual condição: FECAL. De Colônia passamos  a i-mundo. Depois subesenvolvidos e depois ainda a emergente. Agora, finalmente boiaremos nas águas.
O mentor intelectual da sigla demonstra ser profundo conhecedor da nossa História. Com apenas cinco letras contou-a, de cabo a rabo. E desse fim tirou a ideia da sigla. E, de quebra dissecou nossa cultura, analisou nossos mais profundos valores morais, bem como o espírito comunitário que nos identifica. Isso tudo em um cidadão que nem brasileiro é. Talvez até por isso. 
Em um País às avessas, com tudo de pernas para o ar, pode-se começar pelo fim.  Tanto faz. Quando se vai ao Inferno, dança-se com o Capeta. Mais que tudo e sob qualquer sistema, o Brasil é um país Liberal. Radicalmente Liberal, cjegndo-se à Libertinagem franca. Caminha profetizou: em se plantando tudo dá. Só que para plantar dá trabalho. Então tropicalizou-se a profecia: em sendo amigo do rei, tudo pode. A Lei não deixa? Mudem-se as leis. A Lei da Gravidade impede? Revoguem-na. A Lei da Oferta e da Procura atrapalha? Crie o BNDES e mudem-na. A Lei dos Grandes Números é impagável a todos? Dê apenas um bolsa-família aos miseráveis eleitores, que são a maioria. E que aos demais impere a Dura Lex: inimigos, pobres, pretos e prostitutas. Veio à tona algo tido como crime de amigo?  Espere prescrever e pronto! Cansado de se defender da pecha de não ser um país sério, foi então institucionalizada a questão, elegendo-se alguém que sabe que o povo não é mesmo sério: uma gargalhada geral. Só quem  ficou tiririca mesmo com a coisa foram algumas crianças, aquelas que não enxergam a roupa de um rei pelado. Mas elas crescerão e certamente receberão um cala-a-boca. Um País Liberal, a dar lições ao mundo boquiaberto. O Parlamento funciona muito bem, haja vista que parlare é sua origem. E eles ficam lá, falando, falando. falando, cumprindo essa digna função. Por isso esse Estado de Direito é repleto de leis. Tudo previsto. A Constituição, uma linda sereia e seu belo canto. Todo cidadão tem o legítimo direito de cometer o seu primeiro crimezinho: é réu primário. Quando não mais primário, será preso. E será solto com indulto para o Dia das Mães, aproveitando a folga para matar a mãe. É lícito ao preso querer fugir. Não o seria não querer voltar?  Para se entender como um preso foge pela porta da frente de um presídio de segurança máxima, utilize-se do mesmo instituto que rege que "o governo é governado por organizações não-governamentais". E tudo fica claramente explicado.  Mas nunca se pode esquecer que é o País do Liberalismo radical. Se o cidadão não tem a Ficha Limpa não poderá ser eleito. Exceto se for para Presidente da República, já que revogaram o latrocínio, sequestro e o terrorismo como crimes, para o caso em questão. Por ser mulher, feriria o pudor público se desfilasse como com as roupas do rei. Então ela aparece vestida sim, mas experimentando receitas de bolo. E a plateia extasiada aplaude, pedindo bis. Fundamentada na Libertinagem reinante, é preciso que se mude novamente as leis ortográficas, cabendo agora o que nunca teve feminino, "o Presidente". Ao invés de Presidenta, algo que não existe, sugere-se então a Presidanta. Algo que também não existia, até que elegeram uma. E é muito mais conforme.


 O criador da sigla genial não fica por aí, só dando nome aos burros. Segue analisando o difundido e dominante aspecto Feudal de nosso estamento. O Preito da Vassalagem já vigente consuetudinariamente, foi institucionalizado, recebendo hodiernamente o codinome de Mensalão.  Como o país apresenta apenas os rudimentos do que virá a ser um banco, o dinheiro aos agraciados é carregado em malas, pacotes. Quando não suficiente, colocado nas meias e cuecas. As Banalidades representam para o cidadão a metade do que honestamente ganha trabalhando, verdadeiro confisco, recebendo o eufemístico nome de Imposto. O Imperador desse Mato Virgem pode tudo. Modifica números, publicando milagres. Paga regiamente o apoio com recursos do tesouro. A Oposição é comprada com tráfico de influência e também dólares, que a carne é fraca e custa caro. O Imperador sai pelado pelas ruas, mas a mídia toda vende, posto que comprada também, as belas vestes imperiais. Algumas crianças reconhecem o quadro, mas são criancinhas inocentes apenas. Crescerão e acabarão por ver a roupa do rei. Não sobra ao cidadão nem o privilégio da Primeira Vez, posto que, dadas as modernidades, tal privilégio já é usufruído bem precocemente, em passado distante. Nascemos para ser Colônia, com o desígnio de fornecer riquezas à Coroa, qualquer que seja o nome dado a ela, no transcorrer dos séculos. Primeiro, deram-nos espelhos. Mas nossa indústria já fornece os parafusos mais grosseiros para a tecnologia de ponta que recebemos com a abertura dos portos. Tal é o avanço que hoje o que mais impera são as ferramentas foice e martelo, apetrechos que já Leonardo da Vinci tratou de modernizar, por ultrapassados. Competindo com a nanotecnologia vigente, o País cultiva "nanatecnologia", por ser um gigante adormecido. Talvez autista. Assim, dentre outras infinidades de modos e costumes, o país vive bem o seu Feudalismo, com a graça de Deus e a benção do Carnaval.
Com esse cenário, o País recepciona o Capitalismo. Talvez com algum atraso, atribuído ao fuso horário. Com a adoção, o Escambo fica restrito aos trâmites palacianos e seus apaniguados. Aos demais, fica instituído que se deve produzir vender e comprar. O Imperador, do alto de sua sapiência declara aos súditos que estamos em uma nova Era. Revela que produzindo mais, pode-se vender mais barato. Além disso, para produzir mais, mais cidadãos terão trabalho e capacidade de comprador. E isso alimentará a produção, que venderá mais. E é então aplaudido de pé. O próprio presidente dos EUA anuncia que "esse é "o cara". Com essa nova doutrina, faria inveja até mesmo a Adam Smith, caso tivesse dito isso há quatrocentos anos. Mas tem o fuso horário, complicador de tudo. Enfim, a despeito de tudo, está implantado o novíssimo sistema: o Capitalismo. Não viraríamos o seculo XX sem essa novidade. Agora, caso o Capitalismo faça água, conserte-o e remende-o com o que se tem às mãos, os institutos feudais. Com essas providências tomadas na calada da noite, todo tsunami vira marolinha. Desde que se prepare bem a seleção para a próxima Copa do Mundo. 

Percebe-se facilmente que a fundamentação poderia ser discorrida ad infinitum, mas tornaria mais maçante ainda a leitura. E também por desnecessário. Mesmo o pouco apresentado já excede: realmente é o Brasil um País FECAL. Por isso vejo bons auspícios para esse blog A LATRINA. Pode até ser que sejamos convidados a recepcionar as régias mensagens  do "depois-do-café-com-a-Presidanta" e descarregá-las aqui. Um patrocínio claro que sem licitação, dada a excepcionalidade da relação conteúdo-continente. 

Um comentário:

Monja disse...

Pois é, doutor!

Pra quê elevar o nível do ensino médio se a gente pode fazer cotas e dizer que aqui é tudo politicamente correto?
Ou, como diz um certo piá "pra quê estudar Direito se eu tenho um coringa chamado Constituição?"

Pra quê mudar o mundo se todos sabemos que merda não afunda?

http://1.bp.blogspot.com/_xPukxK3EfDM/TC5fHHdI2KI/AAAAAAAAAtU/u4d7-YoryqQ/s1600/Mafalda_mudar_mundo.jpg

You say you wanna revolution...