sábado, setembro 08, 2012

A Ilma. Equivocada

Brasil, o País do Futuro


Equivoca-se a dona Dilma, ao se utilizar de cadeia nacional de rádio e televisão, sob o pretexto de fazer um pronunciamento sobre a nossa ainda não-conquistada Independência. E, ao invés disso, utilizar-se dessa especial condição, para fazer palanque aos seus candidatos pelo Brasil afora. Palanque não é o seu metier: quando subiu nele, tropeçou nos degraus e nas palavras. Tente parecer inteligente e não afugente os eleitores dos seus apaniguados. Aceite a sugestão dada ao Galvão Bueno, a fim de panfletar o seu malfadad candidato. 

Equivoca-se a dona Dilma, ao afirmar que o Mula é um estadista. Ela, juntamente com tantas outras coisas, parece desconhecer o significado do vocábulo. Um aparvalhado que, em seu último ato, ao deixar a Sala da Presidência (e não Sala “do Presidente”), apropria-se indebitamente de um crucifixo que, por obvio, não lhe pertencia, não pode receber tal denominação. E, some-se a isso uma interminável relação de feitos semelhantes quando naquela função. Em linguagem popular, são atos de “gatuno”, "ladrão pé-de-chinelo”, "ladrão-de-galinhas (no caso, crucifixo)". Mesmo sob uma famigerada nova ortografia,  assinada por quem não sabe assinar, jamais se aproxima o vocábulo “gatuno”, de “estadista”.

Equivoca-se a dona Dilma ao se utilizar de tal aparato para dar resposta a um único cidadão, Fernando Henrique Cardoso, em um pronunciamento feito a supostos 200 milhões de outros cidadãos. Muito embora estivessem todos em filas quilométricas para curtir o feriado dentro do carro, mereciam uma palavrinha, equivocada que fosse. A Democracia, sua tão louvável desconhecida, pressupõe críticas. Não aja em seu posto como se presidisse uma reunião do PT, onde sabe-se ser conduzido com mãos de ferro autoritárias, que expulsa qualquer mínima oposição ao projeto de poder. Mas que,  em público, o líder-mor alegue desconhecer os meandros das maracutaias.

Equivoca-se a Dona Dilma ao querer atribuir ao seu governo, e claro, ao de seu criador, antecessor, padrinho, benfeitor e comparsa, aos avanços econômicos conseguidos pelo País. Eles decorrem de um momento histórico de globalização, cuja segunda abertura dos portos ocorreu por obra de outros, que não o seu indigesto conluio de estelionatários. Um país rico em recursos naturais, com um imenso mercado consumidor, mas que não sabe produzir por si um parafuso de qualidade, além de ser quintal de produção do dito primeiro mundo. Simplesmente as indústrias deles zeram o balanço com os lucros daqui, atenuando o prejuízo de lá. E isso, feito a uma esmola, tem sido bom para os brasileiros, acostumados já com espelhos, ao longo da História. Isso não é obra do PT e nunca nesse país se ouviu tamanha pataquada.

Equivoca-se a dona Dilma ao atribuir a si e a sua gangue a tão propalada estabilidade econômica. A estabilidade foi conseguida em gesto ousado e até heróico, mas foi duramente combatida e rejeitada pelo PT quando esse era, bons tempos de outrora, apenas oposição burra. E cuja estabilidade atual vem sendo conseguida à custa do Erário Público, maldisfarçando e bancando a inflação e tudo o mais.Muito mal comparando, os nossos "bons números" têm sido conseguidos como aquele cidadão que, atualmente desempregado, procura desesperadamente manter o alto padrão de vida, à custa de seu cartão de crédito. A conta acaba chegando. E com juros escorchantes. Sabemos todos que números de pesquisas e estatísticas são facilmente distorcidos, ao bel-prazer de que paga isso regiamente. Com lucros da Petrobrás, claro.  

Equivoca-se a dona Dilma quando afirma que ela e sua trupe “aprendem com os erros do passado”. Haja vista que ela própria armou-se até os aos dentes, literalmente, para defender um regime e sistema francamente falido, o socialismo de fachada. Tomando de assalto, também literalmente, o poder, retrocederam duzentos anos na História. Que somados aos já quinhentos amargados no feudalismo, lança o Brasil do XXI nos erros do passado, como um mero fornecedor de pau-brasil aos portugueses, digo, minério de ferro para que a China se construa como a mais nova potência mundial.  País esse que decidiu-se pela Educação exagerada, elevando o nível a qualquer custo para realizar a façanha. Enquanto aqui, falamos em cotas, para rebaixar ainda mais o quase nada existente de qualidade cultural. Fala-se aqui em mudar a letra do Hino Nacional, porque é “muito difícil”, quando o óbvio correto seria ensinar o que é “difícil” nas escolas e não a ideologia barata do partido no poder. Fato que fica claramente demonstrado em levantamento da ONU, que coloca o Brasil em 39º lugar em educação. Entre 39. Ou que coloca o Brasil em 144º em confiança em políticos. Entre 144. Uma política esdrúxula de se deixar engabelar pelas Bolívias da vida, colocando o País honrosamente em segundo lugar... no consumo de drogas. Algo até coerente, pois a nossa juventude consome a sua droga de discurso, obnubilando-lhes a inteligência e tornando-os meros repetidores de palavras de ordem anacrônicas, perdendo a própria dignidade junto ao senso crítico.   

Equivoca-se a dona Dilma quando afirma entusiasmadamente que os investimentos não afetarão as verbas destinadas aos programas sociais. É antigo, mas ainda não aprendido, o adágio "não é tirando dos ricos para dar aos pobres” que estes enriquecem. São apenas esmolas que se reverterão em votos de perpetuação no poder, aniquilando de vez o pouco de dignidade que sobrou dos que nada têm. O que precisam é de dignidade, emprego e oportunidade. Tudo o mais de riqueza advém desses elementos, utilizados com competência, vocábulo também desconhecido dos baba-ovos do poder. 

Equivoca-se a dona Dilma quando cita, também entusiasticamente, as verbas destinadas ao desenvolvimento. Sabemos todos que elas se afastarão dos seus destinos, indo compor os diversos “valeriodutos” criados, indo inusitadamente cair nas maletas, meias e cuecas dos apadrinhados, ressalvado o sagrado quinhão, pertencente ao partido, conforme notícia veiculada imediatamente antes do seu equivocado pronunciamento. O voto vencido declarou que tudo está corretíssimo, que não houve qualquer crime ou ilegalidade. Voto de um juiz que nem ao menos deveria votar, já que há pouco advogava na defesa daqueles que ora está julgando. Excrescência jurídica digna dos tristes tempos de agora, que a História julgará corretamente.

Equivoca-se a dona Dilma ao aparecer sozinha, quando deveria aparecer toda quadrilha. Sendo em Cadeia Nacional, deveria ser de segurança máxima. Seria só trancar e jogar a chave fora.  E aí sim, poderíamos comemorar a Independência.

Ao todo, um único acerto: o Brasil não é mais o "país do futuro", mas o País do Presente. Presentes que são distribuídos para comprar a oposição, para fraudar licitações, para superfaturar obras inexistentes, para assessorar incompetentes e analfabetos, para propaganda de feitos não-feitos. Presentes para tudo e para todos. Em troca de votos, empregos e cargos, trocados por modesta contribuição dizimista aos cofres do partido, cofre esse que não fica obviamente aqui, mas em alguma ilha perdida. Eis o Presente. O Futuro está bem representado na foto que ilustra o amargo desse relato.

Equivoca-se o autor destas palavras, ao se utilizar do verbo “equivocar-se”. Este possui a conotação de erro cometido com boa-fé. Quando a intenção de iludir existe, quando se declara a verdade distorcida pela má-fé, o verbo correto para "erro intencional" é “mentir”, pura e simplesmente. Portanto, resta apenas um equívoco, este declarado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Magistral...