terça-feira, setembro 11, 2012

Ohio, São Paulo entre Boston e Chicago!



Com esse negócio de eleições, para um bom paulistano como eu, a coisa tá cheirando muito mal! Sei que a imagem fala mais do que mil palavras, mas não posso me furtar a fazer algumas considerações. Que, acho, não chegam a mil palavras.

São Paulo é uma cidade que é um País dentro do Brasil. Isso, sem qualquer ufanismo. Aqui a população tem o estranho hábito de trabalhar. Hábito tão estranho que chega a ser motivo de chacota por parte dos vizinhos:"paulistano só sabe trabalhar!". Um conceito emitido como crítica jocosa, mas que apenas relata uma verdade. E que, com o fito de equivaler-se de alguma maneira, ufanam-se de que em sua terra o Sol brilha mais, com a média de dois graus acima da média de São Paulo. Realmente. Em Ji-Paraná a média anual é de 40ºC. Consequentemente, na ensolarada lógica deles, então uma da cidades mais progressistas, se não a mais, desse nosso Brasil.

Com essas e com outras, pelo trabalho, é uma cidade rica. Como uma terra prometida de oportunidades, seu povo em geral é bastante avesso à enxurrada de benesses criadas em nossa História recente. Um povo que tem nas entranhas o saber que é apenas o trabalho que traz riquezas. Esmolas apenas perpetuam a miséria. Dessa maneira, políticas públicas populistas de trocar votos por bolsa-alguma-coisa não pegam em São Paulo, que tem aversão a isso. Isso explica a imensa rejeição que temos, não pelas pessoas de tal malfadad candidato, mas pelo que ele ostenta na lapela. Sua estrela não brilha aqui.  Dessa maneira, o último foco de resistência em um país inteiro que se rendeu a esse modus operandi. Querem São Paulo a todo custo, o último link a fechar a imensa rede que faz do país uma republiqueta de terceira categoria.

Depois das preliminares, o que interessa: o processo eleitoral. Conforme bem acusa o mapa, São Paulo está sitiada entre Boston e Chicago. Ohio! Chicago, uma quadrilha de gangsters, chefiados por Alka Poney. Afeitos a extorquir com as promessas de proteção e algum dinheirinho, pra não passar fome. Se funcionar, bem. Se não, a metralhadora funciona. Sempre funcionando a omertá devidamente abrasileirada. A Lei do Silêncio nessas terras tupiniquins tomou a forma de eu não sei de nada. A quadrilha tomou de assalto todo o país, restando apenas São Paulo a compor o extenso meandro de tráfico de influência, desvios institucionalizados para a perpetuação do poder. A corrupção solta como bem conhecemos. Resta São Paulo como o último foco de resistência ao império da incompetência, onde basta ser amigo do rei, para galgar degraus na imensa pirâmide da felicidade que criaram. E esse é o grande nó: São Paulo prima e se orienta pela competência. Aqui se enxerga a roupa do rei. Ou a falta dela. 

De outro lado, Boston. Travestido de bom moço, verdadeiro salvador da pátria, àqueles que tem pouca memória. Sabemos todos como são os salvadores da Pátria. Já amargamos um protetor dos descamisados, cujo grande mote era explorar a então aversão brasileira , hoje exclusividade do Estado de São Paulo. Venceu por oposição e jogou o País nuim buraco. Esse cidadão de hoje veste a capa de oposição ao que ocorre por todo esse Brasil, sabendo que esse discurso soa muito bem em São Paulo. Mas, também como mostra o mapa, Ontário passa longe daqui, para o outro lado dos lagos. E associa-se a quem puder, para engrandecer seus pares. Para cativar mais fiéis, teve ate o seu encontro com Jesus. Omitindo de todos que, em tal encontro, ficou sem a carteira. Coisa pouca, para quem é afilhado de um dos maiores aproveitadores da História. O grande mago que o idealizou é o mesmo que serve também de modelo, à roubalheira descarada que se pratica agora. Tá ruço mesmo! Em ele vencendo, não teremos uma enxurrada de incompetentes pseudo-socialistas a invadir São Paulo. Veremos uma outra enxurrada de antigos extremamente competentes em expropriação do Erário Público. Pobre São Paulo sitiada!

Ambas as populações citadas estão no mesmo nível do mar. Um mar de indizível e abismal podridão, cada qual a sua maneira. Analisando o mapa, constatamos que Paulo fica em um planalto, bem protegida daqueles mares por uma serra.  A serra que nos protege, nada tem de elogiosa, sendo apenas um acidente natural. Com a qual sabemos bem conviver. A serra em si não tem valor intrínseco, mas se constitui no valor agregado pelo povo paulistano. Simbolicamente, pode ser considerada como o elemento, o fator trabalho que nos vacina contra o deslumbramento das esmolas. Trabalho esse que quando se quer ir vai mais longe, visitar mares despoluídos já que sob o mesmo Sol.

Sempre desconfiei muito das "lutas" politicamente corretas em favor de igualdades em geral. "Luta" pressupõe opostos. Não lhe parece estranho eu estar em "luta", defendendo os "direitos" dos meus opostos?  Mas sempre o discurso soa tão bem que encoberta essa incongruência paradoxal. Na mais antiga dessa imbecilidade, a luta entre pobres e ricos. Não lhe parece estranho que a liderança dos pobres na "luta" entre ricos e pobres seja a de um rico? Ou na "luta" entre homens e mulheres, a liderança feminina seja de homens? Para quem quer enxergar, a "luta" em si é forjada. Serve apenas para distrair intelectuais desocupados, que recebem lá as suas bolsas-alguma-coisa. Ou tem uma ONG. Ou é assessor para assuntos diversos de algum apaniguado eleito com votos de oportunismo. Porque pessoas e grupos por afeição são sempre diversas, diferentes, desiguais. E sempre o serão. Cidadãos sim, são todos iguais. Ou ao menos deveriam ser, caso a nossa constituição de brincadeira valesse alguma coisa. E que foi escrita por um seleto grupos que se auto-elegeu mais igual que os iguais. E estabeleceu a luta, para que todos sejam iguais. Liderados pelos mais iguais. E quem quiser enxergar que enxergue.

Enquanto isso, o povo paulistano apenas trabalha, que é mais simples. E em tempos de compra de votos fica sempre com o menos pior. Inacreditavelmente, no momento presente, entre Boston e Chicago. Que merda!

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