domingo, junho 26, 2011

O Português virou piada

A gramática da língua portuguesa, brasileira, estabelece:


"Ente" é um sufixo designativo do agente que realiza a ação do verbo.  (assim como, por extensão, o "ante" e o "inte"). Quem ouve é ouvinte, quem estuda é estudante.

Assim, quem confere é conferente, quem gere é gerente, quem escreve é escrevente, etc. Até chegarmos ao último exemplo: quem preside é presidente. Sim, porque as normas gramaticais são inteligentes, levando em consideração apenas o que deve ser levado. Pouco importa se o agente tem uma vagina ou um pênis, ou o que ele costuma fazer na cama, quando acompanhado, desde que ele cumpra a ação que o verbo denota. Por isso o gênero é comum.

A Gramática estabelece normas flexíveis para a língua culta de um povo. Ela não é um instrumento de tortura e dominação utilizada pelos satânicos donos do poder para manipular a massa ignara. Tanto é assim que ela é disponibilizada em todas escolas, inclusive as públicas. Ou seja, se é que é uma arma, é uma arma disponível a todos, indistintamente. O que a dona Gramática não contava é que uma multidão vai à escola apenas para comer a merenda, já que em casa a panela está de cabeça para baixo. E isso desde sempre. Nunca nesse país a panela esteve cheia, disponível para todos. A bolsa família não é suficiente para comprar comida, apenas votos. E, mesmo assim, até um preto, gago, favelado, esfaimado, pobre e epiléptico aprendeu a escrever. E a escrever bem, esse tal de Machado de Assis.


O Brasil tem mesmo um povo muito esquisito. A admitirmos que  a, feminina e gramaticalmente falando, Presidente, por ser feminino, passe a ser chamada de Presidenta, poderíamos dizer então que ela, em sua adolescência, como uma adolescenta seria uma delinquenta, era uma assaltanta? Tem a ver a gramática com as lutas sociais, com modos de prática de ilícitos? O fato de termos uma primeira Presidente mulher tem o seu valor histórico. Mas tem poder para mudar a gramática? Os apoiadores do governo pensam que sim. A Oposição acha que não, não por razão de Gramática, mas por ser oposição.

Que modificação podemos então esperar, quando um transexual, bi ou qualquer de tantas variações, subir a rampa do Palácio do Planalto? Será que nos referiremos ao Presidente como o quê? Presidenta, Presidente, Presidento, Presidentoa, Presidentao ou o quê? E se ele for um hermafrodita real, com malformações genéticas, seria o Presidentro? E se ele trocou de sexo? E se ele trocou de sexo, mas sua anima continua gostando mais de esfiha mesmo do que do quibe? E se ele for um religioso, piamente adepto da pedofilia como fartos exemplos nos mostram, Presidente-infante? Um Presidoente?


É muita complicação para cabeças tão ignorantes! Seria muito mais simples e fácil comparecer a algumas aulinhas de gramática para que o Português não vire piada, aqui também. E deixem as mudanças sociais, as conquistas, as lutas e tudo o mais, inclusive a hipocrisia total, fora da evolução natural da língua. E deixa a muié, a Presidente, trabaiá, genti!


É e sempre foi de bom tom, à aquele envolvido na questão, não participar de  questionamentos, julgamentos ou mudanças de situações. Regra costumeira, para evitar parcialidades. Mas isso também foi abolido. O Mula jamais poderia participar da edição da Lei Seca. Puro contrassenso, para um esponja. Jamais poderia ter participado da edição da "Reforma Ortográfica", posto que não é chegado, perguntando até se Gramática tem a ver com criação e alimentação de bois e tudo o mais. Não, não deveria apôr suas lindas impressões digitais em tal reforma. Ou alguém pode explicar como se pronuncia "a questão é que o inconsequente semeia a ideia que o trema aguenta a feia pecha de  bichopapão, por equidade".
Vivemos mesmo em um tempo de Desconstrução! Quando todos sabemos, aqueles que não faltaram às aulinhas, que uma civilização sai da barbárie, atinge o seu auge e experimenta a decadência. A civilização brasileira, pra variar, é a única que saiu direto da barbárie para a decadência! Nunca atingimos o auge. E passamos a descontruir o pouco que já havia. Estamos no tempo do Deus Sol, com a Estupidez sendo a nossa Faraó. Ou seria Faraona? De quebra, uma pirâmide de estultices e barbarismos. O Montesquieu que se dane, eu quero decidir em nome do Supremo Tribunal, porque é amigo meu.  Se os EUA tiveram um impeachment, nós aqui, macaquitos, também temos que ter um. E outras tantas vergonhas internacionais. Num próximo passo, a criação do Ministério da Verdade. 

O Monteiro Lobato escreveu, na década de 40, o Presidente negro. Mas, por enquanto,  isso só se realizou nos EUA, não por aqui. Então, vamos tornar verdade o "1984", e criar o Ministério da Verdade. Ai, meu São Francisco, qual será a próxima pérola? A do Português foi terrível. Conta outra.

Um comentário:

Monja disse...

Profetizava José Mauro de Vasconcelos que o Portuga morreria atropelado por um trem. Pior que o trem tem nome!

É o fim.