Apesar de recessivo, e com índice de aprovação menor do que o
da Presidente, continuo a ter um pouco de bom humor. Por isso tenho achado uma
graça essa brincadeirinha do “Eu confesso”, sobre a “Redução da maioridade
penal”. São marmanjos declarando suas
transgressões quando ainda eram “dimenor”. É realmente uma graça ver um
aparentemente respeitável senhor declarar que , quando nos seus quinze anosde idade, subia no telhado da escola para olhar as
meninas no banheiro. Outro confessando que realmente “roubava” no palmo,
jogando bolinha de gude. Alguns, mais ousados, talvez querendo angariar
aprovação no meio e mostrar-se engajado, declarar que, sim, costumava fazer
troca-troca. E que, esperto, dava primeiro e saia correndo.
Pronto, já dei o meu voto de aprovação e achei o “Eu confesso”
fenomeno-sensacional!!!
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Agora, podemos continuar a conversa, um pouco mais séria e
responsável?
Se essas confissões são para declarar bem-humoradamente que são
feitos de crianças inocentes brincando e criando notícias recorrentes em toda a
mídia as barbaridades que são cometidas, acobertadas e tornadas inimputáveis,
sob o manto da “menoridade penal”, então, sinto informar que mudamos de
assunto. Ou o assunto foi mudado para tergiversar e fugir da sua essência. Querem
apenas ter assunto para debater. O “discurso de esquerda” é muito bonito,
bonito mesmo. Mas é bonito apenas como discurso e encerra-se aí.
As brincadeirinhas do “Eu confesso” de olhar as pernas da
professora por baixo da carteira são "ilícitos" muito diferentes de matar pessoas pelo simples prazer de
matar. De assaltar, estuprar, roubar, destruir famílias inteiras apenas e tão
somente porque está escrito na lei que eles têm o direito de fazer isso, sem
que nada lhes aconteça, sem penalizações, sem nada. Fazendo policiais de
idiotas: ““não encosta em mim, que sou dimenor!”. No máximo, um “pito” de um
pobre juiz. E em muita das vezes, mais de uma vez em um único dia!
Apontar para os atos transgressores sociais dos dourados anos
de inocência, comparando-os com o que se faz nos dias de hoje, sob a armadura
inimputável do “dimenor” é uma irresponsabilidade e de uma alienação total de
uma realidade cruel. Num mesmo Estatuto, incluem crianças e monstros, embora crianças também. Realidade que pode até, desafortunadamente, bater a sua
porta ou de sua família.
Certamente que as crianças merecem proteção de um mundo cada
vez mais insano. Mas não estamos falando de crianças. Estamos falando de pessoas
com absurdos dez, doze, catorze anos que tem em seu currículo dezenas de
crimes, mortes, assaltos, estupros e etc. E que também são usados por maiores
para cometer crimes, sendo o terrível
chefe do bando um garoto de quinze anos. E que vivem uma realidade
para-estatal, considerando o seu “trabalho” algo normal, porque não têm como
referência o que o Estado chama de “mundo do crime”. Eles não trabalham como
mensageiro em uma empresa porque nem estudo têm, mas ganham muito mais dinheiro
indo apenas entregar um “pacote” na favela ao lado. Trabalhar como ajudante de
pedreiro para quê?
Ouvir de um ministro “da justiça” que reduzir a maioridade
penal é querer abarrotar os nossos presídios já lotados é de uma
insanidade e ignorância jurídica sem tamanho. De alguém que desconhece o princípio elementar do para
quê serve uma Lei: ela é preventiva. A tal lei precisa ser mudada para que se
mude o estado de coisas, já que o que está ocorrendo é que estão se aproveitando do que concede uma lei. Os dimenor? Não. Todos no Brasil se aproveitam de brechas na lei. Se você tem tempo, há exemplos...
Proponho até outra brincadeira: “Eu confesso que desconheço ou
ignoro que”. Assim: declare que você desconhece que todo esse descalabro é
consequência da entrada de drogas no país, sob a leniência do Estado. Que as drogas pagam tráfico de armas, tudo muito bem acobertado pelos donos do país, chefes das mesmas quadrilhas. Que você desconhece
o que significa realmente não ter o que comer. Que você desconhece que crianças
brasileiras estão na escola não para estudar, mas para comer a merenda. Que
desconhece que não temos creches suficientes porque as meninas de dez anos estão
fazendo filhos, porque está escrito na cartilha do ministério da educação que
sexo é saudável e precisa ser feito, “desde muito cedo”. Mas que não diferenciam entre fazer sexo e fazer filho. Que desconhecem ou
querem ignorar, que elas não têm motivação para estudar para ser algo na vida,
já que o imenso povo ignorante colocou um analfabeto como Presidente. Que querem
fazer de conta que ignoram que toda essa permissividade ao crime, ao vandalismo
e ao desvalor social é oriundo do fato de termos uma ex-e-atual terrorista como
mandatária de uma nação inteira.
“Eu desconheço ou quero ignorar que as pessoas do povo estão
se dando ao direito de fazer o que bem entendem, porque os mais altos
mandatários do País fazem o que bem querem, o que geralmente significa expoliar
o Tesouro Nacional e deter o poder nas mãos de uns poucos apaniguados. E tem
advogados para defendê-los. Que depois são empossados ministros de uma suprema
corte que vai julgá-los. E absolvê-los, obviamente. O que é roubar um tênis
velho, mesmo que tenha que matar o cidadão, perto daqueles desmandos?”
"Eu desconheço a realidade de que a polícia prende, o Judiciário solta e o STF absolve. Realidade que tona o que se chama de "Estado de Direito" uma piada sem sentido.
Eu desconheço que passamos de um povo que “precisa levar
vantagem em tudo” para um povo que acha “eu posso tudo”.
Em sendo assim, para que Lei então, para que Estado?
Vivemos uma realidade mórbida demais para que pessoas ditas e
sidas inteligentes e cultas fiquem fazendo brincadeirinhas, como se o assunto
fosse uma banalidade a mais a ser incluída na pauta de encontros de doutos
senhores e que tal realidade é dos “outros”.
Esquecendo-se que terão seu carro importado roubado na porta da
instituição. Ou que serão sequestrados e mortos ao irem candidamente para o
estacionamento. Quando o redondo gelado de um cano de uma arma repousar entre
os seus olhos, talvez esses “filósofos de esquina” repensem o assunto. Se lhes
sobrar vida para isso.
A responsabilidade penal deve iniciar com a aquisição da
personalidade civil. Podemos conversar sobre isso?
Um comentário:
É isso, sem mais! Só para reforçar, quando uma autoridade como uma presidente da República diz que reduzir a maioridade penal não resolve o problema da criminalidade, suponho ela saiba o que é que resolve. Só que não!
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