sexta-feira, setembro 26, 2008

Chora, V ano, chora: fraude na eleição de Patrono

Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Mutatis mutandis para esse sacrossanto universo franciscano, a frase fica assim: dize-me o que aconteceu e dir-te-ei quem foi. Afinal, foram passados cinco anos diuturnamente nessas Arcadas convivendo com toda a espécie de recursos que se utilizam para a obtenção de um fim. Os honestos e os nem-tanto.

Marcadas as eleições para os quintanistas votarem em Jurador, Orador, Professores Homenageados, Paraninfo e Patrono. Para a formatura que vem ai, infelizmente.

Fraude! Existe isso? Fraude em eleição para Patrono da Turma CLXXVII? Santa inocência. Estamos na São Francisco, ora pois!

Vai me acompanhando nesse boletim das ocorrências que o seu faro anti-maracutaias já vai matando a charada.

I – o voto por computador, para impedir fraudes, catracamente falando, a senha era incrivelmente o número de matrícula. Algo criptográfico, secreto, ninguém tem acesso, Deus me livre;

I I – A data limite para as votações era o glorioso dia 22 de setembro. Que, como costuma acontecer com os demais dias, termina à meia-noite. E, por ser o último dia, certamente conteria um grande número de votantes, já que estamos no Brasil, certo? Às XI:30, erradamente , claro, foi informado via email o resultado da votação. Fiquei eu aqui pensando que fosse um problema de fuso horário e que a Comissão ainda estivesse sob os eflúvios das Olimpíadas, no outro lado do mundo. Ou os votos já seriam suficientes?

I I I – Alunos que foram votar, obviamente no último dia, depararam-se com uma caixa de diálogos interessante em seu computador: você já votou! Mas, como assim, já votei? Eu não votei. Votaram por mim? Sim. Elementar, meu caro Watson...

I V – Daí, levantou-se a lebre: fraude. Fraude? É, fraude! Quero dizer, ainda não se levantaram as lebres. Pois foram vários os que se depararam com idêntica situação.

V – Denunciada e publicizada a coisa (epa!) a Comissão acertadamente decidiu por anular o pleito. Perfeito. Só que, mui burocraticamente, convocaram uma nova eleição, para corrigir esse erro burocrático-administrativo. Não, não foi um erro. Foi fraude! E exige apuração sobre quem votou e em quem. Absolutamente simples de resolver. O “controller” do site da Stillus, em apenas querendo, em uma fração de segundos, detecta o votante e o votado, a data, com a precisão de milésimos de segundos, o IP do computador utilizado e outras coisas. . Em apenas querendo. Não se precisa ser um Bill Gates da vida para checar uma consulta a uma lista. Mas isso não foi providenciado. Apenas e rapidamente, a nova eleição. Afinal, “comissão” é poder delegado. Pelo grupo total de formandos.

V I – Que tal você ter fornecido um endereço de email para a Comissão, criado exclusivamente para assuntos de Formatura e receber uma mensagem dele pedindo votos, em pleno domingo à tarde? Mas votar em quem, Deus do Céu? Ohhhhhhhh!!!!!!!!!! Em linguagem cibernética, o seu espanto fica mais ou menos assim: [:D]. Ainda mais: você, atendendo àquele apelo, vai então votar e encontra aquele belíssima caixa de mensagem: você já votou! Como assim, já votei? Eu ainda não votei ! Santa inocência. Elementar, meu caro Watson. Todos têm o seu modus operandi, a gente conhece de várias Peruadas.

VII – Aos vencedores, as batatas quentes! Parabéns ao Jack e ao Danilo! A poesia do Danilo é algo brilhante. Sua interpretação dela chega às raias do belíssimo! A única restrição que se pode fazer, como aluno-formando é que, nos CLXXXI anos de existência dessas Arcadas nunca houve uma poesia como Discurso. Algo que aliás foge ao bom entendimento vernacular. Discurso é prosa, ora pois. Nem mesmo na formatura do Olavo Bilac ou Álvares de Azevedo o Discurso foi no formato de Poesia. Os outros tantos e tantos nossos poetas que me apóiem nessa afirmativa. Porém, essa é apenas uma opinião pessoal. E de outros tantos. Mas que, em sendo eleito, seja aceito.

VIII – Ou seja: os vencedores não precisavam de fraude pra vencer. Será então que estariam usando o Danilo como laranja? Isso não! Ai já é demais para o meu pobre coração! O Danilo jamais seria usado como laranja para ninguém! Será que seria altamente interessante para alguém que o Incomparável fosse o Patrono? Ou quem sabe o Beercovixe! como professor Homenageado? A Constelação Oriônica talvez? Será que haveria interessados em levantar o moral, após um eventual e fragoroso bota-fora realizado pelos alunos? Teria algo a ver isso tudo com a futura eleição para o XI?

IX – O que virou moda no mundo e, claro, nos macaquitos brasileiros, é sempre argumentar com a ‘Teoria da Conspiração” quando se faz qualquer tipo de denúncia. Algo como uma frase de efeito. Políticos, quando pegos com a boca-na-botija costumam declarar, estupefatos: isso é uma calúnia! E os fatos costumam se comprovar em seguida à alegação de calúnia. Muito embora acabem dando em nada. No máximo, pizzas. Mas não estamos no mundo, estamos no mundo das Arcadas. Uma comunidade restrita, num universo de elementos conhecidos. Sobejamente conhecidos. Então, que não baste a estupefação. Ou a alegação da Teoria. Basta que se constate, como dito, junto ao “controller” do site. Saberemos os autores, os criminosos, os beneficiários de tal ação criminosa. Nem que seja só para confirmar. Ou para tornar esse boletim de ocorrência uma calúnia. Daí processem o cara, maldito infame!

X – Se preciso, poderíamos chamar a Polícia Federal, para eles deflagrarem aqui uma Operação policial. Fiquei até pensando em algumas sugestões para o nome: Operação catraca-russa? Cujo tiro saiu pela culatra? Operação Feiticeira ? Aqui, uma clara alusão à primeira-dama. Ou ainda: Operação "vai-tomar-no-cu, meu Peru ninguém grampeia"? Não, esse é ‘o” mote da Peruada. Seria plágio. Aliás, coisa comum em nosso meio, ultimamente. Já quando é plágio de si próprio não é crime, é apenas um estilo de fazer, um peculiar modus operandi. Acorda, Watson!

XI – Ah, o que também costumam alegar, diante de qualquer denúncia é que é “coisa de perdedor”. Que seja. Mas que se constate rapidamente, antes da data para a próxima eleição, marcada tão afoitamente. Primeiro as providências, depois as novas eleições. Porque somos sim, todos perdedores, se não aparecerem publicamente os culpados. Perderemos todos, os franciscanos decentes e os brasileiros. Daqui a dois meses eles sairão daqui, diplomados como bacharéis em Direito pela São Francisco, para gloriosamente se juntar aos Lalaus e Mamatos da vida. Ou, mais provavelmente, continuar a carreira política, inflacionando ainda mais o nosso Congresso com seus pares.

Esse texto, multicolorido apenas para indicar o caminho das pedras, é essencialmente cinzento, nebuloso e negro. Chora, São Francisco!

Luiz Gonzaga – V Ano (Deus me)Livre __________ Arcadas, XXVI de setembro, CLXXXI

2 comentários:

Pavinatto disse...

te adicionei aos meus favoritos.

Francisco Castro disse...

Olá, gostei muito do seu blog. Ele é muito bom.

Parabéns!

Abraços