domingo, outubro 19, 2008

São Francisco, nunca mais!


A Constituição negativada da nossa Academia de Letraz, tem apenas uma única jocosa e verdadeira norma: aqui, nada de Democracia! Manda quem pode e obedece quem tem juízo.

Nas Arcadas, a verdadeira Anarquia. Não no sentido distorcido que quiseram dar, de desgoverno, mas o Aristotélico: sem governo.

Franciscanos, somos como que a água de um rio, que corre eternamente; e nunca, num mesmo momento, a mesma. Somos um Território Livre, povoado, qual no Olimpo, por semi-deuses: uns acham que são deus, outros já têm certeza.O passo que nos distancia da qualidade de verdadeiros deuses é a decantada fraqueza, ainda humana, denominada humildade. Temos um idioma próprio, não derivado do indo-europeu, misto de festa com animus jocandi. Quando não, fazemos a Peruada, oba! Nos demais dias do ano, a seriedade de apenas festas normais. Como nos textos bíblicos, vivemos apenas as coisas de cada dia. Como por exemplo, uma festa. Assim como qualquer povo distinto, temos uma religião: “acima de tudo, creio em mim”. Uma vez por ano, eleições para o XI.

Porém, as Arcadas nunca sequer cogitou tornar-se um Estado. Franciscano jamais abriu mão de parcela de sua absoluta liberdade de expressão, em prol da segurança de todos. Não temos sequer candidatos a inimigos. Cada qual é soberano por si. Rei aqui, apenas o Peru. Por essas razões, vivemos em Estado Natural. Quem quiser postar-se em meio ao Pátio, camisa do Boca Juniors e cantar o tosco hino de los hermanos, que o faça. É direito seu. Que se prepare porém, para a manifestação da liberdade de expressão alheia, numa saraivada de pedras , palavras, palavrões, trovas, História, Tradições, Verdades ou invenções que virão, certamente.

Postos esses prolegômenos divagativos, cumpre afirmar que, sempre e sempre, calouro é burro mesmo. Na realidade, franciscano nunca é burro, mesmo sendo calouro. Eles, na verdade, são ignorantes. Ignoram a realidade da vida nas Arcadas. Povos mortais comuns têm Mitologia. Nós vivemos de realidades. Você, que me lê agora, é a Mitologia do Amanhã. Diferentemente de Hércules, temos todos XI tarefas. É Real essa Realidade. Franciscanos, temos esse fardo a carregar: expurgar comunistas hipócritas das Arcadas. E esse pedágio a pagar: termos todos, um dia sido calouros.

Como a tudo desconhecem, desconhecem também que há, no Lá-fora, uma erva daninha que teima em lançar suas teimosas raízes, na forma de franciscanos-comunistas. Porém, tudo bem: têm eles também a sua sagrada liberdade de expressão. Nós, aqui, confiamos que, mesmo vicejando, são logo estirpados de nosso Jardim de Pedras.

Diria eu que são maquiavélicos os gajos. Porém, em memória à genialidade de Maquiavel, corrijo: são diabólicos os gajos. Descobriram que o calcanhar-de-aquiles das Arcadas poderia ser os seus calouros. E fizeram deles o seu alvo de atuação.

Como mentem os comunistas aos pobres calouros! É uma judiação! Como dito, as Arcadas não são um Estado, portanto não temos e nem precisamos de um Governo. Logo, dentro da sua estreita e medíocre visão, não temos e nem precisamos de Esquerda, Direita ou Centro, que é o que sobra. Cada franciscano é um todo em si mesmo. Não temos lutas de classes. Exceção feita ao Interpanelas, claro. Nossa única opressão, maldita opressão é a existência deles, os comunistas. Somos, por óbvio, conservadores, sempre. Queremos conservar a grandeza das Arcadas. Que não os inclui, certamente.

Franciscano não precisa se unir em grupo para tomar o XI, condição para garantir um emprego de assessor de político salafrário quando formado. Ou uma boquinha qualquer, pra mamar nas tetas do Erário Público. Habituados à meritocracia, os fascistas da Direita também conseguem seus bons empregos, tranqüilamente. Somos franciscanos, afinal. Não é preciso vender a alma pra conseguir um emprego.

Então, caros franciscanos abordados pelos comunistas, toda essa verborragia é para apenas lembrar isso. Todos nos sensibilizamos quando temos que passar por sobre moradores-de-rua para poder entrar nas Arcadas. Porém, para externar isso não é preciso hipocritamente verter lágrimas e nem fazer faixas e cartazes e desfilar pela Paulista. Não corrigiremos as mazelas do neocapitalismo pelas “falas da cumpanherada”, após uma Assembléia, repleta de muita hipocrisia, além de faixas do MST, do DCE e até da Gaviões da Fiel. Com os votantes sendo alguns realmente pobres coitados, manobrados ao preço de um pão-com-mortaNdela-e-amanhã-um-suco. Lanche esse transportado em um modesto Audi, claro.

Franciscanos-fascistas-da-Direita habituados com a meritocracia e a real liberdade de expressão reinante nessas Arcadas, vivemos de Realidade, como dito. Temos dificuldade em conviver em um país, cujo presidente outorga uma Nova Ortografia, mesmo desconhecendo a atual. Que, embora sendo alcoólatra decreta a Lei Seca. São-nos fundamentos muito disparatados esses, como todos os demais. Essa, a grande razão da rejeição do que sejam comunistas nas Arcadas.

Uma imagem diz mais do que mil palavras. Falso esse dito, já que expresso apenas em palavras. Mas fazemos isso: veja o link para o youtube, ao final do texto.

São algumas imagens colhidas durante a Invasão das Arcadas, em 21 de agosto de 2007, por falsos movimentos sociais, manipulando aqueles citados e realmente pobres coitados. A então gestão do XI, o Fórum da Esquerda comandando a Invasão, omitida a todos alunos, para não “estragar o movimento”. A isso chamamos Traição, não-representatividade, estelionato. Em chulas palavras, coisa mesmo de filhos-da-puta, se não!

Ela não ocorreu com a permissão, nem a adesão dos alunos, conforme mentirosamente alardeado pelos comunistas aos calouros. Quis a História que não tivéssemos imagens da Assembléia de 925 (?) franciscanos superlotando o Salão Nobre, exigindo, em uníssono, a deposição do então Presidente do XI, na mais legítima expressão de vontade geral. Essa a verdade, a nossa Realidade.

Franciscano cumpriu o seu dever, para ser aluno das Arcadas. Como diz o Direito, quem cumpre o dever, tem uma faculdade. E não abrimos mão Dela. A Faculdade é nossa mesmo.

Tentaram apelar para um historicismo hipócrita, a Tradição de que a Polícia não entra nas Arcadas. E não entra mesmo, se for contra os alunos. Mas, em havendo um incêndio, Bombeiros, que são Polícia, têm que entrar. E em havendo invasão, de retomá-la, aos seus verdadeiros donos. É mais outra hipocrisia apelativa, a alegação de ser as Arcadas espaço público. Ela é dos alunos. Esses sim, porque fazem nela a História do Brasil. Com Direito, sob todos os aspectos.

Fosse eu um jornalista, escreveria tudo isso com algumas poucas palavras. Mas minha crônica intenção é outra. Por isso o passeio histórico e alegórico. Tenho a ousada pretensão de escrever a História das Arcadas. E isso não se faz com lacônicas e jornalísticas frases. Dai longos textos, para relatos fidedignos. Se eu fosse um marqueteiro, poderia apenas argumentar assim, em tempos de eleições para o XI: quem são verdadeiramente os comunistas? São casados ? Têm filhos?

Cuidado portanto, eleitores: a versão comunista de toda a História é porca, suja, vil, abjeta, falsa, ardilosa, traiçoeira, peçonhenta, mentirosa e hipócrita. Querem contornar toda essa realidade, colocando um calouro como Presidente. Mas isso não engana mesmo ninguém. Como também dito, calouro pode ser ignorante de fatos. Mas, por ser franciscano, burro jamais. Por isso, não colocaremos o XI nas ditas traiçoeiras mãos.

Caros comunistas: São Francisco, nunca mais!


Luiz Gonzaga Arcadas, XX de outubro, CLXXXI

http://www.youtube.com/watch?v=ARoyg7LPGj4

Um comentário:

Andreza Streitenberger disse...

hahaha, excelente o texto!

"Temos dificuldade em conviver em um país, cujo presidente outorga uma Nova Ortografia, mesmo desconhecendo a atual. Que, embora sendo alcoólatra decreta a Lei Seca."

Presidente: casado, com filhos...

Saudações!